Tangências urbanas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Afonso Machado Silva
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/4971
Resumo: A morfologia do espaço urbano das cidades europeias, bem como o ritmo da sua expansão, tem vindo a seguir uma tendência há já algumas décadas. A persistência no uso das mesmas noções urbanas ao longo de séculos de expansão urbana, como a tentativa, exaustiva, de manter uma “imagem de marca” estampada nos edifícios, ruas e espaços, tem vindo a “enclausurar” as cidades europeias a uma determinada identidade, que, por um lado, homogeneíza a paisagem dos seus centros históricos e, por outro, condiciona o seu potencial crescimento urbano. A preservação, museal, digamos, dos seus centros históricos levou a um esquecimento progressivo de todas as outras regiões urbanas, o que acabou por gerar uma rutura social e urbanística entre o centro e a periferia. Estranhamente, a identidade assume-se como um dos principais fatores geradores da discrepância urbanística que se vive nas cidades europeias contemporâneas. As políticas e normas urbanas que regem estas cidades incitaram uma mentalidade que zela por interesses estéticos, ao invés de interesses benéficos para a habitabilidade e sociabilidade destas áreas urbanas. Devido, em grande parte, a este afastamento dos subúrbios para as margens da cidade e da preservação e isolamento do centro perante todas as outras áreas urbanas, foram criadas duas situações caoticamente díspares numa só cidade: o urbano e o suburbano. Recorrendo ao cinema como ferramenta de análise do espaço urbano e das incessáveis mutações da cidade, pretende-se: por um lado, aproximar as duas artes, a arquitetura e o cinema, de forma a que a sua relação forme uma abordagem de pensamento crítico sobre a evolução e representação urbana; por outro lado, auxiliar a compreensão de sociedades que, normalmente, estão viradas para si próprias, e que demonstram uma clara aversão perante a cidade e o país a que pertencem.
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