A multiplicidade da apreciação estética : o falso e os seus metamorfismos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/62238 |
Resumo: | A presente dissertação, intitulada A Multiplicidade da Apreciação Estética: O Falso e Os Seus Metamorfismos, incide no estudo da nossa apreciação estética da arte e a nossa relação com esta, pretendendo entender como esta se muta perante um falso e o porquê de tal acontecer. Que a nossa experiência estética se muta perante um falso não é uma perspetiva nova, pelo contrário é um facto conhecido. Todos o sentimos quando somos confrontados com um falso ou com uma notícia da sua existência. E se, hoje em dia, os falsos são um tópico controverso pelas consequências que deixam na história e no mercado da arte, nem sempre foi assim. A verdade é que durante muito tempo, as cópias das obras de arte não eram vistas como algo de errado ou imoral. Ao longo da história da arte existiram momentos em que a criação de falsificações era vista como banal, ou uma homenagem ao artista original e, até, uma simples maneira de praticar a técnica artística, o que, hoje em dia, nos parece impossível, tendo em mente o repúdio que temos por estes objetos. Porém, as noções que hoje criam em nós esse repúdio e essa recusa das cópias nem sempre existiram; foram aparecendo com a evolução da história, alterando no caminho as nossas perceções da arte e destes objetos. As noções de aura e autenticidade, de autoria e moralidade apareceram, como consequências da nossa evolução social e foram aplicadas a todas as áreas que constroem a nossa sociedade. Foi assim que as cópias passaram de algo banal a ser encarados como falsos e imorais a serem negados. O tema tornou-se tabu. A sua existência paira sob os agentes do mundo da arte, mas não a reconhecemos; muitas vezes recusamos qualquer discussão sobre ela. Até que um caso seja revelado ao público e aí somos forçados a encarar a sua existência; mas, mesmo assim, os especialistas são presos pelo medo de perder as suas credenciais quando erradamente identificam uma obra – muitas das vezes, tendo mais represálias que os próprios falsificadores. Admitindo que é um tópico controverso e não querendo ilibar os falsos da sua imoralidade, a intenção da presente dissertação é compreender como as noções de aura de Walter Benjamin, autoria a partir dos ensaios de Michel Foucault e Roland Barthes e moralidade através de Noël Carroll se interligam na nossa experiência estética, condicionando-a e levando-nos a repudiar os falsos. |
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A multiplicidade da apreciação estética : o falso e os seus metamorfismosDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesA presente dissertação, intitulada A Multiplicidade da Apreciação Estética: O Falso e Os Seus Metamorfismos, incide no estudo da nossa apreciação estética da arte e a nossa relação com esta, pretendendo entender como esta se muta perante um falso e o porquê de tal acontecer. Que a nossa experiência estética se muta perante um falso não é uma perspetiva nova, pelo contrário é um facto conhecido. Todos o sentimos quando somos confrontados com um falso ou com uma notícia da sua existência. E se, hoje em dia, os falsos são um tópico controverso pelas consequências que deixam na história e no mercado da arte, nem sempre foi assim. A verdade é que durante muito tempo, as cópias das obras de arte não eram vistas como algo de errado ou imoral. Ao longo da história da arte existiram momentos em que a criação de falsificações era vista como banal, ou uma homenagem ao artista original e, até, uma simples maneira de praticar a técnica artística, o que, hoje em dia, nos parece impossível, tendo em mente o repúdio que temos por estes objetos. Porém, as noções que hoje criam em nós esse repúdio e essa recusa das cópias nem sempre existiram; foram aparecendo com a evolução da história, alterando no caminho as nossas perceções da arte e destes objetos. As noções de aura e autenticidade, de autoria e moralidade apareceram, como consequências da nossa evolução social e foram aplicadas a todas as áreas que constroem a nossa sociedade. Foi assim que as cópias passaram de algo banal a ser encarados como falsos e imorais a serem negados. O tema tornou-se tabu. A sua existência paira sob os agentes do mundo da arte, mas não a reconhecemos; muitas vezes recusamos qualquer discussão sobre ela. Até que um caso seja revelado ao público e aí somos forçados a encarar a sua existência; mas, mesmo assim, os especialistas são presos pelo medo de perder as suas credenciais quando erradamente identificam uma obra – muitas das vezes, tendo mais represálias que os próprios falsificadores. Admitindo que é um tópico controverso e não querendo ilibar os falsos da sua imoralidade, a intenção da presente dissertação é compreender como as noções de aura de Walter Benjamin, autoria a partir dos ensaios de Michel Foucault e Roland Barthes e moralidade através de Noël Carroll se interligam na nossa experiência estética, condicionando-a e levando-nos a repudiar os falsos.This dissertation, entitled The Multiplicity of Aesthetic Appreciation: The False and Its Metamorphisms, focuses on the study of our aesthetic evaluation of art and our relationship with it, intending to understand how it changes in the face of a false and why this happens. That our aesthetic experience changes in the face of something false is not a new perspective, on the contrary it is a known fact. All the feelings when we are confronted with a fake or with news of its existence. And if, nowadays, fakes are a controversial topic due to the consequences they leave on history and the art market, it wasn't always like that. The truth is that for a long time, copies of works of art were not seen as something wrong or immoral. Throughout the history of art there have been moments when the creation of forgeries was seen as banal, or as a tribute to the original artist, and even as a simple way of practicing artistic technique, which, nowadays, seems impossible to us, given that in mind the repudiation we have for these objects. However, the notions that today create in us this repudiation and refusal of copies do not always exist; They appeared with the evolution of history, changing our perceptions of art and these objects along the way. The notions of aura and consequences, of authorship and morality emerged as consequences of our social evolution and were applied to all areas that build our society. This is how copies went from something banal to being seen as false and immoral to being denied. The topic became taboo. Its existence is under the influence of art world agents, but we do not confirm it; we often refuse any discussion of it. Until a case is revealed to the public and then we are forced to face its existence; But even so, experts are trapped by the fear of losing their credentials when they mistakenly identify a work – often facing more reprisals than the forgers themselves. Admitting that it is a controversial topic and not wanting to exonerate the false ones of their immorality, the intention of this dissertation is to understand how Walter Benjamin's notions of aura, authorship from the essays of Michel Foucault and Roland Barthes and morality through Noël Carroll are they became intertwined with our aesthetic experience, conditioning it and leading us to repudiate false things.Lapa, PedroRepositório da Universidade de LisboaFélix, Ana Catarina Barata da Silva2024-01-25T15:31:42Z2023-11-282023-09-152023-11-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/62238TID:203430328porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-29T01:21:19Zoai:repositorio.ul.pt:10451/62238Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:58:40.078468Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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