A escola multicultural: como minorar o insucesso escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Isabel Maria Arêde Menitra de
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13436
Resumo: Introdução - O tema do presente trabalho situa-se no âmbito da "Escola", não se estranhando por isso, que seja feita uma breve abordagem ao seu conceito actual. Hoje, o conceito de Escola tem uma abrangência muito vasta, não se limitando a designar um local onde cada um se vai procurar instruir, mas aceitando também um envolvimento colectivo e individual orientado para a aquisição de conhecimentos. Estabelece no entanto limites mais vastos que consideram a preparação para uma integração bem-sucedida com vista a criar cidadãos críticos e capazes de se integrarem no mundo actual participando activamente na sua construção e aperfeiçoamento. A forma de adquirir conhecimentos tem que evoluir, numa Escola que se destine a todos e que seja capaz de aproveitar e orientar as potencialidades diferentes de todos os alunos: o futuro capital humano criador de riqueza e em diálogo equilibrado com os outros e o meio ambiente. Temos hoje uma Escola frequentada por todos, uma escola de "massas", com características e meios sociais e económicos muito diferentes. Em Portugal, nomeadamente nos grandes centros urbanos, temos ainda populações estudantis de diferentes etnias, e com origem predominante nos PALOP. Se as linhas fundamentais da política educativa para o processo avaliativo implicam variadas dimensões do acto educativo, levam necessariamente a que o novo conceito de aprendizagem se alargue ao domínio das capacidades, das atitudes e dos valores. Este novo conceito de Escola, como organização, que rompe barreiras e procura elos com a comunidade envolvente, assenta numa nova concepção de educação em que se deixa de parte a relação professor - aluno e se entra numa triangulação interactuante professor-aluno-comunidade, influenciando o processo ensino-aprendizagem. Esta triangulação tem que ser sempre analisada "em contexto". Segundo M. Barbosa (Manuel Tópicos - 1991, página 17), "do ponto de vista dos contextos que enquadram a situação pedagógica, o professor deve ter presente a relação espiralada desde o seu próprio contexto ao contexto do indivíduo, ao contexto da aprendizagem, do ensino, da turma, da classe, do grupo, da sala de aula, da sala de actividades, organizacional, local, regional, nacional, internacional." Todos estes contextos se interligam até ao contexto em que é adquirido o saber. Temos agora novas "comunidades educativas" com autonomia pedagógica, que podem construir e aplicar projectos educativos, tendo em conta a sua própria especificidade e que dignifiquem a pessoa humana reconhecendo o direito à diferença e à igualdade de oportunidades. Surge-nos então uma nova concepção sobre "O papel da Escola", que obriga a repensar também a inserção dos professores no meio envolvente, na escola e no espaço "sala de aula". Na posse de todos estes instrumentos de análise, surgiu-nos há muito a necessidade de intervir na Escola, de forma diferente, como uma comunidade educativa alargada. Segundo Marcel Postic em "A relação pedagógica", 1984, Coimbra Editora Limitada, página 84 "Reconhecer o outro, procurar o reconhecimento de si próprio pelo outro, são os actos que abrem e fundam a permuta. Mas ainda é preciso que a relação encontre os seus suportes, os seus alimentos, que ela viva no tempo. Ela desenvolve-se, estrutura-se e bloqueia-se por vezes." Citando Carl R. Rogers, em "Tornar-se pessoa", 1983 - Moraes Editores, páginas 59 e 60, "... a relação de ajuda óptima é o tipo de relação criada por uma pessoa psicologicamente madura. Por outras palavras, a minha capacidade de criar relações que facilitem o crescimento do outro como uma pessoa independente mede-se pelo desenvolvimento que eu próprio atingi. Sobre certos aspectos, é uma ideia perturbadora, mas é igualmente fecunda e encorajante. Isto mostra que, se eu estou interessado em criar relações de ajuda, tenho perante mim toda a minha vida, uma tarefa apaixonante que ampliará e desenvolverá as minhas potencialidades em direcção à plena maturidade." Na sua autobiografia (página 32) cita, "Descobri o que é quando posso aceitar uma outra pessoa, o que significa especificamente aceitar os sentimentos, as atitudes e as crenças que as constituem como elementos integrantes reais e vitais, que eu posso ajudá-la a tornar-se pessoa: e julgo que há nisto um grande valor". Esta descoberta consiste: "quanto mais estou aberto às realidades em mim e nos outros, menos me vejo a tentar a todo o custo remediar as coisas". Este estudo irá procurar algumas respostas às seguintes perguntas já há muito conhecidas: Como se pode ser réu e juiz, actor e espectador, causa e efeito, análise e objecto, simultaneamente?
