Editorial da RSPA Vol 21 N 3, 2012
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25751/rspa.8851 |
Resumo: | O presente número da Revista da SPA inicia a sua escrita segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Este acordo entrou em vigor em 13 de Maio de 2009 com um período de transição de seis anos para Portugal. Esta decisão prende-se com duas ordens fatores: a necessidade de implementar o que está em lei e o envio de trabalhos para submissão redigidos, quase exclusivamente, em sintonia com o Acordo. A edição deste número continua a revisão sobre Farmacologia Cardiovascular (2ª parte) na vertente dos diuréticos e vasodilatadores. Apresentam-se duas revisões adicionais: - Uma, sobre o potencial terapêutico dos canabinóides sintéticos e o reconhecimento de recetores específicos no sistema endocanabinóide com aplicabilidade clínica na terapêutica da dor aguda e crónica. - Outra, sobre as mucopolissacaridoses. Um grupo heterogéneo de doenças hereditárias por deficiência de enzimas do metabolismo dos glicosaminoglicanos com evolução crónica e sistémica prevalente na idade pediátrica. A anestesiologia pediátrica é revista num contexto histórico em Portugal. Esta temática histórica vai ter continuidade em próximos números e deseja-se que constituam registos da nossa memória anestesiológica. Este assunto terá um tratamento mais desenvolvido no próximo número. No programa do Congresso Anual da SPA decorreu em regime de pré-congresso a Reunião de Formação & Ensino. Neste número da Revista damos a conhecer os resultados desta reunião cujo resumo foi elaborado pelos seus promotores. Este tema de “Formação & Ensino” é, particularmente, importante para a nossa especialidade. A aplicação do Decreto de Lei aprovado no Diário da República de Janeiro de 2011 (1ª série, nº 18-26 de Janeiro de 2011, portaria 49/2011) vem equiparar, em duração da formação, a especialidade de Anestesiologia ao que se verifica na maioria dos países europeus. Este projeto de alteração e revisão do programa de formação em Anestesiologia foi enviado ao CNE em Junho de 2004. Desde então foi alterado e revisto sucessivamente, pela persistência e esforço das sucessivas direções do Colégio da Especialidade, que culminou no documento atual. Importa pois refletir sobre a qualidade da formação ministrada e os novos desafios ou complementaridades a que a especialidade tem de estar atenta. Algumas das reflexões inseridas no referido texto estão em linha com as preocupações atuais relativas à relevância dos fatores humanos no desempenho das equipas, na prevenção do erro médico e segurança do doente. A análise destes fatores (ex. liderança, comunicação e trabalho de equipa) que poderemos designar como competências não-técnicas tem sido estudada desde o final dos anos 80 do século passado 1. O seu treino tem sido implementado em programa estruturados a nível europeu de forma compulsiva (Dinamarca) 2 ou opcional através de programas de simulação médica. Trata-se de uma ferramenta pedagógica particularmente interessante e cuja evidência científica tem vindo a emergir em estudos de evolução clínica 3. A Anestesiologia tem sido, provavelmente, a especialidade com maiores preocupações na área da segurança do doente. Somos, desta forma, líderes naturais na área da segurança e estes aspetos devem merecer a atenção necessária nos programas formativos. Para prosseguir este caminho é vital o investimento continuado na formação em competências técnicas e não-técnicas (estas últimas não contempladas no ensino designado por clássico ou tradicional). Os Serviços de Anestesiologia como entidades autónomas, dentro de uma estrutura hospitalar, têm um papel fulcral nos programas formativos dentro e para fora da especialidade. A inadmissibilidade de recentes desenvolvimentos, leia-se Estudo para a Carta Hospitalar da ERS de 18 de Abril de 2012, vêm colocar em causa o trabalho empenhado de gerações de anestesiologistas na dignificação e elevada qualificação dos profissionais. Não está só em causa a independência da especialidade relativamente a outras, mas igualmente a preservação de aspectos relacionados com a formação médica e uma cultura de segurança, parâmetro indispensável na qualidade dos cuidados de saúde em Portugal. |
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