Cardiomiopatia hipertrófica do gato: casos clínicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/8274 |
Resumo: | A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença caracterizada pela hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. Esta cardiomiopatia tem prevalência elevada em gatos, sendo a doença cardíaca adquirida mais frequente nesta espécie e a maior causa de mortalidade relacionada com morte súbita, insuficiência cardíaca congestiva e tromboembolismo arterial. Ela está associada a um grande número de apresentações clínicas e a ecocardiografia é o gold standard para o seu diagnóstico. No entanto, o tratamento continua a ser um assunto de grande controversa entre os Médicos Veterinários. Sendo assim, este trabalho pretende, contribuir para o conhecimento da cardiomiopatia hipertrófica em gatos, fazendo o paralelismo entre o descrito na literatura e a prática clínica, utilizando para isso vários casos clínicos com diferentes apresentações clínicas. Esta dissertação começa com a revisão bibliográfica do tema seguindo-se da parte prática, que expõe os resultados obtidos da observação de 14 gatos com cardiomiopatia hipertrófica, recebidos no Hospital Veterinário do Baixo Vouga. Foram registadas as alterações obtidas na anamnese, no exame físico, nos exames complementares realizados (análises laboratoriais, ecocardiografias, radiografias torácicas, eletrocardiogramas, medição da pressão arterial), a abordagem terapêutica instituída para cada caso, e em alguns animais a monitorização/controlo e evolução da doença. Dos casos clínicos observados, 9 gatos eram fêmeas e 5 eram machos, a média de idades dos animais foi de 6,7 anos (havendo animais com idades entre 1 e os 14 anos) e estavam representados gatos Persa (n=7), Europeu Comum (n=6), e Azul da Rússia (n=1). Havia animais assintomáticos (n=5) e sintomáticos (n=9), sendo que 2 foram internados com tromboembolismo e 7 tinham insuficiência cárdica congestiva. Na avaliação do exame físico verificaram-se alterações à auscultação cardíaca (como presença de sopro em 11 animais) e respiratória (como dispneia presente em 5 gatos), ausência de pulso (n=2) e paresia do membro pélvico (n=2). Em relação aos exames complementares como a radiografia torácica verificou-se a presença de derrame pleural (n=1), cardiomegalia (n=1) e um padrão intersticial/alveolar compatível com edema pulmonar (n=7). À ecocardiografia todos os animais tinham hipertrofia ventricular esquerda (>6mm), 11 tinham disfunção diastólica, 10 tinham dilatação atrial esquerda, 6 tinham presença de smoke ou trombo intracardíaco, e 5 apresentavam obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo e movimento sistólico anterior da válvula mitral. Quanto ao diagnóstico clínico, 5 gatos tinham cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, enquanto que os restantes 9 apresentavam cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva. No que diz respeito aos fármacos utilizados 4 animais não receberam qualquer tratamento e aos restantes 10 foi-lhe administrado um ou mais fármacos, como antitrombóticos (n=9 gatos), diuréticos (n=8), benazepril (n=7) e atenolol (n=5). Deste trabalho conclui-se: que qualquer gato pode ser afetado pela doença independentemente da idade ou género; que o sopro e a dispneia são as alterações principais nestes animais; que a radiografia e a ecocardiografia são os exames complementares mais utilizados; e que o tratamento e prognóstico variam com os sinais clínicos e ecocardiográficos apresentados pelo animal, sendo diferente para cada caso. |
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Esta dissertação começa com a revisão bibliográfica do tema seguindo-se da parte prática, que expõe os resultados obtidos da observação de 14 gatos com cardiomiopatia hipertrófica, recebidos no Hospital Veterinário do Baixo Vouga. Foram registadas as alterações obtidas na anamnese, no exame físico, nos exames complementares realizados (análises laboratoriais, ecocardiografias, radiografias torácicas, eletrocardiogramas, medição da pressão arterial), a abordagem terapêutica instituída para cada caso, e em alguns animais a monitorização/controlo e evolução da doença. Dos casos clínicos observados, 9 gatos eram fêmeas e 5 eram machos, a média de idades dos animais foi de 6,7 anos (havendo animais com idades