A criação dramática: O pensar e o fazer - Um estudo com futuros professores do 1.º ciclo do ensino básico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Carla Pires
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/53364
Resumo: A escola de hoje, para além do seu papel educativo, deverá promover o desenvolvimento cultural e a participação social. A presença das famílias, a partilha de experiências de vida, de culturas, pode contribuir positivamente para o convívio saudável entre grupos culturalmente diversificados. Valorizar o pluralismo cultural como fonte de riqueza humana, baseada no respeito e no apreço das outras culturas, será uma medida fundamental, para que os alunos se integrem na vida, com a capacidade de entenderem e interpretarem os factos mais relevantes relacionados quer com a sua própria individualidade, quer com a sociedade da qual fazem parte. Os movimentos migratórios que vêm acontecendo nos últimos anos, para além das transformações socias que lhe são inerentes, têm vindo a mudar dinâmica das escolas portuguesas pela, cada vez maior, heterogeneidade étnico-cultural dos seus alunos. Esta realidade deverá implicar, por parte dos professores, uma adaptação criativa do currículo no que diz respeito às práticas artísticas. A alteração de referências a que os indivíduos estão sujeitos, o medo e a insegurança que poderão sentir num país novo e desconhecido, o fenómeno do desemprego, que atinge também os nacionais do país, e as eventuais consequências de rejeição dos outros, são motivos para que aqueles que migram se possam sentir perdidos e desamparados podendo ameaçar toda uma estrutura familiar em que se inserem e fazer ruir os seus alicerces. DELORS (1996: 37), no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, chamava a atenção para os grandes movimentos de população que tendiam em intensificar-se, considerando que “o acolhimento reservado aos migrantes, pelos países que os recebem, e a sua própria capacidade de se integrarem no novo ambiente humano, são outras tantas referências, que permitem medir o grau de abertura de uma sociedade moderna, em relação ao que lhe surge como “estrangeiro”. E, no sentido de evitar o risco a que se refere BASTOS (2010: 80), da “existência globalizada de uma aculturação, imposta pelas culturas predominantes que apagam as características intrínsecas doutras culturas que consideram fora dos cânones que estabeleceram para si próprios”, a valorização da diversidade cultural e o seu reconhecimento social deverão ser processos naturais inerentes ao sistema de ensino, o que, para tal, deverá suscitar modalidades que impliquem as famílias e os diversos atores sociais no processo educativo. O cruzamento de diferentes mundos culturais e linguísticos deverão sustentar a criação de projetos de turma, ou de escola, se for o caso. Nesse contexto, a Expressão Dramática/Teatro é o espaço de fruição, por natureza, para a criação de projetos artísticos que proporcionem o cruzamento de diferentes mundos culturais e linguísticos, criando estratégias saudáveis e eficazes de integração de diferentes realidades que por vezes parecem tão afastadas e contraditórias. Através de procedimentos, técnicas e recursos teatrais, promove a expressão, a comunicação, a originalidade, a iniciativa, a criatividade, envolvendo os alunos em tarefas de grupo que os entusiasmam, estimulando a solidariedade e a cooperação. De igual modo, proporciona a compreensão e o reconhecimento da diversidade individual e social, pela convocação de experiências de vida dos intervenientes, valorizando-as de tal modo que, muitas vezes, a própria diversidade etnocultural se transforma em indutora de criação de argumentos.
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Os movimentos migratórios que vêm acontecendo nos últimos anos, para além das transformações socias que lhe são inerentes, têm vindo a mudar dinâmica das escolas portuguesas pela, cada vez maior, heterogeneidade étnico-cultural dos seus alunos. Esta realidade deverá implicar, por parte dos professores, uma adaptação criativa do currículo no que diz respeito às práticas artísticas. A alteração de referências a que os indivíduos estão sujeitos, o medo e a insegurança que poderão sentir num país novo e desconhecido, o fenómeno do desemprego, que atinge também os nacionais do país, e as eventuais consequências de rejeição dos outros, são motivos para que aqueles que migram se possam sentir perdidos e desamparados podendo ameaçar toda uma estrutura familiar em que se inserem e fazer ruir os seus alicerces. DELORS (1996: 37), no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, chamava a atenção para os grandes movimentos de população que tendiam em intensificar-se, considerando que “o acolhimento reservado aos migrantes, pelos países que os recebem, e a sua própria capacidade de se integrarem no novo ambiente humano, são outras tantas referências, que permitem medir o grau de abertura de uma sociedade moderna, em relação ao que lhe surge como “estrangeiro”. E, no sentido de evitar o risco a que se refere BASTOS (2010: 80), da “existência globalizada de uma aculturação, imposta pelas culturas predominantes que apagam as características intrínsecas doutras culturas que consideram fora dos cânones que estabeleceram para si próprios”, a valorização da diversidade cultural e o seu reconhecimento social deverão ser processos naturais inerentes ao sistema de ensino, o que, para tal, deverá suscitar modalidades que impliquem as famílias e os diversos atores sociais no processo educativo. O cruzamento de diferentes mundos culturais e linguísticos deverão sustentar a criação de projetos de turma, ou de escola, se for o caso. Nesse contexto, a Expressão Dramática/Teatro é o espaço de fruição, por natureza, para a criação de projetos artísticos que proporcionem o cruzamento de diferentes mundos culturais e linguísticos, criando estratégias saudáveis e eficazes de integração de diferentes realidades que por vezes parecem tão afastadas e contraditórias. Através de procedimentos, técnicas e recursos teatrais, promove a expressão, a comunicação, a originalidade, a iniciativa, a criatividade, envolvendo os alunos em tarefas de grupo que os entusiasmam, estimulando a solidariedade e a cooperação. De igual modo, proporciona a compreensão e o reconhecimento da diversidade individual e social, pela convocação de experiências de vida dos intervenientes, valorizando-as de tal modo que, muitas vezes, a própria diversidade etnocultural se transforma em indutora de criação de argumentos.CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho (UI 317 da FCT), Portugal; Fundos Nacionais através da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) com a referência POCI-01-0145-FEDER-007562info:eu-repo/semantics/publishedVersionDireção Regional de Educação da MadeiraUniversidade do MinhoAntunes, Carla Pires20132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/53364por1646-1819http://www02.madeira-edu.pt/dre/publicacoes_dre/revista_diversidades/tabid/392/ctl/Read/mid/1394/InformacaoId/4301/UnidadeOrganicaId/5/Default.aspxinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:27:44Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/53364Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:22:26.440739Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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