Análise protetora de derivados de luteolina num modelo de Huntington
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/10722 |
Resumo: | A doença de Huntington (DH) é uma doença neurodegenerativa causada pela mutação no gene HD que codifica a proteína huntingtina, expressa em todas as células do organismo humano. Esta mutação resulta na alteração de múltiplos mecanismos intracelulares que conduzem à disfunção metabólica e mitocondrial, stresse oxidativo e morte celular por apoptose. No entanto, não existe uma terapêutica capaz de atenuar os processos neurodegenerativos característicos da doença. Assim, neste trabalho avaliou-se a atividade neuroprotetora de derivados da luteolina (3-alquil-3’,4’,5,7-tetra-hidroxiflavonas, contendo cadeias alquilo com 1, 4, 6 e 10 carbonos), através da análise da citotoxicidade, quantificação de peróxidos intracelulares, determinação da atividade da caspase-3 e avaliação dos níveis do rácio Bax/Bcl-2 e a proteína mitocondrial AIF, numa linha celular neuronal, STHdh, obtida do estriado de murganhos knock-in homozigóticos que expressam a mutação da huntingtina com 111 glutaminas (STHdh111/111) versus células normais que expressam a huntingtina wild type com 7 glutaminas (STHdh7/7), derivada de murganhos controlo. A capacidade redutora das células Q7 e Q111 mostrou ser semelhante após tratamento com a luteolina e o Lut-C1. Quando as células foram tratadas com Lut-C4, Lut-C6 e Lut-C10 o mesmo efeito só foi verificado após a exposição a concentrações superiores (10 e 25 μM). Nas concentrações testadas, os compostos não induziram alterações significativas da integridade membranar nas células. Por outro lado, após tratamento com Lut-C4, Lut-C6 e Lut-C10 a 25 μM, as células Q7 e Q111 apresentaram menor produção de peróxidos intracelulares. Ainda, os compostos Lut-C4 e Lut-C6 (10 e 25 μM) reduziram de forma mais significativa a atividade da caspase-3 nas células mutantes. Contudo, verificou-se que a redução da atividade da caspase-3 induzida por luteolina (0,1 μM) e Lut-C6 (10 e 25 μM) nas células mutantes não está associada à alteração do rácio Bax/Bcl-2. Em geral, os resultados sugerem que a luteolina e as 3’,4’,5,7-tetra-hidroxiflavonas com cadeias alquilo de 4 e 6 carbonos podem ser relevantes para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a DH, pela via apoptótica. No entanto, o mecanismo de atuação dos derivados 3-alquil-luteolina, assim como a sua biodisponibilidade ainda é não conhecido, pelo que este estudo deverá ser aprofundado no futuro através da utilização de outros métodos de avaliação. |
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Análise protetora de derivados de luteolina num modelo de HuntingtonBioquímica clínicaDoenças do sistema nervosoStresse oxidativoA doença de Huntington (DH) é uma doença neurodegenerativa causada pela mutação no gene HD que codifica a proteína huntingtina, expressa em todas as células do organismo humano. Esta mutação resulta na alteração de múltiplos mecanismos intracelulares que conduzem à disfunção metabólica e mitocondrial, stresse oxidativo e morte celular por apoptose. No entanto, não existe uma terapêutica capaz de atenuar os processos neurodegenerativos característicos da doença. Assim, neste trabalho avaliou-se a atividade neuroprotetora de derivados da luteolina (3-alquil-3’,4’,5,7-tetra-hidroxiflavonas, contendo cadeias alquilo com 1, 4, 6 e 10 carbonos), através da análise da citotoxicidade, quantificação de peróxidos intracelulares, determinação da atividade da caspase-3 e avaliação dos níveis do rácio Bax/Bcl-2 e a proteína mitocondrial AIF, numa linha celular neuronal, STHdh, obtida do estriado de murganhos knock-in homozigóticos que expressam a mutação da huntingtina com 111 glutaminas (STHdh111/111) versus células normais que expressam a huntingtina wild type com 7 glutaminas (STHdh7/7), derivada de murganhos controlo. A capacidade redutora das células Q7 e Q111 mostrou ser semelhante após