Realização de testes rápidos (point-of-care) em farmácias comunitárias: perspetiva dos utentes e farmacêuticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueira, Inês Filipa Laranjo
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/110087
Resumo: RESUMO - No âmbito do projeto Fast Track Cities, foi implementado um projeto piloto de testes rápidos point-of-care para o vírus da imunodeficiência humana, o vírus da hepatite B e o vírus da hepatite C, nas farmácias de Cascais. Este trabalho pretendeu caracterizar os utentes que aderem aos testes, identificar facilitadores e barreiras à adesão nesse local. O estudo apresenta duas componentes: uma quantitativa com aplicação de um questionário a 210 utentes no momento dos testes e outra qualitativa com a realização de grupos focais com 15 farmacêuticos envolvidos no projeto. Avaliou-se a associação entre diversos fatores e a adesão a cada teste, recorrendo-se ao teste Qui-Quadrado e ao coeficiente de correlação de Spearman com um intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Os dados qualitativos foram estudados segundo uma análise de conteúdo. Os homens, pessoas nativas, com maior nível de escolaridade e heterossexuais aderiram mais aos testes. A média de idades foi de 35 anos. Quase metade dos utentes indicou nunca ter feito os testes. O motivo mais frequente para os rastreios foram as relações sexuais desprotegidas. Foram reportados como facilitadores para os utentes a rapidez, confidencialidade e confiança no farmacêutico, e como barreiras o estigma associado às infeções e o processo de referenciação. Os farmacêuticos consideraram como facilitadores a formação inicial, o protocolo orientador e a relação com o utente, identificando como barreiras os materiais de testagem, as condições logísticas, o tempo, o desconhecimento da continuidade do processo do utente e o autoteste. A farmácia constitui assim um local de rastreio efetivo, com particular relevância para quem é testado pela primeira vez, heterossexuais e alguns migrantes, embora seja necessário compreender e reduzir barreiras e aumentar a adesão de grupos específicos.
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