entre 1 e os 14 anos) e estavam representados gatos Persa (n=7), Europeu Comum (n=6), e Azul da Rússia (n=1). Havia animais assintomáticos (n=5) e sintomáticos (n=9), sendo que 2 foram internados com tromboembolismo e 7 tinham insuficiência cárdica congestiva. Na avaliação do exame físico verificaram-se alterações à auscultação cardíaca (como presença de sopro em 11 animais) e respiratória (como dispneia presente em 5 gatos), ausência de pulso (n=2) e paresia do membro pélvico (n=2). Em relação aos exames complementares como a radiografia torácica verificou-se a presença de derrame pleural (n=1), cardiomegalia (n=1) e um padrão intersticial/alveolar compatível com edema pulmonar (n=7). À ecocardiografia todos os animais tinham hipertrofia ventricular esquerda (>6mm), 11 tinham disfunção diastólica, 10 tinham dilatação atrial esquerda, 6 tinham presença de smoke ou trombo intracardíaco, e 5 apresentavam obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo e movimento sistólico anterior da válvula mitral. Quanto ao diagnóstico clínico, 5 gatos tinham cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, enquanto que os restantes 9 apresentavam cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva. No que diz respeito aos fármacos utilizados 4 animais não receberam qualquer tratamento e aos restantes 10 foi-lhe administrado um ou mais fármacos, como antitrombóticos (n=9 gatos), diuréticos (n=8), benazepril (n=7) e atenolol (n=5). Deste trabalho conclui-se: que qualquer gato pode ser afetado pela doença independentemente da idade ou género; que o sopro e a dispneia são as alterações principais nestes animais; que a radiografia e a ecocardiografia são os exames complementares mais utilizados; e que o tratamento e prognóstico variam com os sinais clínicos e ecocardiográficos apresentados pelo animal, sendo diferente para cada caso.Hypertrophic cardiomyopathy main characteristic is the concentric hypertrophy of the left ventricle, is a high prevalence disease in cats, being the most common acquired heart disease in this species is the greatest cause of mortality related with sudden death, heart failure and arterial thromboembolism. It is related to innumerous clinical presentations and echocardiography is the gold standard for the disease’s diagnostic. However treatment is still a subject of controversy among the veterinary doctors. So the objective of this work is to contribute to the knowledge of hypertrophic cardiomyopathy in cats, comparing the ideas from the theory to what is seen in clinical practice, using different clinical cases. This dissertation starts with a bibliographic review of the subject followed by the results obtained through the observation of 14 cats with hypertrophic cardiomyopathy, assisted in Hospital Veterinário do Baixo Vouga. The changes in anamnesis, physical exam and complementary exams (like laboratory tests, echocardiography, radiography, electrocardiogram, blood pressure measurements) were recorded, besides the treatment, and, in some animals, the disease evolution. In the clinical cases observed there was 9 females and 5 males, 6,7 years was the average age of the animals (but there were animals between 1 to 14 years of age) , and the represented breeds were Persians (n=7), European Shorthair cats (n=6) and Russian blues (n=1). There was 5 asymptomatic animals and 9 symptomatic cats, being that 2 were hospitalized with thromboembolism and 7 with heart failure. The changes noticed on the physical examination were abnormal cardiac and respiratory auscultation, like heart murmurs (n=11) and dyspnea (n=5), pulse deficit (n=2) and pelvic limb paresis (n=2). Regarding to radiography the observed changes were the presence of pleural effusion (n=1), cardiomegaly (n=1) and an interstitial/alveolar pattern compatible with pulmonary edema (n=7). In echocardiography all animals had hypertrophy of the left ventricle (>6mm), 11 had diastolic dysfunction, 10 had left atrial enlargement, 6 had smoke/intracardiac thrombus, and 5 had left ventricular outflow tract obstruction and systolic anterior motion of the mitral valve. 