A comunicação dos profissionais de saúde com a pessoa com afasia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/32126 |
Resumo: | A afasia é uma perturbação linguístico-comunicativa decorrente de uma lesão neurológica, prevalente em cerca de 1/3 dos sobreviventes de AVC. A pessoa com afasia (PCA) apresenta habitualmente outras manifestações clínicas, de forma crónica, requerendo cuidados de saúde ao longo da vida. A PCA tem, assim, um contacto frequente com diferentes profissionais de saúde (PS), os quais devem estar devidamente preparados para que a comunicação possa ser estabelecida com sucesso. Apesar de ser reconhecido que as boas práticas na área da saúde exigem competências de comunicação, nem todos os PS parecem estar preparados para a comunicação com a PCA. Com este estudo pretendeu-se identificar as estratégias de comunicação utilizadas com as PCA por PS e estudantes finalistas (EF) formados em instituições de ensino superior portuguesas, assim como explorar os seus conhecimentos, formação e necessidades sobre a temática. Para tal, realizou-se um estudo exploratório, transversal, descritivo, qualitativo e quantitativo. Este implicou a elaboração de um questionário de autopreenchimento, validado por um painel de 7 peritos, o qual foi disponibilizado em formato online através de instituições de ensino superior ligadas à saúde, de organizações profissionais de PS e de redes sociais. A anonimização dos dados foi garantida, assim como os princípios éticos em investigação. Participaram neste estudo 197 PS e 26 EF. Os dados recolhidos demonstram que as estratégias de comunicação mais utilizadas são estratégias de caráter visual/ físico (ex.: gestos, imagens, escrita e desenho), para ambos os grupos estudados. O nível de conhecimento é reduzido por ambos os grupos estudados, mas a procura de (in)formação pode ser considerada elevada, ascendendo os 50% em ambos os grupos. Conclui-se assim que os PS/EF, formados em Portugal, parecem carecer de competências que reflitam o conhecimento e uso de estratégias facilitadoras adequadas e eficazes para a comunicação com cada PCA, embora tenham interesse em otimizar este processo. Atendendo ao número crescente de casos de afasia em Portugal, sugere-se que a comunicação com as PCA seja explorada de forma explícita, estruturada e inequívoca nos planos curriculares das várias áreas de saúde. |
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Com este estudo pretendeu-se identificar as estratégias de comunicação utilizadas com as PCA por PS e estudantes finalistas (EF) formados em instituições de ensino superior portuguesas, assim como explorar os seus conhecimentos, formação e necessidades sobre a temática. Para tal, realizou-se um estudo exploratório, transversal, descritivo, qualitativo e quantitativo. Este implicou a elaboração de um questionário de autopreenchimento, validado por um painel de 7 peritos, o qual foi disponibilizado em formato online através de instituições de ensino superior ligadas à saúde, de organizações profissionais de PS e de redes sociais. A anonimização dos dados foi garantida, assim como os princípios éticos em investigação. Participaram neste estudo 197 PS e 26 EF. Os dados recolhidos demonstram que as estratégias de comunicação mais utilizadas são estratégias de caráter visual/ físico (ex.: gestos, imagens, escrita e desenho), para ambos os grupos estudados. O nível de conhecimento é reduzido por ambos os grupos estudados, mas a procura de (in)formação pode ser considerada elevada, ascendendo os 50% em ambos os grupos. Conclui-se assim que os PS/EF, formados em Portugal, parecem carecer de competências que reflitam o conhecimento e uso de estratégias facilitadoras adequadas e eficazes para a comunicação com cada PCA, embora tenham interesse em otimizar este processo. Atendendo ao número crescente de casos de afasia em Portugal, sugere-se que a comunicação com as PCA seja explorada de forma explícita, estruturada e inequívoca nos planos curriculares das várias áreas de saúde.Aphasia is a linguistic-communicative disorder resulting from a neurological injury, prevalent in about 1/3 of stroke survivors. The person with aphasia (PWA) usually presents other chronic clinical manifestations, requiring health care throughout life. Therefore, the PWA has frequent contact with different health professionals (HP), who