Consumo nutricional e padrões alimentares de grávidas portuguesas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10198/24754 |
Resumo: | A gravidez é uma fase do ciclo de vida da mulher em que ocorrem inúmeras alterações, pois o seu corpo adapta-se para desenvolvimento e crescimento do feto no seu interior. Existem vários fatores que afetam a saúde na gravidez, bem como o desenvolvimento e o crescimento fetal e que podem ter implicações nefastas na saúde futura de ambos, entre eles a alimentação, pelo que o aporte de nutrientes deve ser o adequado. A avaliação da adequação da alimentação pode realizar-se através da análise dos alimentos ou nutrientes ingeridos, contudo, a determinação de padrões alimentares de um determinado grupo populacional permite avaliar a alimentação no seu todo sem se focar de forma isolada em alimentos ou nutrientes. A análise de padrões alimentares possibilita ter uma perceção mais abrangente da qualidade da dieta, permitindo melhorar as recomendações para determinado grupo populacional de acordo com as especificidades encontradas, e promover uma melhor saúde da população. Objetivo: Pretende-se com este trabalho, estudar padrões alimentares de grávidas portuguesas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal numa amostra de 704 grávidas portuguesas (idade mediana= 33 anos). Avaliou-se a ingestão dietética e alimentar durante a gravidez através de um questionário de frequência alimentar. Através da consulta do boletim da grávida obtiveram-se dados sociodemográficos, antecedentes pessoais maternos, consumo habitual de álcool e tabaco, comorbilidades e registos clínicos. Relativamente à análise estatística, foram definidos 26 grupos de alimentos para a identificação dos padrões alimentares a posteriori, e utilizou-se o algoritmo K-means. Na comparação das medianas relativas à ingestão alimentar e nutricional estimada, entre os diferentes padrões alimentares, aplicou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Na presença de diferenças significativas, a comparação múltipla das médias das ordens realizou-se através do teste post-hoc Fisher-Least Significant Difference (LSD). Resultados: Foram identificados três padrões alimentares, Fruta&Hortícolas, Laticínios e Baixo consumo. O padrão denominado Frutas&Hortícolas, caracterizou-se por um consumo superior de hortícolas e fruta fresca, assim como de leguminosas, peixe, fibra dietética, ácido fólico e ferro, também apresentou um menor consumo de produtos de pastelaria, fast-food e bebidas açucaradas que as restantes grávidas. Verificou-se que as participantes que integraram este padrão eram as que mais cumpriam as recomendações nutricionais para hidratos de carbono, fibra dietética, lípidos, cobre, ácido fólico e vitamina C, eram mais velhas, fumavam menos antes da gravidez e apresentavam uma maior percentagem com escolaridade superior a 12 anos de escolaridade e com profissão qualificada. O padrão alimentar designado Lacticínios, apresentou um consumo maior de alimentos do grupo lacticínios, bem como pastelaria, bebidas açucaradas e doces. As grávidas que integraram este padrão apresentaram maior consumo de proteína, gordura saturada e cálcio. Observou-se neste padrão uma maior percentagem de adequação do consumo alimentar no cálcio, ferro, magnésio, zinco, selénio, sódio e vitamina D. Observaram-se maiores hábitos tabágicos antes da gravidez nas grávidas pertencentes a este padrão. O padrão alimentar designado por Baixo consumo caracterizou-se por apresentar um menor consumo na maioria dos grupos de alimentos, apresentou um consumo energético estatisticamente inferior aos restantes padrões, assim como em todos os nutrientes analisados. Este padrão integrou mais de metade das participantes, e apresentou uma percentagem de grávidas com profissão não qualificada (45%) superior à dos restantes padrões. Conclusões: A identificação e o estudo de padrões alimentares é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade da dieta. A alimentação das grávidas é um fator de risco para a saúde materna e fetal, que pode ter implicações na saúde futura da população, pelo que conhecer o consumo alimentar e nutricional deste grupo populacional, com recurso aos padrões alimentares permite avaliar de uma forma mais global a dieta, possibilitando melhorar as recomendações e promover uma melhor saúde da população em geral. |
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A análise de padrões alimentares possibilita ter uma perceção mais abrangente da qualidade da dieta, permitindo melhorar as recomendações para determinado grupo populacional de acordo com as especificidades encontradas, e promover uma melhor saúde da população. Objetivo: Pretende-se com este trabalho, estudar padrões alimentares de grávidas portuguesas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal numa amostra de 704 grávidas portuguesas (idade mediana= 33 anos). Avaliou-se a ingestão dietética e alimentar durante a gravidez através de um questionário de frequência alimentar. Através da consulta do boletim da grávida obtiveram-se dados sociodemográficos, antecedentes pessoais maternos, consumo habitual de álcool e tabaco, comorbilidades e registos clínicos. Relativamente à análise estatística, foram definidos 26 grupos de alimentos para a identificação dos padrões alimentares a posteriori, e utilizou-se o algoritmo K-means. Na comparação das medianas relativas à ingestão alimentar e nutricional estimada, entre os diferentes padrões alimentares, aplicou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Na