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A forma de adquirir conhecimentos tem que evoluir, numa Escola que se destine a todos e que seja capaz de aproveitar e orientar as potencialidades diferentes de todos os alunos: o futuro capital humano criador de riqueza e em diálogo equilibrado com os outros e o meio ambiente. Temos hoje uma Escola frequentada por todos, uma escola de "massas", com características e meios sociais e económicos muito diferentes. Em Portugal, nomeadamente nos grandes centros urbanos, temos ainda populações estudantis de diferentes etnias, e com origem predominante nos PALOP. Se as linhas fundamentais da política educativa para o processo avaliativo implicam variadas dimensões do acto educativo, levam necessariamente a que o novo conceito de aprendizagem se alargue ao domínio das capacidades, das atitudes e dos valores. Este novo conceito de Escola, como organização, que rompe barreiras e procura elos com a comunidade envolvente, assenta numa nova concepção de educação em que se deixa de parte a relação professor - aluno e se entra numa triangulação interactuante professor-aluno-comunidade, influenciando o processo ensino-aprendizagem. Esta triangulação tem que ser sempre analisada "em contexto". Segundo M. Barbosa (Manuel Tópicos - 1991, página 17), "do ponto de vista dos contextos que enquadram a situação pedagógica, o professor deve ter presente a relação espiralada desde o seu próprio contexto ao contexto do indivíduo, ao contexto da aprendizagem, do ensino, da turma, da classe, do grupo, da sala de aula, da sala de actividades, organizacional, local, regional, nacional, internacional." Todos estes contextos se interligam até ao contexto em que é adquirido o saber. Temos agora novas "comunidades educativas" com autonomia pedagógica, que podem construir e aplicar projectos educativos, tendo em conta a sua própria especificidade e que dignifiquem a pessoa humana reconhecendo o direito à diferença e à igualdade de oportunidades. Surge-nos então uma nova concepção sobre "O papel da Escola", que obriga a repensar também a inserção dos professores no meio envolvente, na escola e no espaço "sala de aula". Na posse de todos estes instrumentos de análise, surgiu-nos há muito a necessidade de intervir na Escola, de forma diferente, como uma comunidade educativa alargada. Segundo Marcel Postic em "A relação pedagógica", 1984, Coimbra Editora Limitada, página 84 "Reconhecer o outro, procurar o reconhecimento de si próprio pelo outro, são os actos que abrem e fundam a permuta. Mas ainda é preciso que a relação encontre os seus suportes, os seus alimentos, que ela viva no tempo. Ela desenvolve-se, estrutura-se e bloqueia-se por vezes." Citando Carl R. Rogers, em "Tornar-se pessoa", 1983 - Moraes Editores, páginas 59 e 60, "... a relação de ajuda óptima é o tipo de relação criada por uma pessoa psicologicamente madura. Por outras palavras, a minha capacidade de criar relações que facilitem o crescimento do outro como uma pessoa independente mede-se pelo desenvolvimento que eu próprio atingi. Sobre certos aspectos, é uma ideia perturbadora, mas é igualmente fecunda e encorajante. Isto mostra que, se eu estou interessado em criar relações de ajuda, tenho perante mim toda a minha vida, uma tarefa apaixonante que ampliará e desenvolverá as minhas potencialidades em direcção à plena maturidade." Na sua autobiografia (página 32) cita, "Descobri o que é quando posso aceitar uma outra pessoa, o que significa especificamente aceitar os sentimentos, as atitudes e as crenças que as constituem como elementos integrantes reais e vitais, que eu posso ajudá-la a tornar-se pessoa: e julgo que há nisto um grande valor". 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Este estudo irá procurar algumas respostas às seguintes perguntas já há muito conhecidas: Como se pode ser réu e juiz, actor e espectador, causa e efeito, análise e objecto, simultaneamente?Universidade de Évora2015-03-19T16:07:52Z2015-03-191998-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/13436http://hdl.handle.net/10174/13436pordep pedagogiateses@bib.uevora.pt672Carvalho, Isabel Maria Arêde Menitra deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T18:58:33Zoai:dspace.uevora.pt:10174/13436Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:06:41.167744Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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