Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vázquez Diéguez, Ignacio
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Osório, Paulo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/6904
Resumo: O presente estudo tem como objetivo primordial refletir e problematizar o funcionamento sintático e semântico das atuais construções durativas construídas, sob o ponto de vista sintático, com gerúndio vs. infinitivo gerundivo em formas ditas perifrásticas. A existência destas duas estruturas, com a mesma semântica, obriga a tentar saber por que existe essa duplicidade: socorrer-nos-emos, para o efeito, de dados diacrónicos. Sendo duas perífrases com uma semântica determinada (ideia de desenvolvimento da ação), ir-se-á procurar a estrutura latina que indicava o mesmo significado, isto é, igualmente uma perífrase, mas com constituintes diferentes. Estudar-se-á a substituição da perífrase latina pelas correspondentes portuguesas e galegas, tentando demonstrar um conjunto de mudanças que colaboram para uma explicação da criação da variante nova na superfície frásica. Por outro lado, atendendo aos constituintes referidos [v. auxiliar + (conector) + v. principal], far-se-á uma comparação entre o latim e o português e o galego (o verbo auxiliar muda do latim – esse – para o português e o galego – estar – assim como o verbo principal que detém a significação, no latim, um particípio de presente, e no português e galego o gerúndio ou o infinitivo gerundivo). Deste modo, a alteração dos constituintes exige, naturalmente, um estudo das formas latinas. Terá especial relevo o gerúndio, com funções no latim muito diferentes das que possui hoje nas línguas românicas e semelhantes ao inglês, língua com a qual se comparará (para uma melhor compreensão da sua pretérita função). Ampliar- se-á a comparação a outras línguas românicas para examinar as diferentes ou parecidas soluções. Com todos os dados coligidos, tentar-se-á justificar a existência das duas estruturas sintáticas com semântica sinonímica e, consequentemente, a cronologia dos factos: de acordo com os registos escritos (desde o século XIII até à atualidade), procurar-se-á observar qual é a mais antiga e qual aparece posteriormente, bem como a frequência de uso no português europeu (PE), no português do Brasil (PB) e no galego, de cada uma delas. Para o enquadramento teórico, utilizaremos os princípios defendidos por Mattos e Silva (1989; 2008, vols. I e II) e, metodologicamente, para a recolha dos dados, utilizaremos os corpora on-line disponibilizados por algumas equipas de investigação.
id RCAP_8a60fd5d87f1e8a65d475916420a520b
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6904
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galegoGerúndioInfinitivo gerundivoPortuguês - GalegoDiacroniaO presente estudo tem como objetivo primordial refletir e problematizar o funcionamento sintático e semântico das atuais construções durativas construídas, sob o ponto de vista sintático, com gerúndio vs. infinitivo gerundivo em formas ditas perifrásticas. A existência destas duas estruturas, com a mesma semântica, obriga a tentar saber por que existe essa duplicidade: socorrer-nos-emos, para o efeito, de dados diacrónicos. Sendo duas perífrases com uma semântica determinada (ideia de desenvolvimento da ação), ir-se-á procurar a estrutura latina que indicava o mesmo significado, isto é, igualmente uma perífrase, mas com constituintes diferentes. Estudar-se-á a substituição da perífrase latina pelas correspondentes portuguesas e galegas, tentando demonstrar um conjunto de mudanças que colaboram para uma explicação da criação da variante nova na superfície frásica. Por outro lado, atendendo aos constituintes referidos [v. auxiliar + (conector) + v. principal], far-se-á uma comparação entre o latim e o português e o galego (o verbo auxiliar muda do latim – esse – para o português e o galego – estar – assim como o verbo principal que detém a significação, no latim, um particípio de presente, e no português e galego o gerúndio ou o infinitivo gerundivo). Deste modo, a alteração dos constituintes exige, naturalmente, um estudo das formas latinas. Terá especial relevo o gerúndio, com funções no latim muito diferentes das que possui hoje nas línguas românicas e semelhantes ao inglês, língua com a qual se comparará (para uma melhor compreensão da sua pretérita função). Ampliar- se-á a comparação a outras línguas românicas para examinar as diferentes ou parecidas soluções. Com todos os dados coligidos, tentar-se-á justificar a existência das duas estruturas sintáticas com semântica sinonímica e, consequentemente, a cronologia dos factos: de acordo com os registos escritos (desde o século XIII até à atualidade), procurar-se-á observar qual é a mais antiga e qual aparece posteriormente, bem como a frequência de uso no português europeu (PE), no português do Brasil (PB) e no galego, de cada uma delas. Para o enquadramento teórico, utilizaremos os princípios defendidos por Mattos e Silva (1989; 2008, vols. I e II) e, metodologicamente, para a recolha dos dados, utilizaremos os corpora on-line disponibilizados por algumas equipas de investigação.The main objective of the present study is to examine the syntactic and semantic functioning of periphrastic present durative tenses the syntax of which contains either a gerund or an infinitive. The coexistence of both with a similar semantic value raises the question why there are two constructions, which this paper attempts to use diachronic data to answer. Given the existence of two periphrases with the same meaning, namely the idea of action in progress, we will ask how this was expressed in Latin using a different periphrastic construction. The paper traces the process of replacement of the Latin construction by those found in Portuguese and Galician, identifying a series of changes