Imagens da velhice em profissionais que trabalham com idosos: enfermeiros, médicos e técnicos de serviço social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/3267 |
Resumo: | A imagem é uma entidade, por natureza, implícita, inconsciente, complexa e multidimensional. Quando se relaciona com fenómenos sociais como a velhice e o envelhecimentos assume juízos e interpretações positivos, negativos e/ou neutros. Na sua génese são formados rótulos mais negativos e discriminatórios que podem assumir a designação de idadismo/velhismo. Na relação profissional entre idosos, enfermeiros, médicos e técnicos de serviço social, há uma influência inequívoca desses fenómenos, pois fazem parte da sociedade, da cultura e da época. Este estudo centra-se nas imagens da velhice e do envelhecimento emergentes nos profissionais que trabalham com idosos (enfermeiros, médicos e técnicos de serviço social) e como estas podem interferir nos cuidados e apoios prestados. Para atingir esse objectivos utilizamos um questionário sócio-demográfico e a escala ImAges (Sousa, Cerqueira & Galante, 2002), aplicados a uma amostra de 60 enfermeiros, 60 médicos e 60 técnicas de serviço social. Para além disso aplicou-se a 60 engenheiros, uma profissão que se distingue das anteriores por não actuar no apoio aos idosos. Os principais resultados indicam que apesar de o corpo técnico-cientifico e profissional diferir entre os profissionais, as imagens da velhice são similares. Para todos os grupos profissionais salienta-se que as imagens se compõem por 3 factores: principalmente, “maturidade, actividade, e afectividade” e “ “incompetência relacional e cognitiva”; e, com menos destaque, “dependência, tristeza e antiquado”. Deste modo, as imagens comportam aspectos positivos e negativos, são inconsistentes (apontam por exemplo, maturidade e incompetência relacional) e multi-dimensionais (envolvem aspectos funcionais, sociais, cognitivos, afectivos). As variáveis sexo, idade, experiência de trabalho com idosos e zona de residência têm pouco impacto na diferenciação das imagens. A organização das imagens em grupos possibilitou a emergência de 3 imagens: i) incompetência, dependência e imaturidade (43,8% dos sujeitos); ii) competência, independência e maturidade (13,8%); iii) competência, independência e maturidade moderadas (42,1%). Assim, salienta-se o predomínio das imagens negativas e o menor número de sujeitos com imagens positivas.Comparando o predomínio destes grupos de imagens pelas profissões verifica-se que: i) nos engenheiros predominam as imagens mais negativas (incompetência, dependência e imaturidade); ii) nos enfermeiros e médicos predominam as imagens moderadas (competência, independência e maturidade); e iii) nas técnicas de serviço social predominam as imagens mais positivas (competência, independência e maturidade). Os resultados deste estudo realçam que as imagens profissionais estão sujeitas a uma influência inequívoca das regras sociais e culturais. A formação especializada nestas áreas poderá ser uma forma de adequar e retirar estereótipos à forma como os profissionais olham a velhice e o envelhecimento. ABSTRACT: Images tend to have an unconscious, complex and multidimensional nature. When related to social phenomenon, as ageing, they may assume positive, negative and/or neutral judgments and interpretations. The tendency for negative and discriminatory images towards the elderly and the ageing process has been designated by ageism. This process has an unequivocal influence on the relation that nurses, physicians and social workers (those professionals that work more with elderly persons) establish with the aged ones, since professionals are members of the society and culture. Those professionals, from health and social action field, have a vital impact in assuring a continuous improvement on the quality of care and optimisation of the existing resources regarding elderly persons. This study aims at identifying the images of ageing in nurses, physicians and social workers, e.g. in the professionals areas more related to the care of elderly people. In addition findings will permit to get a better understanding on how the images may be influencing care and support. The scale ImAges (Sousa, Cerqueira & Galante, 2002) and a sociodemographic questionnaire were administered to a sample of 240 subjects: 60 nurses, 60 physicians, 60 social workers and 60 engineers (these professionals are distinct from the previous ones since their work is not related to care or social support of elderly people). The main results show that: i) although the professionals practice and scientific background is different, the emergent images of ageing are similar among the professionals; ii) images involve three factors, mainly, “maturity, activity and affectivity” and “relational and cognitive incompetence”, and also “dependence, sadness and old-fashioned”. Therefore, images involve both positive and negative aspects, are inconsistent (for example, include maturity and relational incompetence) and multidimensional (functional, social, cognitive and affective components). Results also indicate that sex, age and professionals experience with elderly have little impact on the differentiation