A Companhia de Jesus e a Cidade do Rio de Janeiro: o caso do Engenho Velho, séculos XVII e XVIII
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/20073 |
Resumo: | Com o intuito de demonstrar as atividades econômicas e sociais dos inacianos na capitania do Rio de Janeiro foi analisado o Engenho Velho, de invocação de São Francisco Xavier, que foi o primeiro de seus domínios agrários e o mais próximo da urbe. O período de análise da pesquisa abarcou basicamente o século XVIII. Entretanto, para se entender a inserção dos religiosos na cidade, suas práticas econômicas e suas atividades agrárias foi necessário retroceder em alguns momentos aos anos iniciais do século XVII, momento em que os padres passaram a se dedicar à plantação de cana-de-açúcar na capitania do Rio de Janeiro, modificando sua inserção na sociedade local. A perspectiva proposta neste trabalho foi a da inserção na discussão sobre a economia colonial americana buscando contribuir para o conhecimento sobre a relevância dos bens jesuíticos para o entendimento desta referida sociedade. Partiu-se da ideia de que os inacianos mantiveram com os poderes estabelecidos, os metropolitanos ou os coloniais, uma relação de apoio mútuo, mas em alguns momentos, sofreram desgastes com maior ou menor intensidade. Para analisar estas questões ligadas às relações com o poder e o consequente reflexo delas na economia jesuítica, buscou-se entender este grupo como mais um dos muitos que formavam as sociedades americanas. Logo, se estavam inseridos nestas sociedades coloniais, devem ser vistos a partir das principais noções que permeiam as análises sobre o período colonial. Alguns conceitos foram essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa. Refiro-me especificamente às ideias de sociedade e economia coloniais, escravidão e mestiçagens. Analisar o primeiro item significou ter em mente as pesquisas atuais que apontam para as discussões sobre as acomodações, as resistências, as negociações e as traduções culturais exercidas tanto pelas elites como pelas categorias sociais mais inferiores destas sociedades, conformando uma situação típica do mundo colonial. Este mundo, ainda que regido pelas noções de Antigo Regime, encontrou formas alternativas e, muitas vezes, específicas de ordenamento social, mantendo uma sociedade excludente, hierarquizada e extremamente mestiça com base na mão-de-obra escrava, indígena ou negra, ainda que, no caso específico, tudo isso estivesse inserido em um projeto maior de missionação dos jesuítas. As fontes utilizadas na pesquisa foram variadas e puderam ser divididas em dois grandes grupos: de um lado, as produzidas pelos próprios padres jesuítas, portanto, datadas antes de 1759. Estão nesse grupo, os relatórios que os religiosos enviaram aos seus superiores em Roma entre os anos de 1701 a 1757 e o livro de batismos do Engenho Velho datado de 1642 a 1757. Fazem parte do outro grupo, a documentação elaborada pelas autoridades obedecendo à ordem de expulsão dos jesuítas: o auto de inventário e sequestro do Engenho Velho de 1759. |
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A perspectiva proposta neste trabalho foi a da inserção na discussão sobre a economia colonial americana buscando contribuir para o conhecimento sobre a relevância dos bens jesuíticos para o entendimento desta referida sociedade. Partiu-se da ideia de que os inacianos mantiveram com os poderes estabelecidos, os metropolitanos ou os coloniais, uma relação de apoio mútuo, mas em alguns momentos, sofreram desgastes com maior ou menor intensidade. Para analisar estas questões ligadas às relações com o poder e o consequente reflexo delas na economia jesuítica, buscou-se entender este grupo como mais um dos muitos que formavam as sociedades americanas. Logo, se estavam inseridos nestas sociedades coloniais, devem ser vistos a partir das principais noções que permeiam as análises sobre o período colonial. Alguns conceitos foram essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa. Refiro-me especificamente às ideias de sociedade e economia coloniais, escravidão e mestiçagens. Analisar o primeiro item significou ter em mente as pesquisas atuais que apontam para as discussões sobre as acomodações, as resistências, as negociações e as traduções culturais exercidas tanto pelas elites como pelas categorias sociais mais inferiores destas sociedades, conformando uma situação típica do mundo colonial. Este mundo, ainda que regido pelas noções de Antigo Regime, encontrou formas alternativas e, muitas vezes, específicas de ordenamento social, mantendo uma sociedade excludente, hierarquizada e extremamente mestiça com base na mão-de-obra escrava, indígena ou negra, ainda que, no caso específico, tudo isso estivesse inserido em um projeto maior de missionação dos jesuítas. As fontes utilizadas na pesquisa foram variadas e puderam ser divididas em dois grandes grupos: de um lado, as produzidas pelos próprios padres jesuítas, portanto, datadas antes de 1759. Estão nesse grupo, os relatórios que os religiosos enviaram aos seus superiores em Roma entre os anos de 1701 a 1757 e o livro de batismos do Engenho Velho datado de 1642 a 1757. Fazem parte do outro grupo, a documentação elaborada pelas autoridades obedecendo à ordem de expulsão dos jesuítas: o auto de inventário e sequestro do Engenho Velho de 1759.In order to demonstrate the economic and social activities of the captaincy of Rio de Janeiro were analyzed the invocation of Saint Francis Xavier, Engenho Velho, who was the first of their agrarian domains and the closest to the city. The analysis period of research took place, the 18th century. However, to understand the insertion of these religious in the city, its economic practices and agricultural activities, it was necessary go back at the early of the 17th century, which time the priests began to concentrate on sugar cane plantation in Rio de Janeiro captaincy, modifying its insertion in local society. The perspective of this study was to discuss about American colonial economy and to contribute to knowledge about the significance of Jesuits goods to better understand this referred society. The priests of Ignatius of Loyola maintained a mutual support relationship with the metropolitans or the colonial’s powers, but in a few moments, they suffered wear in larger or smaller intensity. To analyze these issues linked to the relations with the power and the consequent reflection of them in Jesuit economy, it was sought to understand this group as one of many that made up American societies. If they were inserted in these colonial societies, they should be viewed from the main concepts that pervade the analyses on the colonial period. Some concepts were essential to the development of this research. I am referring specifically to the ideas of colonial society and economy, slavery and mixed races. Analyze the first item meant to keep in mind the current research that point to discussions about the accommodations, resistances, negotiations and cultural translations practiced both by the elites and by the lower categories of such societies, forming a typical situation of the colonial world. This world, although governed by the concepts of the Old Regime, found alternative ways and, often, specific social order, maintaining an exclusive society, hierarchical and extremely mixed based on slave labor, black or Indian, although in the specific case, all they were inserted into a larger project of the Jesuit missionary activity. The sources used in the research were varied and could be divided into two large groups: the first group is the one produced by Jesuit priests themselves, therefore, dated before 1759. In this group, there are reports that the religious sent to his superiors in Rome between the years 1701 and 1757 and the book of baptisms of Engenho Velho dating from 1642 to 1757. In the second group, there is a documentation prepared by the authorities following the order of the Jesuits expulsion: the inventory and kidnapping of Engenho Velho of 1759.Cardim, PedroMatos, Paulo Teodoro deRUNAmantino, Márcia Sueli2017-02-15T15:38:58Z2016-10-102016-12-212016-10-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/20073TID:201256096porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:03:05Zoai:run.unl.pt:10362/20073Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:56.488367Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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