tratamento com a luteolina e o Lut-C1. Quando as células foram tratadas com Lut-C4, Lut-C6 e Lut-C10 o mesmo efeito só foi verificado após a exposição a concentrações superiores (10 e 25 μM). Nas concentrações testadas, os compostos não induziram alterações significativas da integridade membranar nas células. Por outro lado, após tratamento com Lut-C4, Lut-C6 e Lut-C10 a 25 μM, as células Q7 e Q111 apresentaram menor produção de peróxidos intracelulares. Ainda, os compostos Lut-C4 e Lut-C6 (10 e 25 μM) reduziram de forma mais significativa a atividade da caspase-3 nas células mutantes. Contudo, verificou-se que a redução da atividade da caspase-3 induzida por luteolina (0,1 μM) e Lut-C6 (10 e 25 μM) nas células mutantes não está associada à alteração do rácio Bax/Bcl-2. Em geral, os resultados sugerem que a luteolina e as 3’,4’,5,7-tetra-hidroxiflavonas com cadeias alquilo de 4 e 6 carbonos podem ser relevantes para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a DH, pela via apoptótica. No entanto, o mecanismo de atuação dos derivados 3-alquil-luteolina, assim como a sua biodisponibilidade ainda é não conhecido, pelo que este estudo deverá ser aprofundado no futuro através da utilização de outros métodos de avaliação.Huntington’s disease (HD) is a neurodegenerative disorder, caused by a mutation in the HD gene encoding for huntingtin protein, expressed in all cells. This mutation results in alteration of multiple intracellular mechanisms leading to metabolic and mitochondrial dysfunction, oxidative stress and cell death by apoptosis. However there is no effective treatment to attenuate the neurodegenerative processes characteristic of this disease. Thus, in this study the neuroprotective activity of luteolin derivatives (3-alkyl-3’,4’,5,7-tetrahydroxyflavones containing alkyl chains with 1, 4, 6 and 10 carbons) was evaluated, through the analysis of cytotoxicity, quantification of intracellular peroxides, measurement of caspase-3 activity and assessment of ratio Bax/Bcl-2 and AIF mitochondrial protein, in a neuronal cell line, STHdh obtained from the striatum of knock-in homozygous mice expressing mutant huntingtin with 111 glutamines (STHdh111/111) versus normal cells expressing wild-type huntingtin with 7 glutamines (STHdh7/7), derived from control mice. The reduction capacity profile of the cells Q7 and Q111 was similar for luteolin and Lut-C1. When cells were treated with Lut-C4, Lut-C6 and Lut-C10, the same effect was only observed after exposure to higher concentrations (10 and 25 μM). In the tested conditions, no cell membrane injury was observed, as measured by LDH release assay. In turn, after the treatment with Lut-C4, Lut-C6 and Lut-C10 (25 μM), Q7 and Q111 cells showed lower intracellular peroxides. Moreover, the compounds Lut-C4 and Lut-C6 (10 and 25 μM) decreased more significantly the activity of caspase-3 in mutant cells. However, it was found that reduction of caspase-3 activity induced by luteolin (0.1 μM) and Lut-C6 (10 and 25 μM) in mutant cells is not associated with the change ratio Bax/Bcl-2. Overall, the present results suggest that luteolin and the 3-alkyl-3’,4’,5,7-tetrahydroxyflavones bearing alkyl chains of 4 and 6 carbons may be relevant for the development of new therapeutic strategies for HD, by targeting the apoptotic pathway. However, the mechanism of action of 3-alkyl derivatives luteolin and its bioavailability is still not known, so this study should be further developed in the future by using other methods.Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:40Z2012-08-02T00:00:00Z2012-08-022014-07-27T11:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/10722porOliveira, Ana Margarida Alves de,info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:18:50Zoai:ria.ua.pt:10773/10722Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:14.445333Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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