Força e resistência muscular em indivíduos com e sem dor cervical: comparação de protocolos de avaliação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Filipa Marques Dias
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/21662
Resumo: Enquadramento: A dor cervical é um problema comum, que está associado a alterações funcionais, em particular alterações da força/resistência dos músculos flexores profundos da cervical. Objetivos: Comparar diferentes protocolos de avaliação de força/resistência dos músculos flexores profundos da cervical particularmente em termos de fiabilidade, validade e capacidade para distinguir indivíduos com e sem dor cervical. Métodos: Neste estudo participaram um total de 66 indivíduos, os quais foram divididos em dois grupos, um grupo com dor cervical (n=33) e outro sem dor cervical (n=33). A média de idades (±desvio-padrão) para o primeiro grupo foi de 36,82 (±2,39) anos e para o segundo de 36,21 (±2,33) anos. Foi avaliada a força dos músculos flexores profundos com o Teste de Flexão Crânio-cervical, 3 segundos em cada nível, (TFCC3) e com a dinamometria. Foi avaliada a resistência com o Teste de Flexão Crânio-cervical, cada nível 3x10 segundos (TFCC10), e com o Teste de resistência dos flexores profundos (TRFP). Foram ainda avaliadas a intensidade, a duração e a frequência da dor, e também, a incapacidade (Neck Disability Índex), a catastrofização (Escala de Catastrofização da Dor) e o medo do movimento (Tampa Scale of Kinesiophobia –13). Resultados: A fiabilidade intra-avaliador foi moderada a excelente em todos os testes musculares (CCI= 0,62 a 0,94). O TRFP foi o teste menos fiável, com um elevado erro padrão de medida (8,30 a 28,64s). O grupo com dor cervical apresentou, em média, menor força do que o grupo assintomático (TFCC3: com dor=24,98± 3,73mmHg; sem dor=25,67±3,25mmHg; dinamometria: com dor=5,67±2,83Kgf; sem dor:6,16±2,62Kgf). Verifica-se também menor resistência no grupo com dor cervical (TFCC10: com dor=23,25±3,36mmHg; sem dor=24,24±3,19mmHg; TRFP: com dor=34,92±30,62s; sem dor:57,09±34,91s). Contudo, registaram-se diferenças significativas apenas no TRFP (p=0,008). As associações entre o TFCC3 e a intensidade da dor (r=-0,35); entre o TFCC3 e a catastrofização (r=-0,43); entre a dinamometria e a incapacidade (r=-0,36); e entre a dinamometria e a Catastrofização da Dor (r=-0,36) foram estatisticamente significativas (p<0,05). Conclusão: O TFCC3, o TCC10 e a dinamometria mostraram ser fiáveis. O TRFP teve um elevado erro padrão de medida mostrando ser o menos fiável, porém distinguiu indivíduos com e sem dor cervical crónica, indicando que as pessoas com dor cervical crónica apresentam menor resistência nos músculos flexores profundos da cervical. Relativamente à validade de construto dos testes musculares, a correlação entre estes e a intensidade da dor, a incapacidade, a catastrofização e o medo do movimento atinge valores de associação inversa, moderada e significativa, sugerindo que os testes têm validade de constructo.