of images. Three groups of images emerged from the images clustering: i) incompetence, dependence and immaturity (43.8%); ii) competence, independence and maturity (13.8%); iii) moderate competence, independence and maturity (42.1%). Therefore, negative and moderate images are more frequent among the respondents, while positive images are less common. Professional’s area of activity seems to have impact on the images: i) negative images (incompetence, dependence, immaturity) are predominant among engineers; ii) moderate images (moderate competence, independence and maturity) are prevalent for nurses and physicians; and iii) positive images (competence, independence, maturity) are predominant for social workers. These results suggest that professional images are influenced by cultural and societal norms. The specific and pos-graduate training and education are strategies that could support professionals on the adjustment of stereotypes towards ageing. |
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Para atingir esse objectivos utilizamos um questionário sócio-demográfico e a escala ImAges (Sousa, Cerqueira & Galante, 2002), aplicados a uma amostra de 60 enfermeiros, 60 médicos e 60 técnicas de serviço social. Para além disso aplicou-se a 60 engenheiros, uma profissão que se distingue das anteriores por não actuar no apoio aos idosos. Os principais resultados indicam que apesar de o corpo técnico-cientifico e profissional diferir entre os profissionais, as imagens da velhice são similares. Para todos os grupos profissionais salienta-se que as imagens se compõem por 3 factores: principalmente, “maturidade, actividade, e afectividade” e “ “incompetência relacional e cognitiva”; e, com menos destaque, “dependência, tristeza e antiquado”. Deste modo, as imagens comportam aspectos positivos e negativos, são inconsistentes (apontam por exemplo, maturidade e incompetência relacional) e multi-dimensionais (envolvem aspectos funcionais, sociais, cognitivos, afectivos). 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Os resultados deste estudo realçam que as imagens profissionais estão sujeitas a uma influência inequívoca das regras sociais e culturais. A formação especializada nestas áreas poderá ser uma forma de adequar e retirar estereótipos à forma como os profissionais olham a velhice e o envelhecimento. ABSTRACT: Images tend to have an unconscious, complex and multidimensional nature. When related to social phenomenon, as ageing, they may assume positive, negative and/or neutral judgments and interpretations. The tendency for negative and discriminatory images towards the elderly and the ageing process has been designated by ageism. This process has an unequivocal influence on the relation that nurses, physicians and social workers (those professionals that work more with elderly persons) establish with the aged ones, since professionals are members of the society and culture. 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The main results show that: i) although the professionals practice and scientific background is different, the emergent images of ageing are similar among the professionals; ii) images involve three factors, mainly, “maturity, activity and affectivity” and “relational and cognitive incompetence”, and also “dependence, sadness and old-fashioned”. Therefore, images involve both positive and negative aspects, are inconsistent (for example, include maturity and relational incompetence) and multidimensional (functional, social, cognitive and affective components). Results also indicate that sex, age and professionals experience with elderly have little impact on the differentiation of images. Three groups of images emerged from the images clustering: i) incompetence, dependence and immaturity (43.8%); ii) competence, independence and maturity (13.8%); iii) moderate competence, independence and maturity (42.1%). Therefore, negative and moderate images are more frequent among the respondents, while positive images are less common. Professional’s area of activity seems to have impact on the images: i) negative images (incompetence, dependence, immaturity) are predominant among engineers; ii) moderate images (moderate competence, independence and maturity) are prevalent for nurses and physicians; and iii) positive images (competence, independence, maturity) are predominant for social workers. These results suggest that professional images are influenced by cultural and societal norms. The specific and pos-graduate training and education are strategies that could support professionals on the adjustment of stereotypes towards ageing.Universidade de Aveiro2011-04-19T14:35:27Z2007-01-01T00:00:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/3267porRibeiro, António Pedro Freireinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:02:23Zoai:ria.ua.pt:10773/3267Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:41:31.812233Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A imagem é uma entidade, por natureza, implícita, inconsciente, complexa e multidimensional. Quando se relaciona com fenómenos sociais como a velhice e o envelhecimentos assume juízos e interpretações positivos, negativos e/ou