Estudo da variabilidade genética de plantas de Thymus micropropagadas por diferentes processos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Afonso, Natália do Céu Pires
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5652
Resumo: Thymus é o género bem representado na família das Lamiaceae. Este género inclui mais de 300 espécies em todo o mundo e é amplamente distribuído em zonas temperadas. São pequenos arbustos de 20-50 cm de altura, com flores pequenas, de cor roxo pálido ou branco. Numa população de Thymus, podemos observar a existência de indivíduos femininos e hermafroditas, sendo a planta designada de ginodióica. Tomilho é o nome vulgar para designar as espécies de Thymus, este é cultivado em quase todos os países, como planta aromática essencialmente para fins culinários. Tem sido demonstrado que apresenta propriedades benéficas, tais como: anti-inflamatória, antibacteriano, antifúngico, antiviral, antitumoral, antiprotozoário, antitússico, inseticida, antisséptico e antioxidante. Os óleos essenciais de Thymus vulgaris são muito ricos em fenóis. A quantidade dos óleos essenciais varia consoante o estado vegetativo da planta. Nestas espécies existe muito polimorfismo químico, espécies geograficamente distantes apresentam grande variação na composição química dos seus óleos essenciais. Atualmente existe uma procura excessiva de Thymus na Natureza, perturbando assim os ecossistemas e naturalmente incitando a diminuição de genes, podendo levar a extinção de algumas espécies de Thymus. Para colmatar este problema, surge a aplicação da técnica de micropropagação, esta permite a produção rápida e a grande escala de plantas, livres de microrganismos, podendo assim, selecionar e micropropagar os genótipos mais vantajosos. Neste trabalho foi efetuada a avaliação da variabilidade genética de várias gerações de Thymus vulgaris micropropragados por diferentes metodologias. Os segmentos nodais desta planta foram colocados em meio de cultura MS (Murashige e Skoog) sólido com adição de várias concentrações de BAP (6-benzilaminopurina). O meio MS sem reguladores de crescimento foi considerado como controlo. Os explantes responderam melhor quando colocados em meio MS com 1mg/L de BAP. Relativamente ao enraizamento, só se observou no meio MS sólido livre de reguladores de crescimento. Também foram colocados explantes em meio de cultura MS líquido com 1mg/L BAP, que responderam muito bem, com um elevado número de rebentos mas sem formação de tecido caloso. O tecido caloso só foi possível observar quando se colocaram explantes em meio de cultura sólido com adição de 2 mg/L de 2,4-D (ácido 2,4 diclorofenoxiacético), este meio é apropriado para a indução de calli. Foi avaliada a variabilidade genética de 13 amostras de tecidos, formados pelos diferentes métodos de micropropagação incluindo o tecido caloso, utilizando 8 primers ISSRs (Inter Simple Sequence Repeat). Esta técnica, baseia-se em PCR (reação em cadeia pela polimerase), envolve amplificações de segmentos de DNA (ácido desoxirribonucleico) entre duas regiões idênticas repetidas de microssatélites, a uma distância amplificável, orientadas em direções opostas. Das 13 amostras avaliadas observamos um polimorfismo de 1,60%. Num total de 74 bandas amplificadas apenas uma banda foi polimórfica. Esta banda corresponde ao fragmento de DNA de tamanho 1200 pb, amplificado pelo primer UBC873. Esta banda está presente somente nas amostras de calli. Não se verificou variabilidade genética nas amostras referentes às quatro gerações micropropagadas, incluindo a planta mãe, cultivadas em meio sólido, também não se verificou polimorfismo nas amostras provenientes da micropropagação em meio líquido. Assim, tal como esperamos a micropropagação permitiu a formação de clones com a mesma informação genética.
