“Ó flor que é impossível ver”: a associação metonímica como princípio de continuidade em Toda a Terra, de Ruy Belo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/33469 |
Resumo: | Reconhecida pela torrencialidade discursiva, a poesia de Ruy Belo assume em Toda a Terra, de 1976, os seus traços mais excêntricos. O presente artigo analisará o contributo da associação metonímica para o desenvolvimento da obra em questão, partindo da hipótese de que este tropo assume uma dimensão matricial na poética de Ruy Belo. A metonímia funciona, então, não apenas como figura de retórica, mas como processo cognitivo que orienta o sentido anagógico subjacente a toda a escrita beliana e que, em Toda a Terra, atinge o grau máximo de concretização. À insuficiência da linguagem para chegar a uma transcendência ou a uma totalidade por si própria anunciada, a poesia de Ruy Belo contrapõe um excesso de palavras — uma excentricidade contínua alimentada por um princípio gerador estável — na busca de uma palavra-total simbolizada pela “flor”. |
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“Ó flor que é impossível ver”: a associação metonímica como princípio de continuidade em Toda a Terra, de Ruy Belo"O flower that is impossible to see": metonymic association as a principle of continuity in the whole Earth, by Ruy BeloTropoMetonímiaCatacreseToda a TerraRuy BeloTropeMetonymyCatachresisReconhecida pela torrencialidade discursiva, a poesia de Ruy Belo assume em Toda a Terra, de 1976, os seus traços mais excêntricos. O presente artigo analisará o contributo da associação metonímica para o desenvolvimento da obra em questão, partindo da hipótese de que este tropo assume uma dimensão matricial na poética de Ruy Belo. A metonímia funciona, então, não apenas como figura de retórica, mas como processo cognitivo que orienta o sentido anagógico subjacente a toda a escrita beliana e que, em Toda a Terra, atinge o grau máximo de concretização. À insuficiência da linguagem para chegar a uma transcendência ou a uma totalidade por si própria anunciada, a poesia de Ruy Belo contrapõe um excesso de palavras — uma excentricidade contínua alimentada por um princípio gerador estável — na busca de uma palavra-total simbolizada pela “flor”.Well-known for its discursive torrentiality, Ruy Belo's poetry displays its most eccentric features in Toda da Terra, in 1976. The present paper will analyse the importance of the metonymic association in this book. It will be suggested that this trope plays a key role in Ruy Belo's poetics. Metonymy works, then, not only as a rhetorical figure, but also as a cognitive process that guides the anagogical meaning underlying Belo's writing. This process reaches its height in Toda a Terra. Ruy Belo's poetry exhibits a surplus of words - a continuous eccentricity fed by a stable generating principle - in search for an absolute-word symbolized by the "flower". This poetry tries, therefore, to challenge the inability of human language to transcend a totality triggered by its own existence.Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMoreira, Helder2021-06-07T14:14:37Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/33469por2236-993710.23925/2236-9937.2021v23p282-300000640551200013info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:39:08Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/33469Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:27:13.083853Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Reconhecida pela torrencialidade discursiva, a poesia de Ruy Belo assume em Toda a Terra, de 1976, os seus traços mais excêntricos. O presente artigo analisará o contributo da associação metonímica para o desenvolvimento da obra em questão, partindo da hipótese de que este tropo assume uma dimensão matricial na poética de Ruy Belo. A metonímia funciona, então, não apenas como figura de retórica, mas como processo cognitivo que orienta o sentido anagógico subjacente a toda a escrita beliana e que, em Toda a Terra, atinge o grau máximo de concretização. À insuficiência da linguagem para chegar a uma transcendência ou a uma totalidade por si própria anunciada, a poesia de Ruy Belo contrapõe um excesso de palavras — uma excentricidade contínua alimentada por um princípio gerador estável — na busca de uma palavra-total simbolizada pela “flor”. |
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