Tratamento de reposição na deficiência de alfa-1-antitripsina em doentes com enfisema pulmonar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinho, Crisbety Marlene Soares de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1512
Resumo: A doença pulmonar obstrutiva crónica é uma das principais causas de incapacidade respiratória e a quarta causa de morte em todo o Mundo, sendo mais frequente no sexo masculino. A exposição ao fumo do tabaco é considerada o principal fator de risco ambiental, no entanto, existem outros fatores igualmente importantes como, por exemplo, a deficiência de alfa-1-antitripsina, a única desordem genética conhecida associada a esta patologia até aos dias de hoje. Esta enzima é maioritariamente produzida e sintetizada pelos hepatócitos sendo posteriormente distribuída através do sangue para os tecidos com especial importância fisiológica nos pulmões. É uma proteína de fase aguda e apresenta ação inibidora das proteases com particular afinidade para a elastase dos neutrófilos limitando a lesão dos tecidos por elastases em locais com inflamação. O fenótipo deficiente mais comum associado à doença é o PiZZ com grande diminuição dos níveis de alfa-1-antitripsina e elevado risco de desenvolver enfisema pulmonar e cirrose hepática, entre outras. Estudos epidemiológicos indicam que um valor limiar de 11umol (50mg/dL) ou aproximadamente 35% do nível médio normal é suficiente para proteger os pulmões. A abordagem mais específica para tratar a deficiência de alfa-1-antitripsina é a reposição intravenosa dos níveis desta proteína na sua forma purificada de forma a obter níveis sanguíneos acima de 50mg/dL, limite a partir do qual se considera que o pulmão está protegido da acção da elastase. Esta terapêutica foi introduzida durante os anos 80, sendo praticadas doses semanais de 60mg/Kg de peso corporal. A prolastina é uma proteína plasmática que vem sendo administrada já há 20 anos em indivíduos com deficiência de alfa-1-antitripsina. Os critérios de seleção dos candidatos, atendendo que é uma terapêutica com custos elevados e para manter durante o resto da vida, são: idade superior a 18 anos, alfa-1-antitripsina inferior a 80mg/dL, não fumador ou ex-fumador há mais de 6 meses, obstrução brônquica estabelecida ou rápido declínio da FEV1 superior a 120 mL/ano. Assim sendo, o principal objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica sobre a patologia do enfisema pulmonar, incidindo fundamentalmente na deficiência de alfa-1-antitripsina e analisar os critérios de inclusão para a terapêutica de substituição. Também se pretende descrever a população do estudo, conhecer a realidade do CHCB e analisar o benefício do tratamento no retardamento da progressão da doença. Métodos: Foi realizada uma pesquisa de artigos científicos através das bases de dados electrónicas Pubmed, E-medicine, b-on, sciencedirect com as palavras-chave alpha-1-antytripsine, prolastin, emphysema, entre outras. Será também realizado um estudo retrospetivo mediante a consulta de processos clínicos e bibliografia disponibilizada. Os dados referem-se a doentes com enfisema por défice de alfa-1-antitripsina do serviço de Pneumologia do CHCB.
