Estudo RN4cast em Portugal: work engagement dos enfermeiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques-Pinto, Alexandra
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Henriques de Jesus, Élvio, Mendes, A., Fronteira, I
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/36965
Resumo: Contexto: O engagement (envolvimento) com o trabalho pode definir-se como um estado cognitivo-afectivo positivo, persistente, relacionado com o trabalho e que se caracteriza por vigor, dedicação e absorção. Investigações têm demonstrado que as organizações com maiores níveis de engagement entre os seus colaboradores tendem a apresentar melhores resultados quantitativos e qualitativos, assim como melhor satisfação, saúde e bem-estar dos seus clientes e colaboradores. Não obstante, estudos de âmbito mais alargado, particularmente na enfermagem, são ainda requeridos. Objectivo: Descrever a percepção dos enfermeiros de serviços médico-cirúrgicos dos hospitais portugueses relativamente aos níveis de envolvimento com o trabalho e sua relação com algumas variáveis sociodemográficas e profissionais. Material e métodos: Estudo quantitativo, observacional, transversal, analítico, envolvendo 2.235 enfermeiros de unidades médico-cirúrgicas de adultos de 31 Hospitais portugueses. Os dados foram colhidos através da aplicação da Utrecht Work Engagement Scale (UWES) e de um questionário sociodemográfico e tratados com recurso à estatística descritiva e analítica. Resultados: Os participantes apresentaram valores médios elevados de engagement, porém com níveis diferenciais entre regiões, hospitais e serviços. Uma clara diferenciação em relação à idade, à experiência profissional e ao sexo foi igualmente verificada. As enfermeiras apresentaram, de modo significativo (p≤0,01), maiores níveis de envolvimento com o trabalho, assim como os indivíduos dos grupos etários e de experiência profissional extremos. Conclusão: Não obstante os níveis médios de engagement elevados, as diferenças verificadas entre as regiões, hospitais e serviços revelam a importância das condições organizacionais na explicação deste fenómeno. Por outro lado, a clara diferenciação dos níveis de engagement relacionados com a idade, a experiência profissional e o sexo, numa amostra maioritariamente feminina, e na qual os anos críticos para diminuição do engagement coincidem com as fases da vida onde poderão existir mais conflitos de desempenho de papéis familiares e profissionais, deverão merecer especial atenção por parte das diferentes entidades responsáveis pelos sistemas de prestação de cuidados de enfermagem e pelos líderes da profissão. Estudos longitudinais, de casos de sucesso/insucesso e em outros contextos de cuidados são recomendados. Background: Work engagement may be defined as a persistent, positive, work-related affective-cognitive state of mind that is characterized by vigor, dedication and absorption. Studies have shown that the organizations with high levels of engagement among their employees usually have better quantitative and qualitative results, as well as higher levels of satisfaction, health and well-being of their clients and employees. Nevertheless, broader studies are still required, particularly in the nursing field. Objective: To describe the perception of the nurses of adult medical-surgical services of Portuguese hospitals regarding the work engagement levels and their association with some socio-demographic and professional variables. Material and Methods: A cross-sectional, analytical, observational, quantitative study was conducted with a sample of 2.235 nurses of adult medical-surgical services of 31 Portuguese Hospitals. Data were collected using the Utrecht Work Engagement Scale (UWES) and a socio-demographic questionnaire, and analyzed using analytical and descriptive statistics. Results: The participants showed high mean levels of engagement; however, different levels were found between regions, hospitals and services. A clear difference in age, professional experience and gender was also observed. Female nurses showed significantly higher levels of work engagement (p≤0.01), as well as individuals at the extremes of the age groups and professional experience. Conclusion: Despite the high mean levels of engagement, the differences observed between regions, hospitals and services reveal the importance of organizational conditions in explaining this phenomenon. On the other hand, given that this sample was mostly composed of females and that the critical years to decrease engagement coincide with the life stages in which there may be more conflicts regarding to the performance of familiar and professional roles, the clear differences in age, professional experience and gender regarding the levels of engagement should receive special attention from the various institutions providing nursing care and the leaders of the profession. Longitudinal studies on cases of success/failure and in other care settings should be developed.
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Objectivo: Descrever a percepção dos enfermeiros de serviços médico-cirúrgicos dos hospitais portugueses relativamente aos níveis de envolvimento com o trabalho e sua relação com algumas variáveis sociodemográficas e profissionais. Material e métodos: Estudo quantitativo, observacional, transversal, analítico, envolvendo 2.235 enfermeiros de unidades médico-cirúrgicas de adultos de 31 Hospitais portugueses. Os dados foram colhidos através da aplicação da Utrecht Work Engagement Scale (UWES) e de um questionário sociodemográfico e tratados com recurso à estatística descritiva e analítica. Resultados: Os participantes apresentaram valores médios elevados de engagement, porém com níveis diferenciais entre regiões, hospitais e serviços. Uma clara diferenciação em relação à idade, à experiência profissional e ao sexo foi igualmente verificada. As enfermeiras apresentaram, de modo significativo (p≤0,01), maiores níveis de envolvimento com o trabalho, assim como os indivíduos dos grupos etários e de experiência profissional extremos. Conclusão: Não obstante os níveis médios de engagement elevados, as diferenças verificadas entre as regiões, hospitais e serviços revelam a importância das condições organizacionais na explicação deste fenómeno. Por outro lado, a clara diferenciação dos níveis de engagement relacionados com a idade, a experiência profissional e o sexo, numa amostra maioritariamente feminina, e na qual os anos críticos para diminuição do engagement coincidem com as fases da vida onde poderão existir mais conflitos de desempenho de papéis familiares e profissionais, deverão merecer especial atenção por parte das diferentes entidades responsáveis pelos sistemas de prestação de cuidados de enfermagem e pelos líderes da profissão. Estudos longitudinais, de casos de sucesso/insucesso e em outros contextos de cuidados são recomendados. Background: Work engagement may be defined as a persistent, positive, work-related affective-cognitive state of mind that is characterized by vigor, dedication and absorption. Studies have shown that the organizations with high levels of engagement among their employees usually have better quantitative and qualitative results, as well as higher levels of satisfaction, health and well-being of their clients and employees. Nevertheless, broader studies are still required, particularly in the nursing field. Objective: To describe the perception of the nurses of adult medical-surgical services of Portuguese hospitals regarding the work engagement levels and their association with some socio-demographic and professional variables. Material and Methods: A cross-sectional, analytical, observational, quantitative study was conducted with a sample of 2.235 nurses of adult medical-surgical services of 31 Portuguese Hospitals. Data were collected using the Utrecht Work Engagement Scale (UWES) and a socio-demographic questionnaire, and analyzed using analytical and descriptive statistics. Results: The participants showed high mean levels of engagement; however, different levels were found between regions, hospitals and services. A clear difference in age, professional experience and gender was also observed. Female nurses showed significantly higher levels of work engagement (p≤0.01), as well as individuals at the extremes of the age groups and professional experience. Conclusion: Despite the high mean levels of engagement, the differences observed between regions, hospitals and services reveal the importance of organizational conditions in explaining this phenomenon. On the other hand, given that this sample was mostly composed of females and that the critical years to decrease engagement coincide with the life stages in which there may be more conflicts regarding to the performance of familiar and professional roles, the clear differences in age, professional experience and gender regarding the levels of engagement should receive special attention from the various institutions providing nursing care and the leaders of the profession. 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