A importância dos rastreios médicos para os utentes: numa população do ACES Douro Norte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Ana Sofia Granja Jesus
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/3456
Resumo: Introdução: A prevenção secundária, onde se incluem os rastreios médicos, objetiva a identificação dum problema de saúde numa população, em fase assintomática e precoce, visando a sua eliminação ou minimização. É defendido que os rastreios podem induzir ao excesso de diagnósticos, conduzindo ao fenómeno disease mongering, interesse da prevenção quaternária. Sendo o utente o alvo central de toda a prevenção em saúde importa conhecer a sua visão sobre rastreios médicos. Objetivo: Estudar a importância atribuída aos rastreios médicos pelos utentes. Metodologia: Estudo observacional transversal. Aplicado questionário a 361 utentes pertencentes a três Unidades de Saúde Familiar (USF) de Vila Real e uma Unidade de Cuidados Saúde Personalizados (UCSP) de Sabrosa, durante Setembro e Outubro de 2014. Respostas estudadas em função da idade, género, toma regular de medicação, formação académica, atividade profissional e perceção da qualidade de saúde. Na análise inferencial foi utilizado o teste X2 para variáveis nominais e testes não paramétricos, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, para variáveis ordinais. Considerado nível de significância de 0,05. Resultados: Os inquiridos apresentam idades entre 15 e 94 anos, 65,4% com idade inferior a 65 anos, 62,9% do género feminino, 65,1% tomam medicação regularmente, 67% com formação académica média, 48,2% profissionalmente ativos e 59,8% caracteriza a sua saúde como razoável/fraca. A UCSP apresenta uma população mais idosa (p=0,024) e com maior percentagem de formação académica baixa (p<0,001). Em relação aos rastreios, 90% dos inquiridos aceitam participar em rastreios médicos, confirmando-se que esta aceitação está relacionada com a toma regular de medicação (p=0,045), 91,4% acredita que os rastreios identificam a presença de doença, 80,1% pensam que mesmo fazendo um rastreio médico podem sofrer da doença e 74,2% são da opinião que podem morrer da doença. A resposta a estas últimas três questões é diferente consoante o grau de formação académica. A aceitação de realização de rastreios varia consoante o tipo de unidade: 96,1% na UCSP e 88,4% nas USF (p=0,045). No momento de participar em rastreios, 75,3% da amostra confia nos rastreios, 71,2% aceita as suas consequências, 66,8% pretende saber se está saudável e 64,5% se tem doença. Discussão e Conclusão: A maioria dos inquiridos aceita participar em rastreios, com maior adesão na UCSP, acreditando que estes detetam doenças, confiando nos mesmos e aceitando as suas consequências. Denota-se a necessidade de associarem-se esforços em prol do correto esclarecimento dos utentes no momento da tomada de decisão em relação aos rastreios, fomentando o seu empowerment, respeitando a sua autonomia, esforços esses partilhados pelos próprios utentes, profissionais de saúde, instituições e outras entidades intervenientes.
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spelling A importância dos rastreios médicos para os utentes: numa população do ACES Douro NorteMedicina geral - Prevenção secundáriaMedicina geral - Prevenção quaternáriaRastreio - Utente - Estudo de de casoIntrodução: A prevenção secundária, onde se incluem os rastreios médicos, objetiva a identificação dum problema de saúde numa população, em fase assintomática e precoce, visando a sua eliminação ou minimização. É defendido que os rastreios podem induzir ao excesso de diagnósticos, conduzindo ao fenómeno disease mongering, interesse da prevenção quaternária. Sendo o utente o alvo central de toda a prevenção em saúde importa conhecer a sua visão sobre rastreios médicos. Objetivo: Estudar a importância atribuída aos rastreios médicos pelos utentes. Metodologia: Estudo observacional transversal. Aplicado questionário a 361 utentes pertencentes a três Unidades de Saúde Familiar (USF) de Vila Real e uma Unidade de Cuidados Saúde Personalizados (UCSP) de Sabrosa, durante Setembro e Outubro de 2014. Respostas estudadas em função da idade, género, toma regular de medicação, formação académica, atividade profissional e perceção da qualidade de saúde. Na análise inferencial foi utilizado o teste X2 para variáveis nominais e testes não paramétricos, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, para variáveis ordinais. Considerado nível de significância de 0,05. Resultados: Os inquiridos apresentam idades entre 15 e 94 anos, 65,4% com idade inferior a 65 anos, 62,9% do género feminino, 65,1% tomam medicação regularmente, 67% com formação académica média, 48,2% profissionalmente ativos e 59,8% caracteriza a sua saúde como razoável/fraca. A UCSP apresenta uma população mais idosa (p=0,024) e com maior percentagem de formação académica baixa (p<0,001). Em relação aos rastreios, 90% dos inquiridos aceitam participar em rastreios médicos, confirmando-se que esta aceitação está relacionada com a toma regular de medicação (p=0,045), 91,4% acredita que os rastreios identificam a presença de doença, 80,1% pensam que mesmo fazendo um rastreio médico podem sofrer da doença e 74,2% são da opinião que podem morrer da doença. A resposta a estas últimas três questões é diferente consoante o grau de formação académica. A aceitação de realização de rastreios varia consoante o tipo de unidade: 96,1% na UCSP e 88,4% nas USF (p=0,045). No momento de participar em rastreios, 75,3% da amostra confia nos rastreios, 71,2% aceita as suas consequências, 66,8% pretende saber se está saudável e 64,5% se tem doença. Discussão e Conclusão: A maioria dos inquiridos aceita participar em rastreios, com maior adesão na UCSP, acreditando que estes detetam doenças, confiando nos mesmos e aceitando as suas consequências. Denota-se a necessidade de associarem-se esforços em prol do correto esclarecimento dos utentes no momento da tomada de decisão em relação aos rastreios, fomentando o seu empowerment, respeitando a sua autonomia, esforços esses partilhados pelos próprios utentes, profissionais de saúde, instituições e outras entidades intervenientes.Background: Secondary prevention, where screening tests are included, aims the identification of health problems in a given population, in an asymptomatic and early stage, in order to eliminate or minimize its progression. Is argued that screening programs could contribute for overdiagnoses, leading to disease mongering phenomenon, an interest for quaternary prevention. The patient is the central concern of all prevention in health, becoming important to understand his vision about medical screenings. Objective: Study the significance of medical screening tests for patients. Methods: Analytical Cross-sectional study. A questionnaire was administered at a 361 patient sample of three Family Health Units (USF) from Vila Real and one Personalized Health Care Unit (UCSP) from Sabrosa, during September and October 2014. The answers were analyzed according to age, gender, regular use of medication, academic degree, professional activity and self-perceived quality of health. In the inferential analysis, the X2 test was used for nominal variables and the non-parametric tests, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, for ordinal variables. Considered the 0,05 significance level. Results: The surveyed people have ages between 15 and 94 years old, 65,4% with less than 65 years, 62,9% are female, 65,1% with regular use of medication, 67% have an average degree of academic education, 48,2% professionally active and 59,8% perceive their health as fair/poor. UCSP presents a more aged population than USF (p=0,024), with a higher percentage of low academic education (p<0,001). Regarding to the screening, 90% of the consultants accepts participate in health screening, confirming that this acceptance is related to use of regular medication (p=0,045), 91,4% believes that medical screenings identifies the presence of disease, 80,1% thinks that even if they do a medical screening they may suffer from the disease and 74,2% agree that they may even die from the disease. The answer to these last three questions is different towards to the degree of academic education. The acceptance in participating in medical screening varies according to the type of unit: 96,1% from UCSP and 88,4% from USF (p=0,045). At the time of participating in screenings, 75,3% of respondents trust in medical screening, 71,2% accepts their consequences, 66,8% wants to know if they’re healthy and 64,5% wants to know if they have a disease. Discussion and conclusion: Most of the study population accepts conducting medical screenings, with greater adhesion at UCSP, believing that these screenings detects diseases, trusting in them and accepting their consequences. This indicates the need to join up efforts in support of clarification to patients, at the time of decision-making in relation to screening, fostering the empowerment of them, respecting their autonomy. These efforts should be shared by the patients themselves, health professionals, institutions and other entities involved.Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresuBibliorumCosta, Ana Sofia Granja Jesus2015-06-03T13:30:00Z2015-07-312015-022015-07-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/3456TID:201789477porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:39:51Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/3456Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:44:52.300647Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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