Caracterização mineralógica e geoquímica de testemunhos de sondagem do sector da mina de Argozelo: importância na orientação de campanhas de prospeção de Sn e W

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisco, Pedro Martins da Cruz
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/45364
Resumo: Relatório de estágio de mestrado, Geologia Económica (Prospeção Mineral) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2020
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spelling Caracterização mineralógica e geoquímica de testemunhos de sondagem do sector da mina de Argozelo: importância na orientação de campanhas de prospeção de Sn e WMineralizações filonianas de Sn-WDepósito magmático-hidrotermalMina de ArgozeloAssociação Sn-W-P-FRelatórios de estágio de mestrado - 2020Departamento de GeologiaRelatório de estágio de mestrado, Geologia Económica (Prospeção Mineral) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2020O jazigo estano-volframítico de Argozelo corresponde a uma mineralização filoniana enquadrada no sector NE da Zona Centro-Ibérica e integrada na “Província metalogenética estano-tungstífera Ibérica”. Os jazigos de Argozelo, Ribeira e Paredes encontram-se espacialmente correlacionados segundo um alinhamento regional coincidente com o eixo do antiforma Chaves-Miranda do Douro. Nos sectores de Paredes e Ribeira constata-se a existência de cúpulas graníticas aflorantes, porém, em Argozelo estas ainda não foram documentadas. O interesse mineiro nesta região originou diversos estudos e trabalhos acerca destas minas, contudo, ainda permanecem muitas questões em aberto sobre a formação destes depósitos minerais. Uma recente campanha de sondagens, por parte da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro SA, no sector da mina de Argozelo veio possibilitar a realização de estudos mais aprofundados sobre a mineralização filoniana. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo apresentar informações que contribuam para a compreensão de questões fundamentais relativamente à formação e evolução do sistema mineralizante de Argozelo, mais concretamente sobre: (i) o modelo paragenético da mineralização; (ii) a formação e evolução química do fluido mineralizante; (iii) a definição de características do modelo metalogenético de Argozelo; e (iv) fatores que contribuíram para o enriquecimento em Sn e W. Neste âmbito, foi efetuada uma extensa amostragem representativa dos testemunhos de sondagem para estudos detalhados de petrografia e química mineral. A partir das observações macro- e microscópicas, foram identificados 4 tipos de veios, denominados, segundo a sua cronologia relativa, como Fase I, Fase II, Fase III e Fase IV. Constatou-se ainda a existência de dois tipos de veios mineralizados da fase III: veios de abertura, circulação de fluido mineralizante e precipitação de minerais (mais comuns) e veios metassomáticos desenvolvidos por processos de crescimento difusivo. Com base nos dados e informações de natureza petrográfica e química, depreende-se que a evolução paragenética da mineralização de Argozelo pode ser descrita por 5 estádios de deposição: Estádio da Salbanda Moscovítica (ESM); Estádio Principal dos Óxido-Silicatos (EPOS); Estádio Principal dos Sulfuretos (EPS); Estádio de Alteração dos Sulfuretos (EAS); e Estádio Flúor-Carbonatado Tardio (EFCT). Sugere-se que o sistema mineralizante de Argozelo corresponda à evolução continua e polifásica de um único fluido hidrotermal. O percurso evolutivo da composição química do fluido mineralizante pode ser retratado num “telescoping”, traduzindo-se por um empobrecimento e enriquecimento relativo gradual dos elementos do sistema, à medida que se vai atingindo a solubilidade e precipitação dos diversos minerais que constituem a sequência paragenética. Tendo em conta esta paragénese e a variação química observada para as diversas fases minerais que a compõem, considera-se que o fluido hidrotermal seja marcado por concentrações iniciais elevadas de W, Sn, P, Mn, Ca e Ti, concentrações significativas de As, S, Fe, F e Nb e quantidades traço de Zn, Cu, Cd, Bi, Pb e Ag. Este fluido evolui para uma composição final dominada por Ca, F, Fe e S, com concentrações significativas de Bi, Ag e Pb e valores traço de W. As concentrações elevadas de Ca no sistema mineralizante, atestam a importância de uma contribuição metassedimentar, por processos de interação fluido-rocha com níveis carbonatados da sequência encaixante local do CXG. O estudo da associação volframite-scheelite e da coexistente flúor-apatite permitiu verificar o aumento relativo e progressivo da razão Ca/(Fe+Mn) do fluido, e a sua importância nos fenómenos de substituição de volframite por scheelite, amplamente observada nos veios mineralizados. As elevadas quantidades de flúor-apatite presente nas mineralizações, sugerem a influência do P e F nos processos de enriquecimento, transporte e deposição de W e Sn. Considera-se, assim, que tanto o P como o F contribuíram para o enriquecimento do magma granítico residual em W e Sn, e que o P pode ter favorecido a concentração de W e influenciado a solubilidade e transporte do W no fluido hidrotermal. Tendo em conta a interessante relação estabelecida entre o W e P propõe-se que o fósforo possa ser utilizado como “pathfinder” em futuros trabalhos de prospeção e pesquisa em Argozelo ou em depósitos minerais de características semelhantes. Algumas características do modelo metalogenético do jazigo de Argozelo identificadas sugerem que: a mineralização estudada classifica-se