Quinurenina: Um link entre a Depressão e o Exercício Físico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/12840 |
Resumo: | Introdução: A depressão é altamente prevalente a nível mundial, sendo 30% dos doentes farmacorresistentes. O exercício físico tem emergido como alternativa terapêutica em doentes com depressão, embora os mecanismos subjacentes ao seu efeito benéfico permaneçam desconhecidos. A via da quinurenina tem-se destacado não só pela relevância na fisiopatologia da depressão, como também no papel no alívio sintomático quando influenciada pelo exercício físico. Objetivo: Esta dissertação pretende explorar a via da quinurenina como mediadora de parte dos efeitos antidepressivos do exercício físico. Metodologia: Revisão sistemática da literatura baseada na metodologia PRISMA1 , utilizando as bases de dados eletrónicas: PubMed, Cochrane, Web of Science e Science Direct. Resultados: Os estudos mostram que a atividade física leva a uma diminuição dos comportamentos tipo depressivos em roedores, e dos sintomas depressivos em humanos. Demonstrada uma relação causal entre estimulação muscular pelo exercício do PGC-1a e das enzimas KAT, e a diminuição dos níveis plasmáticos de 3-HK e QUIN, e aumento dos níveis de KYNA. Os níveis de KYNA têm um aumento agudo transitório após um surto de exercício, e indivíduos treinados têm adaptações musculares que proporcionam melhor metabolização destes metabolitos. Tanto o exercício aeróbio como o de força se mostraram eficazes, no entanto, enquanto nos roedores níveis de atividade ligeira a moderada são suficientes, nos humanos parece ser necessária uma intensidade maior para obter os mesmos efeitos. Estes resultados não são consistentes em todos os estudos. Conclusão: O exercício físico tem benefício no tratamento da depressão como estratégia complementar ao tratamento convencional. Os parâmetros de atividade física precisos, suficientes para mitigar sintomas depressivos e inflamação concomitante, precisam de ser determinados. Potencial uso dos níveis plasmáticos das quinureninas e moléculas associadas para: quantificar a componente inflamatória dos sintomas depressivos; como biomarcadores de prognóstico, resposta e monitorização terapêutica; para monitorizar a quantidade, intensidade e modo de exercício requerido. |
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Quinurenina: Um link entre a Depressão e o Exercício FísicoAtividade FísicaDepressãoExercício FísicoPerturbação DepressivaQuinureninaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A depressão é altamente prevalente a nível mundial, sendo 30% dos doentes farmacorresistentes. O exercício físico tem emergido como alternativa terapêutica em doentes com depressão, embora os mecanismos subjacentes ao seu efeito benéfico permaneçam desconhecidos. A via da quinurenina tem-se destacado não só pela relevância na fisiopatologia da depressão, como também no papel no alívio sintomático quando influenciada pelo exercício físico. Objetivo: Esta dissertação pretende explorar a via da quinurenina como mediadora de parte dos efeitos antidepressivos do exercício físico. Metodologia: Revisão sistemática da literatura baseada na metodologia PRISMA1 , utilizando as bases de dados eletrónicas: PubMed, Cochrane, Web of Science e Science Direct. Resultados: Os estudos mostram que a atividade física leva a uma diminuição dos comportamentos tipo depressivos em roedores, e dos sintomas depressivos em humanos. Demonstrada uma relação causal entre estimulação muscular pelo exercício do PGC-1a e das enzimas KAT, e a diminuição dos níveis plasmáticos de 3-HK e QUIN, e aumento dos níveis de KYNA. Os níveis de KYNA têm um aumento agudo transitório após um surto de exercício, e indivíduos treinados têm adaptações musculares que proporcionam melhor metabolização destes metabolitos. Tanto o exercício aeróbio como o de força se mostraram eficazes, no entanto, enquanto nos roedores níveis de atividade ligeira a moderada são suficientes, nos humanos parece ser necessária uma intensidade maior para obter os mesmos efeitos. Estes resultados não são consistentes em todos os estudos. Conclusão: O exercício físico tem benefício no tratamento da depressão como estratégia complementar ao tratamento convencional. Os parâmetros de atividade física precisos, suficientes para mitigar sintomas depressivos e inflamação concomitante, precisam de ser determinados. Potencial uso dos níveis plasmáticos das quinureninas e moléculas associadas para: quantificar a componente inflamatória dos sintomas depressivos; como biomarcadores de prognóstico, resposta e monitorização terapêutica; para monitorizar a quantidade, intensidade e modo de exercício requerido.Background: Depression is a globally highly prevalent disease and 30% of patients are pharmacoresistant. Physical exercise has emerged as an alternative treatment for patients with depression, despite the underlying mechanisms of its beneficial effects remaining unknown. The kynurenine pathway has been standing out, not only for its relevance on the pathophysiology of depression, but also by its role on the symptomatic relief when influenced by physical exercise. Objective: This dissertation intends to explore de kynurenine pathway as a mediator of part of the antidepressant effects of physical exercise. Methodology: Systematic review of literature based on the PRISMA methodology2 , using the following electronic data bases: PubMed, Cochrane, Web of Science and Science Direct. Results: The analysed studies showed that physical activity caused the reduction of depressive-like behaviours in rodents and of depressive symptoms in humans. A causal relation was demonstrated between the muscle stimulation of PGC-1a and KAT enzymes by physical exercise, and the decrease of plasmatic levels of 3-HK and QUIN, along with the increase of KYNA levels. KYNA levels rise in a transient acute fashion after a bout of exercise, and trained individuals have better muscle adaptations that allow a better metabolization of such metabolites. Both aerobic and resistance exercise showed to be effective, however, while light to moderate intense activity was enough for rodents, in humans it seems that a higher level of intensity of exercise is needed to obtain similar effects. These results were not consistent in every study. Conclusion: Physical exercise is beneficial for treatment of depression, as a complementary strategy to conventional treatment. The precise physical activity parameters, sufficient to mitigate depressive symptoms and comorbid inflammation, need to be determined. Potential use of the plasmatic levels of kynurenines and its related molecules to quantify the inflammatory component of depressive symptoms; as biomarkers of prognosis, therapeutic response, and monitoring; to monitor the quantity, intensity and mode of exercise required.Barata, José Luís Ribeiro ThemudoGonçalves, Vânia Maria Martins GasparuBibliorumQueimadela, Isabela dos Santos2023-02-10T16:36:44Z2022-05-252022-04-212022-05-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12840TID:203182812porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:11Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12840Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:21.329385Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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