Representações linguísticas de luso(fono)descendentes e o papel do Português Língua de Herança (PLH)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/16496 |
Resumo: | Vários estudos de investigação abordam as variedades do português falado nos diferentes continentes, quer na área da Linguística quer na das Ciências da Educação, embora se constate que a investigação pouco tem feito com o português das Comunidades, o chamado Português Língua de Herança (PLH), nomeadamente, no que toca a “variedades mistas” e a questões linguísticas relativas à própria diversidade intralinguística. Escrever sobre aspetos da cultura e língua dos luso(fono)descendentes não é das tarefas mais fáceis uma vez que, tendo-se passado já três gerações desde o início da emigração para a Europa, são poucos os que ainda mantêm o “falar português” e, mesmo que o mantenham, há uma grande gama de dados culturais que se interpenetram e que mereceriam (re)interpretação. Contudo, e apesar do processo irreversível de miscigenação cultural em que entraram os luso(fono)descendentes, interessaram- nos alguns aspetos linguísticos de comunidades bilingues franco- portuguesas de França. Nesta heterogeneidade, rica em matizes linguísticos, destacamos a cultura e a língua dos portugueses que levaram nas suas bagagens todas as suas esperanças e muitos séculos de experiência. Em princípio, por causa da língua, a 1ª geração isolou-se em núcleos fechados. No entanto, a necessidade de nomear coisas estranhas à sua vivência estrangeira - ambiente físico, métodos e instrumentos de trabalho, entre outros - e, por haver no seu léxico de origem uma lacuna para tais ocorrências, viram-se obrigados a recorrer a empréstimos franceses de natureza linguística e, também, a adotar hábitos, costumes,... Com isto, estabeleceram, ao longo de décadas, o contacto e a consequente interferência entre as duas línguas e culturas. A reflexão sobre esse “falar híbrido” permite consciencializar-nos da existência desta realidade, auxiliando no processo de compreensão da natureza do PLH, da sua história e do seu meio ambiente. |
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Representações linguísticas de luso(fono)descendentes e o papel do Português Língua de Herança (PLH)Português Língua de HerançaRepresentações da Língua PortuguesaRepertórios linguísticosDiversidade intralinguísticaEmigraçãoVários estudos de investigação abordam as variedades do português falado nos diferentes continentes, quer na área da Linguística quer na das Ciências da Educação, embora se constate que a investigação pouco tem feito com o português das Comunidades, o chamado Português Língua de Herança (PLH), nomeadamente, no que toca a “variedades mistas” e a questões linguísticas relativas à própria diversidade intralinguística. Escrever sobre aspetos da cultura e língua dos luso(fono)descendentes não é das tarefas mais fáceis uma vez que, tendo-se passado já três gerações desde o início da emigração para a Europa, são poucos os que ainda mantêm o “falar português” e, mesmo que o mantenham, há uma grande gama de dados culturais que se interpenetram e que mereceriam (re)interpretação. Contudo, e apesar do processo irreversível de miscigenação cultural em que entraram os luso(fono)descendentes, interessaram- nos alguns aspetos linguísticos de comunidades bilingues franco- portuguesas de França. Nesta heterogeneidade, rica em matizes linguísticos, destacamos a cultura e a língua dos portugueses que levaram nas suas bagagens todas as suas esperanças e muitos séculos de experiência. Em princípio, por causa da língua, a 1ª geração isolou-se em núcleos fechados. No entanto, a necessidade de nomear coisas estranhas à sua vivência estrangeira - ambiente físico, métodos e instrumentos de trabalho, entre outros - e, por haver no seu léxico de origem uma lacuna para tais ocorrências, viram-se obrigados a recorrer a empréstimos franceses de natureza linguística e, também, a adotar hábitos, costumes,... Com isto, estabeleceram, ao longo de décadas, o contacto e a consequente interferência entre as duas línguas e culturas. A reflexão sobre esse “falar híbrido” permite consciencializar-nos da existência desta realidade, auxiliando no processo de compreensão da natureza do PLH, da sua história e do seu meio ambiente.Plusieurs travaux de recherche portent sur les variétés du portugais parlé dans les différents continents, aussi bien en linguistique qu’en sciences de l’éducation, toutefois nous constatons que la recherche a peu fait avec le portugais des communautés portugaises émigrées, appelé le portugais langue d’origine, en particulier en ce qui concerne «les variétés mixtes» et les questions linguistiques concernant la diversité intralinguistique. Ecrire sur les aspects de la culture et de la langue des luso(phono) descendants n’est pas une tâche facile car, ayant déjà passé trois générations depuis le début de l’émigration vers l’Europe, rares sont ceux qui conservent encore le «parler portugais» et, même s’ils le maintiennent, il y a un large éventail de données culturelles qui sont étroitement liées et mériteraient une (ré)interprétation. Cependant, malgré le processus irréversible de la mixité culturelle dans lequel les luso(phono)descendants sont entrés, certains aspects linguistiques des communautés bilingues franco-portugaises nous intéressent plus particulièrement. Dans cette hétérogénéité, riche en nuances linguistiques, nous mettons en évidence la culture et la langue que les Portugais ont emportées dans leurs bagages avec leurs espoirs et les siècles d’expérience. Au début, à cause de la langue, la première génération s’est isolée dans des noyaux fermés. Toutefois, la nécessité de nommer des choses étranges à leur nouvelle expérience à l’étranger - l’environnement physique, les méthodes et les outils, entre autres - et parce qu’il y avait des lacunes dans leur lexique d’origine pour nommer ces nouveautés, ils ont été contraints de recourir à des emprunts linguistiques français ainsi qu’adopter des habitudes et des coutumes différentes. Au fil des décennies, ils ont établi le contact avec la société d’accueil et ils ont créé des interférences entre les deux langues et les deux cultures. Une réflexion sur ce «discours hybride» nous permet de prendre conscience de l’existence de cette réalité, et ainsi aider à mieux comprendre le parcours du portugais langue d’origine, son histoire et son environnement.Grupo Lusófona2016-12-13T17:49:51Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/16496por1646-3730Faneca, Rosa Mariainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:30:19Zoai:ria.ua.pt:10773/16496Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:51:26.264685Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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