como W(±Sn); a mineralização de Argozelo encontra-se associada, à semelhança dos jazigos de Ribeira e Paredes, a uma cúpula granítica, embora neste caso não identificada; os fluidos mineralizantes, responsáveis pela formação dos veios, têm uma natureza magmático-hidrotermal e uma componente resultante da interação com as rochas metassedimentares; e o sistema mineralizante apresenta características químicas de uma mineralização relativamente distal ao corpo intrusivo.The tin-tungsten ore deposit of Argozelo is a lode mineralization located in the NE sector of the Center-Iberian Zone and included in the “Sn-W Iberian metallogenetic province”. The ore deposits of Argozelo, Ribeira and Paredes are spatially correlated following a regional alignment coincident with the axis of the Chaves-Miranda do Douro antiform. In the Paredes and Ribeira areas outcropping granites are known, however, in Argozelo the presence of a granite body is yet to be documented. The mining interest in this region led to several studies and reports about these mines, but the understanding on the genesis of these ore deposits is still modest, raising some vital questions. The recent drilling campaign developed by EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro SA, in the Argozelo mine sector opens the possibility for more in-depth studies of its lode mineralization. Thus, the present work aims to present new information for the understanding of fundamental questions regarding the formation and evolution of the Argozelo mineralizing system, more specifically on: (i) the mineralization paragenetic model; (ii) the formation and chemical evolution of the mineralizing fluid; (iii) the definition of Argozelo’s metallogenetic model features; and (iv) factors that contributed to the Sn and W enrichment. An extensive and representative sampling of the EDM drill core was taken, for subsequent detailed petrographic and mineral chemistry studies. From the macro- and microscopic observations, 4 types of veins were recognized, according to relative chronology: Phase I, Phase II, Phase III and Phase IV. Two different types of Phase III veins were identified: veins formed by space opening, fluid injection and precipitation (most common) and metassomatic veins developed by diffusion processes. Based on petrographic and chemical data, it appears that the paragenetic sequence of Argozelo’s mineralized veins can be described by 5 depositional stages: Muscovite Selvage Formation Stage (MSF); Main Oxide-Silicate Stage (MOS); Main Sulfide Stage (MS); Sulfide Alteration Stage (SA); and Late Fluorine-Carbonate Stage (LFC). It is suggested that Argozelo mineralizing system is characterized by a single, continuous, and multistage hydrothermal fluid. The fluid´s compositional evolution can be portrayed as a “telescoping” system, where gradual and relative element impoverishment and enrichment is the result of reaching the solubility and precipitation of the various minerals that constitute the paragenetic sequence. Taking into account this paragenesis, and the chemical variation observed for the various mineral phases present, it is considered that the hydrothermal fluid is marked by high initial concentrations of W, Sn, P, Mn, Ca and Ti, significant concentrations of As, S, Fe, F and Nb and trace amounts of Zn, Cu, Cd, Bi, Pb and Ag. This fluid evolves into a final composition dominated by Ca, F, Fe and S, with significant concentrations of Bi, Ag and Pb and trace values of W. The high concentrations of Ca in the mineralizing system, points towards a significant metasedimentary contribution, due to fluid-rock interaction processes with carbonate-rich layers of the local CXG sequence. The study of the wolframite-scheelite association and the co-precipitated F-apatite suggests a relative and progressive increase in the Ca/(Fe + Mn) ratio of the fluid, and demonstrates its importance in the wolframite substitution by scheelite, frequently observed in mineralized veins. The high abundance of F-apatite present in mineralized veins, suggest the influence of P and F in the enrichment, transport and deposition processes of W and Sn. Thus, it is considered that both P and F contributed significantly for the W and Sn granitic melt enrichment, and that P may have favored W concentration and influenced W solubility in the hydrothermal fluid. Since W and P display a close relationship, it is proposed the use of P as a “pathfinder” for future research and exploration work in Argozelo or in similar ore deposits. Some identified features of the Argozelo metallogenetic model suggest that: the studied mineralization classifies as W(±Sn); the Argozelo mineralization is likely associated with a granitic cupola, resembling Ribeira and Paredes ore deposits; the mineralized vein forming fluids have a magmatic-hydrothermal nature and a component resulting from metassedimentary rock interaction; the chemistry of the mineralizing system suggests a somewhat distal mineralization relative to the magmatic source.Gaspar, Luís Miguel Guerreiro Galla, 1968-Santos, Pedro Rodrigo Alves dos,1983-Repositório da Universidade de LisboaFrancisco, Pedro Martins da Cruz2020-12-15T18:31:53Z202020202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/45364TID:202607259porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:47:12Zoai:repositorio.ul.pt:10451/45364Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:57:49.686153Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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