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Foi avaliada a força dos músculos flexores profundos com o Teste de Flexão Crânio-cervical, 3 segundos em cada nível, (TFCC3) e com a dinamometria. Foi avaliada a resistência com o Teste de Flexão Crânio-cervical, cada nível 3x10 segundos (TFCC10), e com o Teste de resistência dos flexores profundos (TRFP). Foram ainda avaliadas a intensidade, a duração e a frequência da dor, e também, a incapacidade (Neck Disability Índex), a catastrofização (Escala de Catastrofização da Dor) e o medo do movimento (Tampa Scale of Kinesiophobia –13). Resultados: A fiabilidade intra-avaliador foi moderada a excelente em todos os testes musculares (CCI= 0,62 a 0,94). O TRFP foi o teste menos fiável, com um elevado erro padrão de medida (8,30 a 28,64s). O grupo com dor cervical apresentou, em média, menor força do que o grupo assintomático (TFCC3: com dor=24,98± 3,73mmHg; sem dor=25,67±3,25mmHg; dinamometria: com dor=5,67±2,83Kgf; sem dor:6,16±2,62Kgf). Verifica-se também menor resistência no grupo com dor cervical (TFCC10: com dor=23,25±3,36mmHg; sem dor=24,24±3,19mmHg; TRFP: com dor=34,92±30,62s; sem dor:57,09±34,91s). Contudo, registaram-se diferenças significativas apenas no TRFP (p=0,008). As associações entre o TFCC3 e a intensidade da dor (r=-0,35); entre o TFCC3 e a catastrofização (r=-0,43); entre a dinamometria e a incapacidade (r=-0,36); e entre a dinamometria e a Catastrofização da Dor (r=-0,36) foram estatisticamente significativas (p<0,05). Conclusão: O TFCC3, o TCC10 e a dinamometria mostraram ser fiáveis. O TRFP teve um elevado erro padrão de medida mostrando ser o menos fiável, porém distinguiu indivíduos com e sem dor cervical crónica, indicando que as pessoas com dor cervical crónica apresentam menor resistência nos músculos flexores profundos da cervical. Relativamente à validade de construto dos testes musculares, a correlação entre estes e a intensidade da dor, a incapacidade, a catastrofização e o medo do movimento atinge valores de associação inversa, moderada e significativa, sugerindo que os testes têm validade de constructo.Background: Neck pain is a common and is associated with functional changes of the deep flexor muscles of the neck, in particular changes in the strength and endurance. Objectives: To compare different evaluation protocols for strength and endurance of the deep neck flexor muscles, particularly in terms of reliability, validity and ability to distinguish between individuals with and without neck pain. Methods: A total of 66 individuals entered the study: one group with neck pain (n=33) and another without neck pain (n=33). The mean age (±standard deviation) for the first group was 36.82 (±2.39) years and for the second group was 36.21 (±2.33) years. The strength of the deep flexor muscles was evaluated using the Craniocervical flexion test maintaining each level for 3 seconds (CCFT3) and with dynamometry. The endurance was evaluated with the Craniocervical flexion test, being each level maintained for 3x10 seconds (CCFT10), and with the Deep flexor endurance test (DFET). The intensity, duration and frequency of the cervical pain, as well as disability (Neck Disability Index), catastrophizing (Pain Catastrophizing Scale) and fear of movement (Tampa Scale of Kinesiophobia –13) were also assessed. Results: Intra-rater reliability was moderate to excellent for all the muscular tests (ICC= 0.62 to 0.94). The DFET was the least reliable test, with a high standard error of measurement (8.30 to 28.64s). The group with neck pain tended to show less strength than the asymptomatic group (CCFT3: with pain=24.98± 3.73mmHg; without pain=25.67±3.25mmHg; dynamometry: with pain=5.67±2.83Kgf; without pain: 6.16±2.62Kgf) as well as less endurance (CCFT10: with pain=23.25±3.36mmHg; without pain=24.24±3,19mmHg; DFET: with pain=34.92±30.62s; without pain: 57.09±34.91s). Nevertheless, a significant between group difference was found for the DFET only (p=0.008). The associations between the CCFT3 and pain intensity (r=-0.35); the CCFT3 and pain catastrophizing (r=-0.43); dynamometry and disability (r=-0.36); and between dynamometry and pain catastrophizing (r=-0.36) were statistically significant (p<0.05). Conclusion: The CCFT3, the CCFT10 and the dynamometry seem reliable tests. The DFET had a higher standard error of measurement, suggesting that this was the least reliable of the 4 tests. However, this test was able to distinguish between individuals with and without chronic neck pain. Regarding the validity of the muscle tests, the correlation between these and the intensity, disability, catastrophizing and fear of movement reached inverse and moderate associations, suggesting that they have construct validity.Universidade de Aveiro2018-01-22T15:29:20Z2016-01-01T00:00:00Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/21662TID:201559978porMartins, Filipa Marques Diasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:42:35Zoai:ria.ua.pt:10773/21662Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:56:05.000248Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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