which help to explain how the new construction emerged. Given that the constituents of these constructions are auxiliary verb, (link) and main verb, this approach leads to a comparison between the Latin auxiliary verb esse and the Portuguese/Galician auxiliary estar, and also between the forms taken by the main verb, namely the Latin present participle versus the gerund or gerundial infinitive in Portuguese and Galician; hence the need to analyse the Latin forms. Special emphasis will be laid upon the gerund, which has very different functions in Latin from those which it has acquired in modern Romance languages; the latter are reminiscent of the English gerund, with which the Romance gerund will be compared to achieve a better understanding of its earlier functions. The comparison will be broadened to include other Romance languages so as to examine the similarities and differences in the solutions found. Having compiled all the data, an explanation will then be sought for the coexistence of two synonymous constructions which takes into account the chronology of changes on the basis of written records extending from the thirteenth century to the present day, in order to establish which construction is the older of the two and their frequency in European Portuguese (PE), Brazilian Portuguese (PB) and Galician. The theoretical framework of this study draws on principles defended by Mattos and Silva (1989, 2008, vols I and II); existing corpora are used as sources of data.Instituto da Lingua Galega - Universidade de Santiago de CompostelauBibliorumVázquez Diéguez, IgnacioOsório, Paulo2019-03-27T10:10:02Z20182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/6904por1889-2566http://dx.doi.org/10.15304/elg.10.5013info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:45:54Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6904Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:47:32.651436Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
title Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
spellingShingle Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
Vázquez Diéguez, Ignacio
Gerúndio
Infinitivo gerundivo
Português - Galego
Diacronia
title_short Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
title_full Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
title_fullStr Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
title_full_unstemmed Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
title_sort Dados diacrónicos da estrutura durativa em português e em galego
author Vázquez Diéguez, Ignacio
author_facet Vázquez Diéguez, Ignacio
Osório, Paulo
author_role author
author2 Osório, Paulo
author2_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Vázquez Diéguez, Ignacio
Osório, Paulo
dc.subject.por.fl_str_mv Gerúndio
Infinitivo gerundivo
Português - Galego
Diacronia
topic Gerúndio
Infinitivo gerundivo
Português - Galego
Diacronia
description O presente estudo tem como objetivo primordial refletir e problematizar o funcionamento sintático e semântico das atuais construções durativas construídas, sob o ponto de vista sintático, com gerúndio vs. infinitivo gerundivo em formas ditas perifrásticas. A existência destas duas estruturas, com a mesma semântica, obriga a tentar saber por que existe essa duplicidade: socorrer-nos-emos, para o efeito, de dados diacrónicos. Sendo duas perífrases com uma semântica determinada (ideia de desenvolvimento da ação), ir-se-á procurar a estrutura latina que indicava o mesmo significado, isto é, igualmente uma perífrase, mas com constituintes diferentes. Estudar-se-á a substituição da perífrase latina pelas correspondentes portuguesas e galegas, tentando demonstrar um conjunto de mudanças que colaboram para uma explicação da criação da variante nova na superfície frásica. Por outro lado, atendendo aos constituintes referidos [v. auxiliar + (conector) + v. principal], far-se-á uma comparação entre o latim e o português e o galego (o verbo auxiliar muda do latim – esse – para o português e o galego – estar – assim como o verbo principal que detém a significação, no latim, um particípio de presente, e no português e galego o gerúndio ou o infinitivo gerundivo). Deste modo, a alteração dos constituintes exige, naturalmente, um estudo das formas latinas. Terá especial relevo o gerúndio, com funções no latim muito diferentes das que possui hoje nas línguas românicas e semelhantes ao inglês, língua com a qual se comparará (para uma melhor compreensão da sua pretérita função). Ampliar- se-á a comparação a outras línguas românicas para examinar as diferentes ou parecidas soluções. Com todos os dados coligidos, tentar-se-á justificar a existência das duas estruturas sintáticas com semântica sinonímica e, consequentemente, a cronologia dos factos: de acordo com os registos escritos (desde o século XIII até à atualidade), procurar-se-á observar qual é a mais antiga e qual aparece posteriormente, bem como a frequência de uso no português europeu (PE), no português do Brasil (PB) e no galego, de cada uma delas. Para o enquadramento teórico, utilizaremos os princípios defendidos por Mattos e Silva (1989; 2008, vols. I e II) e, metodologicamente, para a recolha dos dados, utilizaremos os corpora on-line disponibilizados por algumas equipas de investigação.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018
2018-01-01T00:00:00Z
2019-03-27T10:10:02Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/6904
url http://hdl.handle.net/10400.6/6904
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1889-2566
http://dx.doi.org/10.15304/elg.10.5013
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto da Lingua Galega - Universidade de Santiago de Compostela
publisher.none.fl_str_mv Instituto da Lingua Galega - Universidade de Santiago de Compostela
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136370468323328