neutros. Na sua génese são formados rótulos mais negativos e discriminatórios que podem assumir a designação de idadismo/velhismo. Na relação profissional entre idosos, enfermeiros, médicos e técnicos de serviço social, há uma influência inequívoca desses fenómenos, pois fazem parte da sociedade, da cultura e da época. Este estudo centra-se nas imagens da velhice e do envelhecimento emergentes nos profissionais que trabalham com idosos (enfermeiros, médicos e técnicos de serviço social) e como estas podem interferir nos cuidados e apoios prestados. Para atingir esse objectivos utilizamos um questionário sócio-demográfico e a escala ImAges (Sousa, Cerqueira & Galante, 2002), aplicados a uma amostra de 60 enfermeiros, 60 médicos e 60 técnicas de serviço social. Para além disso aplicou-se a 60 engenheiros, uma profissão que se distingue das anteriores por não actuar no apoio aos idosos. Os principais resultados indicam que apesar de o corpo técnico-cientifico e profissional diferir entre os profissionais, as imagens da velhice são similares. Para todos os grupos profissionais salienta-se que as imagens se compõem por 3 factores: principalmente, “maturidade, actividade, e afectividade” e “ “incompetência relacional e cognitiva”; e, com menos destaque, “dependência, tristeza e antiquado”. Deste modo, as imagens comportam aspectos positivos e negativos, são inconsistentes (apontam por exemplo, maturidade e incompetência relacional) e multi-dimensionais (envolvem aspectos funcionais, sociais, cognitivos, afectivos). As variáveis sexo, idade, experiência de trabalho com idosos e zona de residência têm pouco impacto na diferenciação das imagens. A organização das imagens em grupos possibilitou a emergência de 3 imagens: i) incompetência, dependência e imaturidade (43,8% dos sujeitos); ii) competência, independência e maturidade (13,8%); iii) competência, independência e maturidade moderadas (42,1%). Assim, salienta-se o predomínio das imagens negativas e o menor número de sujeitos com imagens positivas.Comparando o predomínio destes grupos de imagens pelas profissões verifica-se que: i) nos engenheiros predominam as imagens mais negativas (incompetência, dependência e imaturidade); ii) nos enfermeiros e médicos predominam as imagens moderadas (competência, independência e maturidade); e iii) nas técnicas de serviço social predominam as imagens mais positivas (competência, independência e maturidade). Os resultados deste estudo realçam que as imagens profissionais estão sujeitas a uma influência inequívoca das regras sociais e culturais. A formação especializada nestas áreas poderá ser uma forma de adequar e retirar estereótipos à forma como os profissionais olham a velhice e o envelhecimento. ABSTRACT: Images tend to have an unconscious, complex and multidimensional nature. When related to social phenomenon, as ageing, they may assume positive, negative and/or neutral judgments and interpretations. The tendency for negative and discriminatory images towards the elderly and the ageing process has been designated by ageism. This process has an unequivocal influence on the relation that nurses, physicians and social workers (those professionals that work more with elderly persons) establish with the aged ones, since professionals are members of the society and culture. Those professionals, from health and social action field, have a vital impact in assuring a continuous improvement on the quality of care and optimisation of the existing resources regarding elderly persons. This study aims at identifying the images of ageing in nurses, physicians and social workers, e.g. in the professionals areas more related to the care of elderly people. In addition findings will permit to get a better understanding on how the images may be influencing care and support. The scale ImAges (Sousa, Cerqueira & Galante, 2002) and a sociodemographic questionnaire were administered to a sample of 240 subjects: 60 nurses, 60 physicians, 60 social workers and 60 engineers (these professionals are distinct from the previous ones since their work is not related to care or social support of elderly people). The main results show that: i) although the professionals practice and scientific background is different, the emergent images of ageing are similar among the professionals; ii) images involve three factors, mainly, “maturity, activity and affectivity” and “relational and cognitive incompetence”, and also “dependence, sadness and old-fashioned”. Therefore, images involve both positive and negative aspects, are inconsistent (for example, include maturity and relational incompetence) and multidimensional (functional, social, cognitive and affective components). Results also indicate that sex, age and professionals experience with elderly have little impact on the differentiation of images. Three groups of images emerged from the images clustering: i) incompetence, dependence and immaturity (43.8%); ii) competence, independence and maturity (13.8%); iii) moderate competence, independence and maturity (42.1%). Therefore, negative and moderate images are more frequent among the respondents, while positive images are less common. 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