must be properly prepared so that communication can be successfully established. Although it is recognized that good practices in the health area require communication skills, not all HP seem to be prepared to communicate with the PWA. This study aimed to identify the communication strategies used with PWA by HP and final year students (FYS) trained in Portuguese higher education institutions, as well as to explore their knowledge, training and needs on the subject. To this end, an exploratory, cross-sectional, descriptive, qualitative and quantitative study was carried out. This involved the elaboration of a self-administered questionnaire, validated by a panel of 7 experts, which was made available in online format through health-related higher education institutions, professional organizations of HP and social networks. Data anonymization was guaranteed, as well as ethical principles in research. 197 HP and 26 FYS participated in this study. The data collected demonstrate that the most used communication strategies are visual/physical strategies (e.g. gestures, images, writing and drawing). The level of knowledge is low for both groups studied, but the demand for (in)formation can be considered high, rising to 50% in both groups. Thus, it is concluded that the HP/FYS, trained in Portugal, seem to lack skills that reflect the knowledge and use of adequate and effective facilitating strategies for communication with each PWA, although they are interested in optimizing this process. Given the growing number of cases of aphasia in Portugal, it is suggested that communication with the PWA be explored in an explicit, structured and unequivocal way in the curricula of the various health areas.2021-09-16T08:29:33Z2021-07-29T00:00:00Z2021-07-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/32126porJesus, Daniela Filipa Gomes deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:02:11Zoai:ria.ua.pt:10773/32126Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:03:57.995134Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A afasia é uma perturbação linguístico-comunicativa decorrente de uma lesão neurológica, prevalente em cerca de 1/3 dos sobreviventes de AVC. A pessoa com afasia (PCA) apresenta habitualmente outras manifestações clínicas, de forma crónica, requerendo cuidados de saúde ao longo da vida. A PCA tem, assim, um contacto frequente com diferentes profissionais de saúde (PS), os quais devem estar devidamente preparados para que a comunicação possa ser estabelecida com sucesso. Apesar de ser reconhecido que as boas práticas na área da saúde exigem competências de comunicação, nem todos os PS parecem estar preparados para a comunicação com a PCA. Com este estudo pretendeu-se identificar as estratégias de comunicação utilizadas com as PCA por PS e estudantes finalistas (EF) formados em instituições de ensino superior portuguesas, assim como explorar os seus conhecimentos, formação e necessidades sobre a temática. Para tal, realizou-se um estudo exploratório, transversal, descritivo, qualitativo e quantitativo. Este implicou a elaboração de um questionário de autopreenchimento, validado por um painel de 7 peritos, o qual foi disponibilizado em formato online através de instituições de ensino superior ligadas à saúde, de organizações profissionais de PS e de redes sociais. A anonimização dos dados foi garantida, assim como os princípios éticos em investigação. Participaram neste estudo 197 PS e 26 EF. Os dados recolhidos demonstram que as estratégias de comunicação mais utilizadas são estratégias de caráter visual/ físico (ex.: gestos, imagens, escrita e desenho), para ambos os grupos estudados. O nível de conhecimento é reduzido por ambos os grupos estudados, mas a procura de (in)formação pode ser considerada elevada, ascendendo os 50% em ambos os grupos. Conclui-se assim que os PS/EF, formados em Portugal, parecem carecer de competências que reflitam o conhecimento e uso de estratégias facilitadoras adequadas e eficazes para a comunicação com cada PCA, embora tenham interesse em otimizar este processo. Atendendo ao número crescente de casos de afasia em Portugal, sugere-se que a comunicação com as PCA seja explorada de forma explícita, estruturada e inequívoca nos planos curriculares das várias áreas de saúde. |
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