Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/160543 |
Resumo: | O cancro representa a segunda maior causa de morte mundialmente, estando a sua incidência em constante evolução. Apesar do aumento da eficácia do tratamento, é fundamental a pesquisa de fármacos mais específicos para as células tumorais e capazes de ultrapassar o desenvolvimento de resistência. Assim, neste trabalho estudou-se o potencial antiproliferativo de novos complexos de cobre(II), bem como o mecanismo de ação dos complexos mais promissores. Efetuaram-se ensaios de citotoxicidade nas linhas tumorais HCT116, HCT116DoxR e A2780 e em fibroblastos humanos. Os complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7 revelaram um maior potencial citotóxico em células HCT116DoxR, apresentando valores de IC50 de 0,252; 0,148; 0,223 e 0,194 μM, respetivamente. Estes valores podem ser correlacionados com a percentagem de internalização, decrescendo com o aumento desta. Observou-se que os complexos de Cu(II) conseguem distribuir-se por toda a célula desde a membrana celular, citoesqueleto aos vários organelos (mitocôndria, retículo endoplasmático, complexo de Golgi e núcleo), mas enquanto o Cu2 parece ter uma elevada acumulação na membrana celular, os restantes complexos encontram-se maioritariamente no núcleo, citoesqueleto e complexo de Golgi. O ensaio de citotoxicidade foi realizado igualmente em esferoides 3D de células HCT116DoxR após exposição aos complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7, tendo-se verificado um aumento de 61x, 43x, 63x e 157x, respetivamente, relativamente aos IC50 obtidos para as culturas 2D. Verificou-se que estes 4 complexos induzem morte celular por autofagia e apoptose, nomeadamente através da produção de ROS. A ativação da apoptose ocorre pela via extrínseca, ocorrendo uma crosstalk com a via intrínseca. Os complexos exibiram potencial citostático, atrasando o ciclo celular nas fases G0/G1 e G2/M e induzindo senescência. Estes revelaram ainda um potencial anti-metastático e anti-angiogénico, sendo capazes de interagir com a BSA. Não foi verificada toxicidade em embriões de galinha após 48h de exposição ao IC50 dos complexos. |
id |
RCAP_a45de5038762c7e8e38ddb4e62de1f99 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/160543 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumoraisCancroQuimioterapiaComplexos metálicosCobre(II)Células HCT116DoxRMorte celularDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e TecnologiasO cancro representa a segunda maior causa de morte mundialmente, estando a sua incidência em constante evolução. Apesar do aumento da eficácia do tratamento, é fundamental a pesquisa de fármacos mais específicos para as células tumorais e capazes de ultrapassar o desenvolvimento de resistência. Assim, neste trabalho estudou-se o potencial antiproliferativo de novos complexos de cobre(II), bem como o mecanismo de ação dos complexos mais promissores. Efetuaram-se ensaios de citotoxicidade nas linhas tumorais HCT116, HCT116DoxR e A2780 e em fibroblastos humanos. Os complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7 revelaram um maior potencial citotóxico em células HCT116DoxR, apresentando valores de IC50 de 0,252; 0,148; 0,223 e 0,194 μM, respetivamente. Estes valores podem ser correlacionados com a percentagem de internalização, decrescendo com o aumento desta. Observou-se que os complexos de Cu(II) conseguem distribuir-se por toda a célula desde a membrana celular, citoesqueleto aos vários organelos (mitocôndria, retículo endoplasmático, complexo de Golgi e núcleo), mas enquanto o Cu2 parece ter uma elevada acumulação na membrana celular, os restantes complexos encontram-se maioritariamente no núcleo, citoesqueleto e complexo de Golgi. O ensaio de citotoxicidade foi realizado igualmente em esferoides 3D de células HCT116DoxR após exposição aos complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7, tendo-se verificado um aumento de 61x, 43x, 63x e 157x, respetivamente, relativamente aos IC50 obtidos para as culturas 2D. Verificou-se que estes 4 complexos induzem morte celular por autofagia e apoptose, nomeadamente através da produção de ROS. A ativação da apoptose ocorre pela via extrínseca, ocorrendo uma crosstalk com a via intrínseca. Os complexos exibiram potencial citostático, atrasando o ciclo celular nas fases G0/G1 e G2/M e induzindo senescência. Estes revelaram ainda um potencial anti-metastático e anti-angiogénico, sendo capazes de interagir com a BSA. Não foi verificada toxicidade em embriões de galinha após 48h de exposição ao IC50 dos complexos.Cancer is the second leading cause of death worldwide and its incidence is constantly evolving. Although treatment effectiveness is increasing, it is crucial to find drugs that are more specific to tumor cells and capable of overcoming the acquisition of resistance. Therefore, the antiproliferative potential of new copper(II) complexes was studied in this work, as well as the mechanism of action of the most promising. Cytotoxicity assays were performed on HCT116, HCT116DoxR and A2780 cancer cell lines and on human fibroblasts. The complexes Cu2, Cu3, Cu5 and Cu7 showed the highest cytotoxic potential in HCT116DoxR cells with IC50 values of 0.252, 0.148, 0.223 and 0.194 μM, respectively. These values can be