A crise dos refugiados: sequências narrativas e emoção em crónicas/reportagens ou a narrativa ao serviço da persuasão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752020000200006 |
Resumo: | Pretende mostrar-se, num corpus ad hoc de textos dos média centrados na crise dos refugiados, de que forma alguns mecanismos linguísticos e, mais especificamente, enunciativo-pragmáticos contribuem para a construção de um discurso empático, usado para fins argumentativos. Esses textos jornalísticos estão entre a crónica e a reportagem. Tomam partido, embora não o façam explicitamente, através de um conjunto de argumentos lógicos, objetivamente arrumados e assumidos pelo locutor, mas antes através de narrativas que têm os refugiados como fonte de informação e como protagonistas e, às vezes, como narradores primeiros. Por meio dessas narrativas, o locutor procura aproximar-se da vivência trágica relatada pelos refugiados e trazê-la para perto do leitor, cuja empatia (Lencastre, 2011) visa conquistar. A empatia linguística (Rabatel, 2017) traduz-se em mecanismos enunciativos como pôr-se no lugar do outro, assumindo a sua voz, para compreender o seu ponto de vista. As sequências narrativas, mas também as descritivas e dialogais (Adam, 2005) estão ao serviço dessa empatia, através da qual se procura conseguir a persuasão do alocutário. Serão elencados vários mecanismos que contribuem para a mesma estratégia discursiva de convencimento do alocutário, através da patemização do discurso. Conclui-se que a emoção no discurso (Plantin, 2011), que leva à empatia, é maior se for protagonizada pela voz de pessoas com nome e histórias situadas em espaços que se podem descrever, pondo palavras relatadas, narrativas e descrições ao serviço da construção da tese que os locutores jornalistas defendem. |
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