Transição para a parentalidade, trabalho familiar e saúde das mulheres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lasio,Diego
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Putzu,Daniela, Serri,Francesco
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862018000100014
Resumo: Na transição para a parentalidade, os casais heterossexuais adotam papéis de género tradicionais. As mulheres assumem mais responsabilidades no trabalho familiar (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). As dificuldades para conciliar trabalho remunerado e família podem influenciar a saúde das mulheres (Rantanen, 2008). Este trabalho tem por objetivo revelar os discursos (Billig, 1987) que mantêm as disparidades de género no trabalho familiar durante a transição para a parentalidade. Vinte casais durante o terceiro trimestre de gravidez responderam a uma entrevista em profundidade sobre as expetativas quanto à divisão do trabalho familiar e à conciliação com o trabalho remunerado. Os dados foram analisados de acordo com os princípios da Análise do Discurso (Potter & Wetherell, 1987), com o objetivo de identificar os repertórios interpretativos que sustentam a maior responsabilidade das mulheres na família. A análise revela uma interpretação essencialista dos géneros (Connell, 2009), que considera a mãe preparada por natureza para cuidar das crianças. A atribuição exclusiva dos cuidados à mãe está associada com as preocupações das mulheres para a conciliação com o trabalho retribuído. Os resultados evidenciam a necessidade de intervenções para desconstruir os discursos que mantêm a distribuição desigual das responsabilidades, com o objetivo de prevenir os riscos para a saúde das mães trabalhadoras.
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