presença de diferenças significativas, a comparação múltipla das médias das ordens realizou-se através do teste post-hoc Fisher-Least Significant Difference (LSD). Resultados: Foram identificados três padrões alimentares, Fruta&Hortícolas, Laticínios e Baixo consumo. O padrão denominado Frutas&Hortícolas, caracterizou-se por um consumo superior de hortícolas e fruta fresca, assim como de leguminosas, peixe, fibra dietética, ácido fólico e ferro, também apresentou um menor consumo de produtos de pastelaria, fast-food e bebidas açucaradas que as restantes grávidas. Verificou-se que as participantes que integraram este padrão eram as que mais cumpriam as recomendações nutricionais para hidratos de carbono, fibra dietética, lípidos, cobre, ácido fólico e vitamina C, eram mais velhas, fumavam menos antes da gravidez e apresentavam uma maior percentagem com escolaridade superior a 12 anos de escolaridade e com profissão qualificada. O padrão alimentar designado Lacticínios, apresentou um consumo maior de alimentos do grupo lacticínios, bem como pastelaria, bebidas açucaradas e doces. As grávidas que integraram este padrão apresentaram maior consumo de proteína, gordura saturada e cálcio. Observou-se neste padrão uma maior percentagem de adequação do consumo alimentar no cálcio, ferro, magnésio, zinco, selénio, sódio e vitamina D. Observaram-se maiores hábitos tabágicos antes da gravidez nas grávidas pertencentes a este padrão. O padrão alimentar designado por Baixo consumo caracterizou-se por apresentar um menor consumo na maioria dos grupos de alimentos, apresentou um consumo energético estatisticamente inferior aos restantes padrões, assim como em todos os nutrientes analisados. Este padrão integrou mais de metade das participantes, e apresentou uma percentagem de grávidas com profissão não qualificada (45%) superior à dos restantes padrões. Conclusões: A identificação e o estudo de padrões alimentares é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade da dieta. A alimentação das grávidas é um fator de risco para a saúde materna e fetal, que pode ter implicações na saúde futura da população, pelo que conhecer o consumo alimentar e nutricional deste grupo populacional, com recurso aos padrões alimentares permite avaliar de uma forma mais global a dieta, possibilitando melhorar as recomendações e promover uma melhor saúde da população em geral.Pregnancy is a phase of a woman's life cycle in which numerous changes occurs. The woman's body adapts to the development and growth of the fetus inside. Several factors can affect health during pregnancy, as well as fetal development and growth, which can have disastrous implications for the future health of both, including nutrition. Therefore, the supply of nutrients must be adequate. The assessment of dietary adequacy can be carried out through the analysis of the food or nutrients ingested. However, the determination of the specific dietary pattern of a given population group allows the assessment of food as a whole, without focusing on food or nutrients. Moreover, allows a broader perception of the quality of the diet, making possible to improve the recommendations for a given population group according to the specificities found, and to promote better health in the population. Objective: The aim of this work is to study the eating patterns of pregnant portuguese women. Methodology: A cross-sectional study was carried out on a sample of 704 pregnant portuguese women (median age = 33 years). Dietary and food intake during pregnancy was assessed using a food frequency questionnaire. By consulting the pregnant woman's report, sociodemographic data, maternal personal history, habitual consumption of alcohol and tobacco, comorbidities, and clinical records were obtained. Regarding the statistical analysis, 26 food groups were defined to identify a posteriori food patterns using the K-means algorithm. Median food and nutrient intakes were compared between dietary patterns using the nonparametric Kruskal-Wallis test. In the presence of significant differences, the multiple comparisons of order means were performed using the Fisher-Least Significant Difference (LSD) posthoc test. Results: Three dietary patterns were identified “fruit&vegetables”, “dairy products”, and “low intake”. The "fruits&vegetables" pattern, which was characterized by higher consumption of vegetables and fresh fruit, as well as pulses, fish, dietary fiber, folic acid, and iron, was also associated with lower consumption of pastries, fast food, and sugary drinks than the rest of the pregnant population. It was found that the participants who integrated this pattern were the ones who most complied with the nutritional recommendations for carbohydrates, dietary fiber, lipids, copper, folic acid, and vitamin C, were older, smoked less before pregnancy, and had a higher percentage of more than 12 years of schooling and a qualified profession. The food pattern known as "dairy products" showed a higher consumption of foods from the dairy group, as well as pastries, sugary drinks, and sweets. Pregnant women who integrated this pattern had higher consumption of protein, saturated fat, and calcium. In this pattern, a higher percentage of adequacy of dietary intake in calcium, iron, magnesium, zinc, selenium, sodium, and vitamin D was observed. Greater smoking habits were observed before pregnancy in pregnant women belonging to this pattern. The dietary pattern designated as "Low intake" was