Cabo Verde e o regime das águas arquipelágicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Giliardo Jorge Lopes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/39958
Resumo: O presente estudo trata de Cabo Verde enquanto um Estado arquipélago a luz do Direito do Mar e por isso sujeito ao regime jurídico das águas arquipelágicas e dos Estados arquipélagos, consagrado na parte IV da Convenção da Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. O regime jurídico das águas arquipelágicas evoluiu através de um longo processo iniciado ainda no século XIX, passando pelas discussões e propostas desenvolvidas no seio do Institut de Droit International, da escola de Direito de Harvard, na Conferência de Codificação de Haia, pelo caso das pescas Anglo-Norueguês apreciado pelo Tribunal Internacional de Justiça e pela primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, ancorada na unidade geográfica e no método para o traçado das linhas de base retas arquipelágicas. No entanto, é com as reivindicações da Indonésia e das Filipinas que se evidencia um verdadeiro passo evolutivo de extrema importância, pela introdução de novos elementos aos conceitos jurídicos de Estados arquipelágicos e águas arquipelágicas, tais como aspetos securitários do território ameaçada pela descontinuidade, a integridade da nação e do território e razões político-económicos. Assim, a Indonésia e as Filipinas, com a formação de um bloco de influência com os demais Estados que reivindicavam tal estatuto, conseguiram alcançar a consagração positiva do regime jurídico das águas arquipelágicas sob a epígrafe “Estados Arquipélagos”, regimentado o traçado das linhas de base arquipelágicas, a soberania dos Estados arquipélagos sobre as águas arquipelágicas e os direitos do Estados terceiros sobre as águas arquipelágicas. Constituindo mesmo uma importante novidade consagrada na parte IV da Convenção da Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982 e um modelo singular de apropriação de áreas marítimas pelos Estados costeiros. Pelo imperativo geográfico, Cabo Verde é um Estado arquipélago, constituído totalmente por um arquipélago formado por dez ilhas, estreitamente relacionado entre si, estimado historicamente como uma entidade geográfica, económica e política, tendo delimitado o seu perímetro arquipelágico através do traçado das linhas de base arquipelágicas, através das quais determina a largura do mar territorial, da zona económica exclusiva e da plataforma continental. Tem soberania sobre as águas arquipelágicas, independentemente da sua profundidade ou da sua distância da costa, porém, é uma soberania limitada pelos direitos da Estados terceiros sobre as águas arquipelágicas, inter alia o direito de passagem inofensiva pelas rotas marítimas arquipelágicas.
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No entanto, é com as reivindicações da Indonésia e das Filipinas que se evidencia um verdadeiro passo evolutivo de extrema importância, pela introdução de novos elementos aos conceitos jurídicos de Estados arquipelágicos e águas arquipelágicas, tais como aspetos securitários do território ameaçada pela descontinuidade, a integridade da nação e do território e razões político-económicos. Assim, a Indonésia e as Filipinas, com a formação de um bloco de influência com os demais Estados que reivindicavam tal estatuto, conseguiram alcançar a consagração positiva do regime jurídico das águas arquipelágicas sob a epígrafe “Estados Arquipélagos”, regimentado o traçado das linhas de base arquipelágicas, a soberania dos Estados arquipélagos sobre as águas arquipelágicas e os direitos do Estados terceiros sobre as águas arquipelágicas. Constituindo mesmo uma importante novidade consagrada na parte IV da Convenção da Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982 e um modelo singular de apropriação de áreas marítimas pelos Estados costeiros. Pelo imperativo geográfico, Cabo Verde é um Estado arquipélago, constituído totalmente por um arquipélago formado por dez ilhas, estreitamente relacionado entre si, estimado historicamente como uma entidade geográfica, económica e política, tendo delimitado o seu perímetro arquipelágico através do traçado das linhas de base arquipelágicas, através das quais determina a largura do mar territorial, da zona económica exclusiva e da plataforma continental. Tem soberania sobre as águas arquipelágicas, independentemente da sua profundidade ou da sua distância da costa, porém, é uma soberania limitada pelos direitos da Estados terceiros sobre as águas arquipelágicas, inter alia o direito de passagem inofensiva pelas rotas marítimas arquipelágicas.The present study deals with Cape Verde as an archipelagic State in the light of the Law of the Sea and therefore subject to the legal regime of archipelagic waters and archipelagic States, enshrined in part IV of the 1982 United Nations Convention on the Law of the Sea. Legal regime of archipelagic waters evolved through a long process begun in the nineteenth century, through the discussions and proposals developed within the Institut de Droit International, the Harvard Law School, the Codification Conference in The Hague, Anglo fisheries -Norwegian appreciated by the International Court of Justice and by the first United Nations Conference on the Law of the Sea, anchored in the geographic unit and the method for the drawing of archipelagic straight baselines. However, it is with the claims of Indonesia and the Philippines that a truly important evolutionary step is evidenced by the introduction of new elements to the legal concepts of archipelagic States and archipelagic waters, such as security aspects of the territory threatened by discontinuity, integrity of the nation and the territory and politicaleconomic reasons. Thus, Indonesia and the Philippines, with the formation of a block of influence with the other States that claimed such status, managed to achieve the positive consecration of the legal regime of the archipelagic waters under the heading "States Archipelagos", regimented the drawing of the lines of The sovereignty of the archipelagic States over archipelagic waters and the rights of third States over archipelagic waters. This is an important new development enshrined in Part IV of the United Nations Convention on the Law of the Sea of 1982 and a unique model of seafarer ownership by coastal States. Due to the geographical imperative, Cape Verde is an archipelago state, consisting entirely of an archipelago of ten islands, closely related to each other, historically considered as a geographic, economic and political entity, having delimited its archipelagic perimeter through the archipelagic baselines, through which it determines the breadth of the territorial sea, the exclusive economic zone and the continental shelf. It has sovereignty over archipelagic waters irrespective of its depth or distance from the coast, but it is a sovereignty limited by the rights of third states over archipelagic waters, inter alia the right of innocent passage through archipelagic sea lanes.Bastos, Fernando LoureiroRepositório da Universidade de LisboaNascimento, Giliardo Jorge Lopes2017-07-072050-12-01T00:00:00Z2017-07-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39958porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:59Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39958Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:43.697307Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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