Incidência de lesões em estudantes do sexo feminino da Universidade de Aveiro que participaram na Taça UA

• Autor(a) principal: Campos, Maria Beatriz Castro
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/39233
• topic: Desporto universitário; Incidência; Epidemiologia; Lesões; Atletas; Feminino

Enquadramento: A prática desportiva, apesar das inúmeras vantagens, tem riscos associados, nomeadamente o risco de lesão que acarreta graves prejuízos não só para os atletas como para as equipas onde eventualmente se inserem. Como tal, a redução da incidência de lesões é fundamental, sendo a avaliação epidemiológica o primeiro passo para este objetivo. No mundo do desporto, são predominantes os atletas do sexo masculino, existindo uma sub-representação das mulheres em estudos epidemiológicos sobre as lesões no desporto. Objetivos: O principal objetivo deste estudo foi caracterizar as participantes da Taça UA nas suas diferentes modalidades, a sua prática desportiva, as lesões e a sua incidência durante o ano letivo (época desportiva) 2021/2022. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo e retrospetivo sobre a época desportiva 2021/2022 da Taça UA. A Taça UA é uma competição da Universidade de Aveiro, dela fazem parte diversas modalidades, disponíveis nas vertentes masculina, feminina ou mista. As atividades realizam-se ao longo de todo o ano letivo. No ano letivo de 2021/2022 contou com aproximadamente 615 estudantes do sexo feminino, em 12 modalidades desportivas. Os dados recolheram-se após o término da época seguindo as diretrizes da declaração de consenso do Comité Olímpico Internacional de 2020, no que diz respeito aos métodos para registar e reportar dados epidemiológicos sobre lesões e doenças no desporto, para a recolha de dados, procedimentos e terminologia. Resultados: A incidência de lesões foi de 2,42 (IC 95%: 0,99-3,85) lesões por 1000 horas de exposição (treino + jogo). Foram registadas um total de 11 lesões em 93 atletas do sexo feminino, 7 das quais correspondentes a uma nova lesão, 3 recorrências e uma exacerbação. A maior parte das lesões ocorreu durante a competição (81,8%), sendo o principal mecanismo de lesão agudo com apresentação imediata e na sua maioria as lesões são, quanto à severidade, moderadas (27,3%) e graves (45,4%). As lesões localizaram-se maioritariamente nos membros inferiores, sendo os joelhos e tornozelos a região corporal mais afetada. As atletas em estudo praticaram maioritariamente voleibol, futsal, basquetebol e andebol. A maior parte das atletas não teve treinador e não fez qualquer tipo de treino complementar e na sua totalidade referiram não participarem em nenhum plano de prevenção de lesões, e apenas quatro atletas lesionadas recorreram à fisioterapia. Conclusão: As 93 atletas que participaram no estudo registaram um total de 11 lesões com uma incidência de 2,42 (IC 95%: 0,99-3,85) lesões por 1000 horas de prática desportiva. O mecanismo de lesão mais comum foi agudo com apresentação imediata. As lesões apresentadas ocorreram maioritariamente nos membros inferiores, principalmente nos joelhos e tornozelos. Estes resultados realçam a necessidade de conhecer os possíveis mecanismos lesionais por modalidade e assim criar e implementar planos de prevenção de lesões direcionados, contribuindo para um melhor desempenho das atletas e da equipa e prolongando a sua vida desportiva em contexto universitário.