Paradigma de Desenvolvimento Turístico Sustentável e Pandemia da COVID-19: Espaços rurais enquanto destinos turísticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saramago, Tiago F A
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10314/5275
Resumo: A evolução dos territórios rurais alicerçada no turismo é hoje uma ferramenta dinamizadora para o desenvolvimento dos mesmos, pois estes tiveram a necessidade de se reinventar e apostar na valorização dos seus recursos, através de um aproveitamento turístico sustentável. A necessidade da aposta destes lugares, no setor do turismo, surge com as assimetrias que existem entre os territórios de baixa densidade e os grandes centros urbanos, quer por falta de investimento, quer pela falta de infraestruturas, passando pela debilidade das acessibilidades e, até mesmo, pela falta de estratégias de captação e desenvolvimento destes territórios, tornando os respetivos espaços e as suas populações menosprezados e isolados. No entanto, uma aposta no turismo, como motor do desenvolvimento socioeconómico e territorial, sem planeamento e estratégias adequadas, pode criar uma dependência desta atividade que, embora possa trazer vantagens e efeitos multiplicadores ao território, pode também resultar em efeitos negativos devido à dependência demasiada numa única atividade. Ora, tal enfoque pode trazer malefícios para o desenvolvimento territorial aquando da ocorrência de catástrofes ou episódios desastrosos nos destinos turísticos. As fragilidades intrínsecas, que este setor apresenta, podem-se repercutir e acentuar a vulnerabilidade inerente a estes territórios, isto é, todos os impactos que o sistema turístico possa sofrer irão, de certa forma, prejudicar e provocar danos a estes espaços, que estejam totalmente subordinados a esta atividade. De forma a evitar um colapso danoso e irreversível do setor, devem ser tomadas medidas em consonância com um planeamento de marketing territorial, aliada à resiliência territorial, capaz de evidenciar os recursos e os atrativos do território, minimizando os impactos de qualquer catástrofe que possa abalar os territórios. Posto isto, como metodologias considerou-se o estágio realizado e entrevistas semiestruturadas a stakeholders turísticos com vista à obtenção de dados mais objetivos e realistas, de acordo com o impacto e as necessidades de cada setor turístico. Os dados revelam que existiram medidas e estratégias adotadas para combater o arrombo causado pela COVID-19, no setor do turismo. Ainda assim, os intervenientes revelam que as medidas e as diretrizes que foram necessárias adotar, não conseguem reverter as quebras e os prejuízos que resultaram deste episódio pandémico. Existe então a necessidade de se repensar e reestruturar todo o sistema turístico com vista à retoma da atividade de uma forma mais adequada e harmoniosa, diga-se também, mais enfocada no novo paradigma da sustentabilidade.
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