correlated with the percentage of internalization, decreasing as this percentage increases. It was observed that the Cu(II) complexes are distributed throughout the cell, from the cell membrane, cytoskeleton to the various organelles (mitochondria, endoplasmic reticulum, Golgi complex and nucleus), but while Cu2 seems to have a high accumulation in the cell membrane, the other complexes are mostly found in the nucleus, cytoskeleton and Golgi complex. The cytotoxicity assay was also performed on 3D spheroids of HCT116DoxR cells after exposure to the complexes Cu2, Cu3, Cu5 and Cu7, with an increase of 61x, 43x, 63x and 157x, respectively, compared to the IC50 values obtained for the 2D cultures. It was found that these 4 complexes induce cell death by autophagy and apoptosis, namely through the production of ROS. The extrinsic pathway activates apoptosis, with crosstalk with the intrinsic pathway. The complexes exhibited cytostatic potential, delaying the cell cycle in the G0/G1 and G2/M phases and inducing senescence. They also showed anti-metastatic and anti-angiogenic potential, being able to interact with BSA. No toxicity was found in chicken embryos after 48h of exposure to the complexes’ IC50.Fernandes, Maria AlexandraRUNCasimiro, Ana Rita Santos2023-10-312026-01-01T00:00:00Z2023-10-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/160543porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:43:15Zoai:run.unl.pt:10362/160543Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:58:05.513722Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
title |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
spellingShingle |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais Casimiro, Ana Rita Santos Cancro Quimioterapia Complexos metálicos Cobre(II) Células HCT116DoxR Morte celular Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias |
title_short |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
title_full |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
title_fullStr |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
title_full_unstemmed |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
title_sort |
Avaliação do potencial antiproliferativo de complexos de cobre(II) em células tumorais |
author |
Casimiro, Ana Rita Santos |
author_facet |
Casimiro, Ana Rita Santos |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Fernandes, Maria Alexandra RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Casimiro, Ana Rita Santos |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cancro Quimioterapia Complexos metálicos Cobre(II) Células HCT116DoxR Morte celular Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias |
topic |
Cancro Quimioterapia Complexos metálicos Cobre(II) Células HCT116DoxR Morte celular Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias |
description |
O cancro representa a segunda maior causa de morte mundialmente, estando a sua incidência em constante evolução. Apesar do aumento da eficácia do tratamento, é fundamental a pesquisa de fármacos mais específicos para as células tumorais e capazes de ultrapassar o desenvolvimento de resistência. Assim, neste trabalho estudou-se o potencial antiproliferativo de novos complexos de cobre(II), bem como o mecanismo de ação dos complexos mais promissores. Efetuaram-se ensaios de citotoxicidade nas linhas tumorais HCT116, HCT116DoxR e A2780 e em fibroblastos humanos. Os complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7 revelaram um maior potencial citotóxico em células HCT116DoxR, apresentando valores de IC50 de 0,252; 0,148; 0,223 e 0,194 μM, respetivamente. Estes valores podem ser correlacionados com a percentagem de internalização, decrescendo com o aumento desta. Observou-se que os complexos de Cu(II) conseguem distribuir-se por toda a célula desde a membrana celular, citoesqueleto aos vários organelos (mitocôndria, retículo endoplasmático, complexo de Golgi e núcleo), mas enquanto o Cu2 parece ter uma elevada acumulação na membrana celular, os restantes complexos encontram-se maioritariamente no núcleo, citoesqueleto e complexo de Golgi. O ensaio de citotoxicidade foi realizado igualmente em esferoides 3D de células HCT116DoxR após exposição aos complexos Cu2, Cu3, Cu5 e Cu7, tendo-se verificado um aumento de 61x, 43x, 63x e 157x, respetivamente, relativamente aos IC50 obtidos para as culturas 2D. Verificou-se que estes 4 complexos induzem morte celular por autofagia e apoptose, nomeadamente através da produção de ROS. A ativação da apoptose ocorre pela via extrínseca, ocorrendo uma crosstalk com a via intrínseca. Os complexos exibiram potencial citostático, atrasando o ciclo celular nas fases G0/G1 e G2/M e induzindo senescência. Estes revelaram ainda um potencial anti-metastático e anti-angiogénico, sendo capazes de interagir com a BSA. Não foi verificada toxicidade em embriões de galinha após 48h de exposição ao IC50 dos complexos. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-10-31 2023-10-31T00:00:00Z 2026-01-01T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/160543 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/160543 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/embargoedAccess |
eu_rights_str_mv |
embargoedAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799138162396626944 |