5 of the cats were diagnosed with obstructive hypertrophic cardiomyopathy and the remaining 9 had non-obstructive hypertrophic cardiomyopathy. About the therapy applied, 4 animals didn’t receive any medication, while, the other 10 cats were given one or more medicaments, like antithrombotics (n=9 cats), diuretics (n=8), benazepril (n=7) and atenolol (n=5). From this work it’s concluded that any cat can be affected by the disease independently of age or gender, that heart murmur and dyspnea are the main alterations in this animals, that echocardiography and radiography are the most common exams made, and that treatment and prognostic change with the physical and echocardiographyc signs presented by the animal, being different for each case.2018-01-31T17:04:52Z2018-01-31T00:00:00Z2018-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/8274TID:202032035porParreira, Iolanda Inês Múriasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:39:15Zoai:repositorio.utad.pt:10348/8274Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:16.519969Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença caracterizada pela hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. Esta cardiomiopatia tem prevalência elevada em gatos, sendo a doença cardíaca adquirida mais frequente nesta espécie e a maior causa de mortalidade relacionada com morte súbita, insuficiência cardíaca congestiva e tromboembolismo arterial. Ela está associada a um grande número de apresentações clínicas e a ecocardiografia é o gold standard para o seu diagnóstico. No entanto, o tratamento continua a ser um assunto de grande controversa entre os Médicos Veterinários. Sendo assim, este trabalho pretende, contribuir para o conhecimento da cardiomiopatia hipertrófica em gatos, fazendo o paralelismo entre o descrito na literatura e a prática clínica, utilizando para isso vários casos clínicos com diferentes apresentações clínicas. Esta dissertação começa com a revisão bibliográfica do tema seguindo-se da parte prática, que expõe os resultados obtidos da observação de 14 gatos com cardiomiopatia hipertrófica, recebidos no Hospital Veterinário do Baixo Vouga. Foram registadas as alterações obtidas na anamnese, no exame físico, nos exames complementares realizados (análises laboratoriais, ecocardiografias, radiografias torácicas, eletrocardiogramas, medição da pressão arterial), a abordagem terapêutica instituída para cada caso, e em alguns animais a monitorização/controlo e evolução da doença. Dos casos clínicos observados, 9 gatos eram fêmeas e 5 eram machos, a média de idades dos animais foi de 6,7 anos (havendo animais com idades entre 1 e os 14 anos) e estavam representados gatos Persa (n=7), Europeu Comum (n=6), e Azul da Rússia (n=1). Havia animais assintomáticos (n=5) e sintomáticos (n=9), sendo que 2 foram internados com tromboembolismo e 7 tinham insuficiência cárdica congestiva. Na avaliação do exame físico verificaram-se alterações à auscultação cardíaca (como presença de sopro em 11 animais) e respiratória (como dispneia presente em 5 gatos), ausência de pulso (n=2) e paresia do membro pélvico (n=2). Em relação aos exames complementares como a radiografia torácica verificou-se a presença de derrame pleural (n=1), cardiomegalia (n=1) e um padrão intersticial/alveolar compatível com edema pulmonar (n=7). À ecocardiografia todos os animais tinham hipertrofia ventricular esquerda (>6mm), 11 tinham disfunção diastólica, 10 tinham dilatação atrial esquerda, 6 tinham presença de smoke ou trombo intracardíaco, e 5 apresentavam obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo e movimento sistólico anterior da válvula mitral. Quanto ao diagnóstico clínico, 5 gatos tinham cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, enquanto que os restantes 9 apresentavam cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva. No que diz respeito aos fármacos utilizados 4 animais não receberam qualquer tratamento e aos restantes 10 foi-lhe administrado um ou mais fármacos, como antitrombóticos (n=9 gatos), diuréticos (n=8), benazepril (n=7) e atenolol (n=5). Deste trabalho conclui-se: que qualquer gato pode ser afetado pela doença independentemente da idade ou género; que o sopro e a dispneia são as alterações principais nestes animais; que a radiografia e a ecocardiografia são os exames complementares mais utilizados; e que o tratamento e prognóstico variam com os sinais clínicos e ecocardiográficos apresentados pelo animal, sendo diferente para cada caso. |
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