Vegetarianismo e Performance Desportiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Ricardo José da Cunha Macedo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12882
Resumo: Introdução: A popularidade das dietas vegetarianas tem vindo a aumentar nos últimos anos por diversos motivos. No mundo desportivo, esta também tem crescido, com cada vez mais pessoas a aderir a este estilo alimentar (e de vida). Ainda não é totalmente compreendida a influência positiva ou negativa de uma dieta vegetariana no rendimento desportivo e na saúde do atleta (recreativo ou profissional), pois existem poucos estudos para objetivar esta questão. Por isso, este trabalho pretende reunir as informações existentes relativas a este tópico e perceber se esta eclosão de dietas vegetarianas poderá ter impacto positivo, negativo ou indiferente no rendimento desportivo e na saúde dos atletas. Objetivos: Avaliar a influência que uma dieta vegetariana pode ter na performance e saúde de atletas profissionais e recreativos. Métodos: Nesta revisão sistemática incluíram-se estudos que avaliassem a influência do vegetarianismo na performance e saúde de atletas. Fez-se uma pesquisa bibliográfica na PubMed de estudos publicados entre 2000 e setembro de 2021 sobre essa temática. Todos os títulos e abstracts foram avaliados de forma independente por dois revisores. O risco de viés foi avaliado segundo a “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials”. Resultados: Atletas vegetarianos têm maior capacidade aeróbia, mas valores inferiores de pico de força, ainda que estatisticamente as diferenças sejam irrelevantes. As análises dos perfis de aminoácidos circulantes revelaram diferenças significativas tanto quantitativamente como qualitativamente. Obtiveram-se valores inferiores de vitamina B12, vitamina D e zinco nos grupos vegetarianos. A reação ao stress físico também se revelou diferente entre grupos. A nível de auto perceção geral de saúde os vegetarianos foram superiores aos omnívoros. Discussão: A análise nutricional das dietas vegetarianas levanta a discussão de diversas problemáticas como o défice de micronutrientes, qualidade de proteína e aporte de hidratos de carbono. O défice de micronutrientes seria completamente expectável no contexto de uma dieta restritiva de alguns grupos alimentares, como é o caso do vegetarianismo. No entanto, este poderá ser colmatado com um plano de suplementação específico para o atleta e tendo em conta o desporto que pratica. As quantidades de proteína obtidas por esta dieta, bem como a qualidade da mesma, podem constituir um problema em desportos com necessidade de massa muscular e força elevadas, o que também deve ser tido em conta no planeamento alimentar e de suplementação do atleta. Esta dieta revela-se bastante benéfica em desportos de endurance onde os hidratos de carbono ganham primazia em detrimento de outros nutrientes. Conclusões: Os estudos avaliados denotam que a dieta vegetariana não é inferior e pode mesmo ser benéfica na performance desportiva, mas devido à amostra reduzida e variabilidade da mesma, mais estudos deverão ser feitos recorrendo a um modelo estruturado de análise em atletas de elite, de modo que se obtenham conclusões mais fiáveis.
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Métodos: Nesta revisão sistemática incluíram-se estudos que avaliassem a influência do vegetarianismo na performance e saúde de atletas. Fez-se uma pesquisa bibliográfica na PubMed de estudos publicados entre 2000 e setembro de 2021 sobre essa temática. Todos os títulos e abstracts foram avaliados de forma independente por dois revisores. O risco de viés foi avaliado segundo a “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials”. Resultados: Atletas vegetarianos têm maior capacidade aeróbia, mas valores inferiores de pico de força, ainda que estatisticamente as diferenças sejam irrelevantes. As análises dos perfis de aminoácidos circulantes revelaram diferenças significativas tanto quantitativamente como qualitativamente. Obtiveram-se valores inferiores de vitamina B12, vitamina D e zinco nos grupos vegetarianos. A reação ao stress físico também se revelou diferente entre grupos. A nível de auto perceção geral de saúde os vegetarianos foram superiores aos omnívoros. Discussão: A análise nutricional das dietas vegetarianas levanta a discussão de diversas problemáticas como o défice de micronutrientes, qualidade de proteína e aporte de hidratos de carbono. O défice de micronutrientes seria completamente expectável no contexto de uma dieta restritiva de alguns grupos alimentares, como é o caso do vegetarianismo. No entanto, este poderá ser colmatado com um plano de suplementação específico para o atleta e tendo em conta o desporto que pratica. As quantidades de proteína obtidas por esta dieta, bem como a qualidade da mesma, podem constituir um problema em desportos com necessidade de massa muscular e força elevadas, o que também deve ser tido em conta no planeamento alimentar e de suplementação do atleta. Esta dieta revela-se bastante benéfica em desportos de endurance onde os hidratos de carbono ganham primazia em detrimento de outros nutrientes. Conclusões: Os estudos avaliados denotam que a dieta vegetariana não é inferior e pode mesmo ser benéfica na performance desportiva, mas devido à amostra reduzida e variabilidade da mesma, mais estudos deverão ser feitos recorrendo a um modelo estruturado de análise em atletas de elite, de modo que se obtenham conclusões mais fiáveis.Introduction: The popularity of vegetarian diets has been increasing in recent years for several reasons. In the sports world, it has also grown, with more and more people joining this lifestyle. The positive or negative influence of a vegetarian diet on sports performance and on the athlete's health (recreational or professional) is not yet fully understood, and few studies have been carried out to address this issue. Therefore, this work aims to gather the existing information on this topic and understand whether this outbreak of vegetarian diets can have a positive, negative, or indifferent impact on sports performance and the health of athletes. Objectives: To evaluate the influence that a vegetarian diet can have on the performance and health of professional and recreational athletes. Methods: This systematic review included studies that evaluated the influence of vegetarianism on the performance and health of athletes. We did research on PubMed to find studies published between 2000 and September 2021 on this topic. All titles and abstracts were independently evaluated by two reviewers. The risk of bias was assessed according to the “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials”. Results: Vegetarian athletes have higher aerobic capacity, but lower peak torque values, although these differences are irrelevant. Analyzes of circulating amino acid profiles revealed significant differences both quantitatively and qualitatively. Lower levels of vitamin B12, vitamin D and zinc were obtained in the vegetarian groups. The reaction to physical stress was also different between groups. In terms of general health selfperception, vegetarians were superior to omnivores. Discussion: Based on the nutritional analysis of vegetarian diets, topics such as micronutrient deficit, protein quality and carbohydrate intake are obtained. The micronutrient deficit would be completely expected in the context of a restrictive diet of food groups such as vegetarianism, this can be filled with a supplementation plan specific to the athlete and the sport. The protein quantities obtained by this diet, as well as its quality, can be a problem in sports with high muscle mass and strength requirements, something also to be taken into account in the athlete's food and supplementation planning. This diet proves to be very beneficial in endurance sports where carbohydrates take precedence over other nutrients. Conclusions: The studies evaluated show that the vegetarian diet is not inferior and can even be beneficial in sports performance, but due to the small sample size and variability, more studies should be carried out using a structured model of analysis in elite athletes to reach more reliable conclusions.Barata, José Luís Ribeiro ThemudouBibliorumGomes, Ricardo José da Cunha Macedo2023-04-21T00:30:22Z2022-06-012022-04-212022-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12882TID:203183479porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:14Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12882Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:23.311767Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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