De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/59615 |
Resumo: | As discussões no campo da Estética a respeito do conceito de autor ao longo do século XX e a sua permanência enquanto questão pertinente também no século XXI são fundamentais para uma melhor compreensão dos agentes do processo de produção artística, sob o qual residem, ainda hoje, algumas crenças quase dogmáticas na ideia de um fazer artístico baseado na imagem do génio criador, dotado, por sua vez, de um dom original. A complexa relação entre o papel desempenhado pelo artista-autor e os sentidos atribuídos à sua criação quando exposta ao mundo remete às questões mais fundamentais a respeito da necessidade de se aceitar os diferentes modos existentes de se promover a abertura de uma obra. No caso da música, isso passa por compreender e aceitar a função criadora que também pode ser desempenhada por aqueles que conhecemos como intérpretes quando da reexecução de um tema composto por outro indivíduo, seja em performances ao vivo, seja em regravações em álbuns, as quais tendem a ressignificar as canções e a ampliar o seu significado. A escolha pelo jazz justifica-se por ser um género musical que, muitas vezes, apresentase com um constante convite à abertura da obra por meio da dinâmica da improvisação dos músicos. Assim, com base na análise do que ocorre nas reinterpretações do repertório canónico do jazz e tendo como referência o caso específico da canção “My Funny Valentine”, de autoria atribuída a Richard Rodgers e Lorenz Hart, esta tese pretende demonstrar como a ideia de pensar em uma autoria que se manifesta a cada nova versão deste famoso tema mostra-se pertinente. |
id |
RCAP_96d59a33aeb1da86ac8a755eb2c7abfa |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/59615 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americanoJam SessionStandard JazzBroadway“My Funny Valentine”JazzConceito de AutorAutoriaImprovisaçãoPerformanceIntérpreteObra AbertaAuthor conceptAuthorshipImprovisationPerformanceInterpreterOpen WorkDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesAs discussões no campo da Estética a respeito do conceito de autor ao longo do século XX e a sua permanência enquanto questão pertinente também no século XXI são fundamentais para uma melhor compreensão dos agentes do processo de produção artística, sob o qual residem, ainda hoje, algumas crenças quase dogmáticas na ideia de um fazer artístico baseado na imagem do génio criador, dotado, por sua vez, de um dom original. A complexa relação entre o papel desempenhado pelo artista-autor e os sentidos atribuídos à sua criação quando exposta ao mundo remete às questões mais fundamentais a respeito da necessidade de se aceitar os diferentes modos existentes de se promover a abertura de uma obra. No caso da música, isso passa por compreender e aceitar a função criadora que também pode ser desempenhada por aqueles que conhecemos como intérpretes quando da reexecução de um tema composto por outro indivíduo, seja em performances ao vivo, seja em regravações em álbuns, as quais tendem a ressignificar as canções e a ampliar o seu significado. A escolha pelo jazz justifica-se por ser um género musical que, muitas vezes, apresentase com um constante convite à abertura da obra por meio da dinâmica da improvisação dos músicos. Assim, com base na análise do que ocorre nas reinterpretações do repertório canónico do jazz e tendo como referência o caso específico da canção “My Funny Valentine”, de autoria atribuída a Richard Rodgers e Lorenz Hart, esta tese pretende demonstrar como a ideia de pensar em uma autoria que se manifesta a cada nova versão deste famoso tema mostra-se pertinente.The various discussions in the field of aesthetics about the concept of author throughout the twentieth century and their permanence as a pertinent question also in the twenty-first century are fundamental for a better understanding of the artistic production process’ agents, which are associated, until nowadays, with the almost theological belief that the idea of an artistic doing is based on the image of a creative genius endowed with an original gift. The complex relation between the role played by the artist-author and the senses attributed to his creation when it’s exposed to the world refer to the most fundamental questions regarding the need to accept the different ways of promoting the opening of a work. When we talk about music, this involves understanding and accepting the creative function that can also be performed by those who we know as interpreters as they execute a song composed by another individual either in live performances or in album re-recordings, which tend to re-significate the songs and broaden their meaning. The choice for jazz is justified because it is a musical genre that often presents itself with a constant invitation to the opening of the work through the dynamics of the musicians’ improvisation. Therefore, based on the analysis of what happens in the reinterpretations of the canonical repertoire of jazz and having as reference the specific case of the song "My Funny Valentine", attributed to Richard Rodgers and Lorenz Hart, this thesis aims to demonstrate how the idea of thinking of an authorship that manifests itself with each new version of this famous song is pertinent.Ribeiro, Paula GomesRUNCaldas, Marcelo Costa Pereira2019-02-05T14:56:08Z2019-01-042018-09-242019-01-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/59615TID:202139301porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:28:37Zoai:run.unl.pt:10362/59615Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:33:25.121571Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
title |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
spellingShingle |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano Caldas, Marcelo Costa Pereira Jam Session Standard Jazz Broadway “My Funny Valentine” Jazz Conceito de Autor Autoria Improvisação Performance Intérprete Obra Aberta Author concept Authorship Improvisation Performance Interpreter Open Work Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes |
title_short |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
title_full |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
title_fullStr |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
title_full_unstemmed |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
title_sort |
De quem é essa música? - uma reflexão acerca da noção de autoria à luz do repertório canônico do jazz norte-americano |
author |
Caldas, Marcelo Costa Pereira |
author_facet |
Caldas, Marcelo Costa Pereira |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Ribeiro, Paula Gomes RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Caldas, Marcelo Costa Pereira |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Jam Session Standard Jazz Broadway “My Funny Valentine” Jazz Conceito de Autor Autoria Improvisação Performance Intérprete Obra Aberta Author concept Authorship Improvisation Performance Interpreter Open Work Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes |
topic |
Jam Session Standard Jazz Broadway “My Funny Valentine” Jazz Conceito de Autor Autoria Improvisação Performance Intérprete Obra Aberta Author concept Authorship Improvisation Performance Interpreter Open Work Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes |
description |
As discussões no campo da Estética a respeito do conceito de autor ao longo do século XX e a sua permanência enquanto questão pertinente também no século XXI são fundamentais para uma melhor compreensão dos agentes do processo de produção artística, sob o qual residem, ainda hoje, algumas crenças quase dogmáticas na ideia de um fazer artístico baseado na imagem do génio criador, dotado, por sua vez, de um dom original. A complexa relação entre o papel desempenhado pelo artista-autor e os sentidos atribuídos à sua criação quando exposta ao mundo remete às questões mais fundamentais a respeito da necessidade de se aceitar os diferentes modos existentes de se promover a abertura de uma obra. No caso da música, isso passa por compreender e aceitar a função criadora que também pode ser desempenhada por aqueles que conhecemos como intérpretes quando da reexecução de um tema composto por outro indivíduo, seja em performances ao vivo, seja em regravações em álbuns, as quais tendem a ressignificar as canções e a ampliar o seu significado. A escolha pelo jazz justifica-se por ser um género musical que, muitas vezes, apresentase com um constante convite à abertura da obra por meio da dinâmica da improvisação dos músicos. Assim, com base na análise do que ocorre nas reinterpretações do repertório canónico do jazz e tendo como referência o caso específico da canção “My Funny Valentine”, de autoria atribuída a Richard Rodgers e Lorenz Hart, esta tese pretende demonstrar como a ideia de pensar em uma autoria que se manifesta a cada nova versão deste famoso tema mostra-se pertinente. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-09-24 2019-02-05T14:56:08Z 2019-01-04 2019-01-04T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/59615 TID:202139301 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/59615 |
identifier_str_mv |
TID:202139301 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137955833446400 |