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É uma proteína de fase aguda e apresenta ação inibidora das proteases com particular afinidade para a elastase dos neutrófilos limitando a lesão dos tecidos por elastases em locais com inflamação. O fenótipo deficiente mais comum associado à doença é o PiZZ com grande diminuição dos níveis de alfa-1-antitripsina e elevado risco de desenvolver enfisema pulmonar e cirrose hepática, entre outras. Estudos epidemiológicos indicam que um valor limiar de 11umol (50mg/dL) ou aproximadamente 35% do nível médio normal é suficiente para proteger os pulmões. A abordagem mais específica para tratar a deficiência de alfa-1-antitripsina é a reposição intravenosa dos níveis desta proteína na sua forma purificada de forma a obter níveis sanguíneos acima de 50mg/dL, limite a partir do qual se considera que o pulmão está protegido da acção da elastase. Esta terapêutica foi introduzida durante os anos 80, sendo praticadas doses semanais de 60mg/Kg de peso corporal. A prolastina é uma proteína plasmática que vem sendo administrada já há 20 anos em indivíduos com deficiência de alfa-1-antitripsina. Os critérios de seleção dos candidatos, atendendo que é uma terapêutica com custos elevados e para manter durante o resto da vida, são: idade superior a 18 anos, alfa-1-antitripsina inferior a 80mg/dL, não fumador ou ex-fumador há mais de 6 meses, obstrução brônquica estabelecida ou rápido declínio da FEV1 superior a 120 mL/ano. Assim sendo, o principal objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica sobre a patologia do enfisema pulmonar, incidindo fundamentalmente na deficiência de alfa-1-antitripsina e analisar os critérios de inclusão para a terapêutica de substituição. Também se pretende descrever a população do estudo, conhecer a realidade do CHCB e analisar o benefício do tratamento no retardamento da progressão da doença. Métodos: Foi realizada uma pesquisa de artigos científicos através das bases de dados electrónicas Pubmed, E-medicine, b-on, sciencedirect com as palavras-chave alpha-1-antytripsine, prolastin, emphysema, entre outras. Será também realizado um estudo retrospetivo mediante a consulta de processos clínicos e bibliografia disponibilizada. Os dados referem-se a doentes com enfisema por défice de alfa-1-antitripsina do serviço de Pneumologia do CHCB.Chronic obstructive pulmonary disease is one of the principal causes of respiratory disability and the fourth leading cause of death worldwide, affecting most frequently male gender. The exposure to tobacco smoke is considered the major environmental risk factor. However, other factors are equally important, such as alpha-1-antitripsine deficiency, the only known genetic disorder associated to this pathology nowadays. This enzyme is mostly produced and synthesized by hepatocytes and distributed via blood to all tissues, with a special physiologic importance in the lungs. This protein is an acute phase protein inhibiting proteases, particularly the neutrophil elastase, confining tissue damage by elastase at local inflammation. The most common deficient genotype associated to disease is the PiZZ, demonstrating severe decrease of alpha-1-antitripsine levels and high risk of developing pulmonary emphysema and cirrhosis, among other. Epidemiological studies show that the 11μmol (50mg/dL) threshold value or about 35% of the medium normal level is sufficient to lung protection. The most specific approach to treat the alpha-1-antitripsine deficiency is intravenous replacement of the purified form to obtain blood levels above 50mg/dL which is the limit thought to protect lungs from the elastase action. This therapy was introduced in the 80s when 60mg/dL doses were practiced. Prolastin is a plasmatic protein that has been administrated for 20 years in deficient alpha-1-antitripsine individuals. The candidate’s selection criteria are: age over 18, alpha-1-antitripsine below 80mg/dL, non or ex smoker (quit for over 6 months), bronchial obstruction or quick FEV1 decrease, being that decrease superior to 120mL/year. These criteria are important once this therapy requires high costs and needs to be maintained throughout life. Therefore, the main objective of this paper is to review existing literature on the pathology of pulmonary emphysema, focusing primarily in alpha-1-antitrypsin and analyze the inclusion criteria for replacement therapy. It also intends to describe the study population, knowing the reality of CHCB and analyze the treatment benefit in slowing disease progression. Methods: It was made a research of scientific articles through electronic databases Pubmed, E-medicine, b-on ScienceDirect with the keywords alpha-1-antytripsine, Prolastin, emphysema, among others. It will also be done a retrospective study by consulting clinical processes and bibliography available. The data refer to patients with emphysema related to alpha-1-antitrypsin deficiency of the Pneumology service of CHCB.Universidade da Beira InteriorLopes, Maria Inês Marques VicenteuBibliorumPinho, Crisbety Marlene Soares de2013-12-04T10:24:17Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1512porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:37:05Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1512Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:19.099247Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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