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Os óleos essenciais de Thymus vulgaris são muito ricos em fenóis. A quantidade dos óleos essenciais varia consoante o estado vegetativo da planta. Nestas espécies existe muito polimorfismo químico, espécies geograficamente distantes apresentam grande variação na composição química dos seus óleos essenciais. Atualmente existe uma procura excessiva de Thymus na Natureza, perturbando assim os ecossistemas e naturalmente incitando a diminuição de genes, podendo levar a extinção de algumas espécies de Thymus. Para colmatar este problema, surge a aplicação da técnica de micropropagação, esta permite a produção rápida e a grande escala de plantas, livres de microrganismos, podendo assim, selecionar e micropropagar os genótipos mais vantajosos. Neste trabalho foi efetuada a avaliação da variabilidade genética de várias gerações de Thymus vulgaris micropropragados por diferentes metodologias. Os segmentos nodais desta planta foram colocados em meio de cultura MS (Murashige e Skoog) sólido com adição de várias concentrações de BAP (6-benzilaminopurina). O meio MS sem reguladores de crescimento foi considerado como controlo. Os explantes responderam melhor quando colocados em meio MS com 1mg/L de BAP. Relativamente ao enraizamento, só se observou no meio MS sólido livre de reguladores de crescimento. Também foram colocados explantes em meio de cultura MS líquido com 1mg/L BAP, que responderam muito bem, com um elevado número de rebentos mas sem formação de tecido caloso. O tecido caloso só foi possível observar quando se colocaram explantes em meio de cultura sólido com adição de 2 mg/L de 2,4-D (ácido 2,4 diclorofenoxiacético), este meio é apropriado para a indução de calli. Foi avaliada a variabilidade genética de 13 amostras de tecidos, formados pelos diferentes métodos de micropropagação incluindo o tecido caloso, utilizando 8 primers ISSRs (Inter Simple Sequence Repeat). Esta técnica, baseia-se em PCR (reação em cadeia pela polimerase), envolve amplificações de segmentos de DNA (ácido desoxirribonucleico) entre duas regiões idênticas repetidas de microssatélites, a uma distância amplificável, orientadas em direções opostas. Das 13 amostras avaliadas observamos um polimorfismo de 1,60%. Num total de 74 bandas amplificadas apenas uma banda foi polimórfica. Esta banda corresponde ao fragmento de DNA de tamanho 1200 pb, amplificado pelo primer UBC873. Esta banda está presente somente nas amostras de calli. Não se verificou variabilidade genética nas amostras referentes às quatro gerações micropropagadas, incluindo a planta mãe, cultivadas em meio sólido, também não se verificou polimorfismo nas amostras provenientes da micropropagação em meio líquido. Assim, tal como esperamos a micropropagação permitiu a formação de clones com a mesma informação genética.Thymus is the best represented genus in the Lamiaceae family. This genus includes more than 300 species worldwide, and is widely distributed in temperate zones. We are talking about small shrubs 20-30 cm tall, with small pale purple or white flowers. In a Thymus’ population, we can observe the existence of female and hermaphrodite individuals, designated gynodioecious plant. Thyme is the common name for the species of Thymus, it growths in almost all countries as an aromatic plant for culinary purposes. It has been demonstrated that produces beneficial properties, such as antibacterial, antifungal, antiviral, antitumor, antiprotozoal, antitussive, insecticide, antiseptic and antioxidant. The essential oils of Thymus vulgaris are very rich in phenolics. The amount of essential oils varies depending on the vegetative state of the plant. During the growth period, there is a large production of sheets consequently greater production of glandular trichomes, structures where essential oils are formed and accumulated. In these species there is a lot of chemical polymorphism, geographically distant species show great variation in the chemical composition of their essential oils. These days there is an excessive demand of Thymus in nature, disturbing ecosystems, naturally urging the reduction of genes and may lead to extinction some species of Thymus. To address this problem, there is the application of micropropagation technique, this allows rapid and large-scale production of plants free of microorganisms. We can select the most advantageous and micropropagate genotypes. This work assesses the genetic variability of several generations of Thymus vulgaris micropropagated by different methodologies. Nodal segments of this plant were placed in solid MS medium (Murashige e Skoog) with addition of various concentrations of BAP (6-benzyladenine). The MS medium without growth regulators was considered as control. Explants responded better when placed on MS medium with 1mg / L BAP. In what concerns rooting, it was observed only in my free MS solid growth regulators. Explants were also placed in liquid MS culture medium, with addition 1mg/L BAP, those responded very well, with a high number of shoots, but without formation of callus tissue. The callus tissue was observed only when explants were placed on solid medium with addition of 2 mg/L 2,4-D (2,4 dichlorophenoxyacetic acid), this medium is suitable for inducing callus. The genetic variability of 13 tissue samples formed by different methods including micropropagation callus tissue, using ISSRs 8 primers (Inter Simple Sequence Repeat). The technique of molecular markers based on PCR (Polymerase Chain Reaction) involves amplification of DNA segments between two identical microsatellite repeated regions, an amplifiable distance oriented in opposite directions. Of the 13 samples evaluated we observed a polymorphism of 1,60%. In an amount of 74 amplified bands only one was polymorphic. This band corresponds to the DNA fragment, size 1200 bp, amplified by the primer UBC873. This band is present only in the samples represented by callus tissue. Thus, as expected, micropropagation allowed the formation of clones with the same genetic information.2016-03-02T17:29:43Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/5652porAfonso, Natália do Céu Piresinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:41:48Zoai:repositorio.utad.pt:10348/5652Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:58.972382Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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