characterized by having a lower consumption in most food groups and presented a statistically lower energy consumption than the other patterns, as well as in all analyzed nutrients. This pattern included more than half of the participants and had a higher percentage of pregnant women with an unskilled profession (45%) than the other patterns. Conclusions: The identification and study of dietary patterns is a tool to assess the quality of the diet. Feeding pregnant women is a risk factor for maternal and fetal health, which may have implications for the future health of the population. Knowing the food and nutritional consumption of this population group, using dietary patterns, allows for a more global assessment of the diet, making it possible to improve recommendations and promote better health in the general population.Almeida-de-Souza, JulianaDias, L.G.Biblioteca Digital do IPBNogueira, Clotilde2022-01-19T13:49:42Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/24754TID:202887782porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T10:55:48Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/24754Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:15:41.802149Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A gravidez é uma fase do ciclo de vida da mulher em que ocorrem inúmeras alterações, pois o seu corpo adapta-se para desenvolvimento e crescimento do feto no seu interior. Existem vários fatores que afetam a saúde na gravidez, bem como o desenvolvimento e o crescimento fetal e que podem ter implicações nefastas na saúde futura de ambos, entre eles a alimentação, pelo que o aporte de nutrientes deve ser o adequado. A avaliação da adequação da alimentação pode realizar-se através da análise dos alimentos ou nutrientes ingeridos, contudo, a determinação de padrões alimentares de um determinado grupo populacional permite avaliar a alimentação no seu todo sem se focar de forma isolada em alimentos ou nutrientes. A análise de padrões alimentares possibilita ter uma perceção mais abrangente da qualidade da dieta, permitindo melhorar as recomendações para determinado grupo populacional de acordo com as especificidades encontradas, e promover uma melhor saúde da população. Objetivo: Pretende-se com este trabalho, estudar padrões alimentares de grávidas portuguesas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal numa amostra de 704 grávidas portuguesas (idade mediana= 33 anos). Avaliou-se a ingestão dietética e alimentar durante a gravidez através de um questionário de frequência alimentar. Através da consulta do boletim da grávida obtiveram-se dados sociodemográficos, antecedentes pessoais maternos, consumo habitual de álcool e tabaco, comorbilidades e registos clínicos. Relativamente à análise estatística, foram definidos 26 grupos de alimentos para a identificação dos padrões alimentares a posteriori, e utilizou-se o algoritmo K-means. Na comparação das medianas relativas à ingestão alimentar e nutricional estimada, entre os diferentes padrões alimentares, aplicou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Na presença de diferenças significativas, a comparação múltipla das médias das ordens realizou-se através do teste post-hoc Fisher-Least Significant Difference (LSD). Resultados: Foram identificados três padrões alimentares, Fruta&Hortícolas, Laticínios e Baixo consumo. O padrão denominado Frutas&Hortícolas, caracterizou-se por um consumo superior de hortícolas e fruta fresca, assim como de leguminosas, peixe, fibra dietética, ácido fólico e ferro, também apresentou um menor consumo de produtos de pastelaria, fast-food e bebidas açucaradas que as restantes grávidas. Verificou-se que as participantes que integraram este padrão eram as que mais cumpriam as recomendações nutricionais para hidratos de carbono, fibra dietética, lípidos, cobre, ácido fólico e vitamina C, eram mais velhas, fumavam menos antes da gravidez e apresentavam uma maior percentagem com escolaridade superior a 12 anos de escolaridade e com profissão qualificada. O padrão alimentar designado Lacticínios, apresentou um consumo maior de alimentos do grupo lacticínios, bem como pastelaria, bebidas açucaradas e doces. As grávidas que integraram este padrão apresentaram maior consumo de proteína, gordura saturada e cálcio. Observou-se neste padrão uma maior percentagem de adequação do consumo alimentar no cálcio, ferro, magnésio, zinco, selénio, sódio e vitamina D. Observaram-se maiores hábitos tabágicos antes da gravidez nas grávidas pertencentes a este padrão. O padrão alimentar designado por Baixo consumo caracterizou-se por apresentar um menor consumo na maioria dos grupos de alimentos, apresentou um consumo energético estatisticamente inferior aos restantes padrões, assim como em todos os nutrientes analisados. Este padrão integrou mais de metade das participantes, e apresentou uma percentagem de grávidas com profissão não qualificada (45%) superior à dos restantes padrões. Conclusões: A identificação e o estudo de padrões alimentares é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade da dieta. A alimentação das grávidas é um fator de risco para a saúde materna e fetal, que pode ter implicações na saúde futura da população, pelo que conhecer o consumo alimentar e nutricional deste grupo populacional, com recurso aos padrões alimentares permite avaliar de uma forma mais global a dieta, possibilitando melhorar as recomendações e promover uma melhor saúde da população em geral. |
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