Risco e tomada de decisão: um teste da regra do valor extremo em contexto de perda
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/31558 |
Resumo: | Todos os comportamentos do ser humano são resultantes da tomada de decisão, sendo esta frequentemente baseada em experiências anteriores da pessoa. A Teoria dos Prospetos indica que os seres humanos são avessos ao risco para ganhos, e propensos ao risco para perdas, sendo esta inversão de preferências denominada de efeito de reflexão. Inicialmente, grande parte dos estudos sobre a tomada de decisão em situações de risco eram realizadas com cenários hipotéticos descritos verbalmente. Apenas mais tarde se começaram a realizar experiências em que os participantes aprendiam as contingências e tomavam decisões através de encontros repetidos com as opções de escolha e as suas consequências. Quando este tipo de experiências começou a ser realizado, tornou-se notório o que acabou por ser designado por lacuna descrição-experiência: quando os estudos se baseiam na experiência ocorre uma inversão do efeito de reflexão, ou seja, as pessoas revelam propensão ao risco para ganhos e aversão ao risco para perdas. Uma possível explicação para esta lacuna é a regra do valor extremo segundo a qual ocorre uma sobrevalorização do resultado extremo, tanto na memória como no processo de tomada de decisão quando as contingências são aprendidas através de encontros repetidos. O presente estudo pretende testar a regra do valor extremo na tomada de decisão em situações de risco em contexto de perda. Para tal, foi introduzida uma terceira opção, denominada de decoy (isco), que poderia ser um extremo alto ou baixo de forma a enviesar a tomada de decisão. Os participantes realizaram escolhas entre duas de três opções possíveis. Uma opção era a fixa (F) e resultava sempre na perda de 100 pontos, outra opção era a arriscada (R) e, resultava na perda de 50 ou 150 pontos, com 50% de probabilidade para cada um dos valores; e a terceira opção era a decoy (D), que na condição HD conduzia à perda equi-provável de 25 ou de 75 pontos e, na condição LD conduzia à perda de 125 ou 175 pontos, também de forma equi-provável. A hipótese era que, quando confrontados com as opções F e R, os participantes da condição LD preferissem a opção R e os participantes da condição HD preferissem a opção F. A hipótese não se confirmou, muito embora participantes da condição LD se revelassem mais propensos ao risco do que os participantes da condição HD. |
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Quando este tipo de experiências começou a ser realizado, tornou-se notório o que acabou por ser designado por lacuna descrição-experiência: quando os estudos se baseiam na experiência ocorre uma inversão do efeito de reflexão, ou seja, as pessoas revelam propensão ao risco para ganhos e aversão ao risco para perdas. Uma possível explicação para esta lacuna é a regra do valor extremo segundo a qual ocorre uma sobrevalorização do resultado extremo, tanto na memória como no processo de tomada de decisão quando as contingências são aprendidas através de encontros repetidos. O presente estudo pretende testar a regra do valor extremo na tomada de decisão em situações de risco em contexto de perda. Para tal, foi introduzida uma terceira opção, denominada de decoy (isco), que poderia ser um extremo alto ou baixo de forma a enviesar a tomada de decisão. Os participantes realizaram escolhas entre duas de três opções possíveis. Uma opção era a fixa (F) e resultava sempre na perda de 100 pontos, outra opção era a arriscada (R) e, resultava na perda de 50 ou 150 pontos, com 50% de probabilidade para cada um dos valores; e a terceira opção era a decoy (D), que na condição HD conduzia à perda equi-provável de 25 ou de 75 pontos e, na condição LD conduzia à perda de 125 ou 175 pontos, também de forma equi-provável. A hipótese era que, quando confrontados com as opções F e R, os participantes da condição LD preferissem a opção R e os participantes da condição HD preferissem a opção F. A hipótese não se confirmou, muito embora participantes da condição LD se revelassem mais propensos ao risco do que os participantes da condição HD.All human behavior requires decisions, which are often based on the person's previous experiences. The Prospect Theory indicates that human beings are risk averse for gains and risk prone for losses, a result commonly known as the reflection effect. Initially, most studies on decision making in risky situations were carried out with hypothetical scenarios described verbally. More recently, experiments started to require participants to repeatedly encounter the choice options and their consequences. When this type of experience began to be carried out, a description-experience gap became evident: when studies are based on experience, there is an inversion of the reflection effect, that is, people are risk prone for gains and risk averse for losses. A possible explanation for this gap is offered by the extreme-value rule according to which an overvaluation of the extreme result occurs both in memory and in the decision-making process when contingencies are learned through repeated encounters. The present study aims to test the extreme value rule in risky situations involving losses. To this end, a third option (a decoy) was introduced, which could be an extreme high or an extreme low value in order to skew decision making. Participants made choices between two of three possible options. One option was fixed (F) and always resulted in a loss of 100 points; another option was risky (R) and resulted in a loss of 50 or 150 points, with a 50% probability for each of the values; and the third option was the decoy (D), which in the HD condition led to an equi-probable loss of 25 or 75 points and, in the LD condition, led to a loss of 125 or 175 points, also equi-probably. The hypothesis was that, when faced with options F and R, participants in the LD condition ought to prefer option R and participants in the HD condition ought to prefer option F. The hypothesis was not confirmed, even though participants in the LD condition were more risk prone than participants in the HD condition.2021-07-13T09:50:08Z2021-02-17T00:00:00Z2021-02-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/31558porPinto, Ana Catarina Valadaresinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:00:58Zoai:ria.ua.pt:10773/31558Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:03:25.545466Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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