Caracterização demográfica, avaliação genética e efeitos da depressão consanguínea em características produtivas de bovinos de raça Maronesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/6333 |
Resumo: | A raça de bovinos Maronesa é uma raça autóctone portuguesa que pode ser encontrada predominantemente nas regiões do Alvão – Marão e Padrela – Falperra, no Norte do país. Apenas recentemente se começou a descobrir a sua evolução e origem. É uma raça criada pela sua carne de qualidade que tem atualmente Denominação de Origem Protegida – DOP. Neste estudo foi proposto fazer a caracterização demográfica da raça Maronesa, fazer a avaliação genética de duas características de carcaça, e investigar a existência ou não de depressão consanguínea sobre estas características. A caracterização demográfica foi realizada com recurso ao programa Endog 4.8, usando os registos da base de dados da raça Maronesa. O grau de preenchimento da genealogia Maronesa é razoável, com 73,7% dos animais com progenitores conhecidos. A raça Maronesa tem um número efetivo de fundadores (fe) e de ancestrais (fa) de 272 e 256, respetivamente, com 186 ancestrais responsáveis por 50% da variabilidade genética. Isto é evidência de desequilíbrios na utilização de reprodutores. A relação fe/fa de 1,06 é indicativo de que a raça Maronesa não sofreu estrangulamentos populacionais. O tamanho efetivo (Ne) da população para o número de gerações equivalentes é de aproximadamente 57, valor que se encontra muito próximo do mínimo aconselhado para que se possa manter a diversidade genética de uma população. A consanguinidade (F) da raça é de 1,02% e o coeficiente de relação média (AR) é de 0,27%. Apesar do número crescente de animais consanguíneos registados nos últimos anos, o F destes tem vindo a diminuir. Pelo contrário, o F global tem vindo a aumentar todos os anos. O intervalo médio entre gerações é de 5,7 anos. Recorrendo ao programa ASREML, a avaliação genética foi feita para o peso de carcaça (PC) e o peso de carcaça por dia de idade (PC/Did) de vitelos e novilhos elegíveis para a designação DOP, tendo sido usados dois modelos para a avaliação. As estimativas de heritabilidade variaram de 0,18 a 0,48 entre vitelos e novilhos, e entre modelos para PC/Did. No caso do PC, as estimativas variaram de 0,18 e 0,44 entre vitelos e novilhos, e entre modelos. Estes resultados indicam que pode ser aplicado um programa com vista ao melhoramento destas características. Os valores genéticos destas características são muito variáveis ao longo dos anos. Isto é expectável uma vez que não estão implementados programas que se foquem nas mesmas. Relativamente à depressão consanguínea, registaram-se PC e PC/Did menores nos animais com F> 0. Excetuando o PC de novilhos, as diferenças entre animais consanguíneos e não consanguíneos foram altamente significativas. Existem também evidências de que os pesos avaliados estão a ser afetados para coeficientes de consanguinidades maiores, especialmente nos vitelos. Esta situação poderá resultar em quedas produtivas se não tomadas medidas que contrariem estes resultados. |
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Caracterização demográfica, avaliação genética e efeitos da depressão consanguínea em características produtivas de bovinos de raça MaronesaBovinaeRaça maronesaMarcador genéticoAvaliação do reprodutorCarcaçaDepressão consanguíneaA raça de bovinos Maronesa é uma raça autóctone portuguesa que pode ser encontrada predominantemente nas regiões do Alvão – Marão e Padrela – Falperra, no Norte do país. Apenas recentemente se começou a descobrir a sua evolução e origem. É uma raça criada pela sua carne de qualidade que tem atualmente Denominação de Origem Protegida – DOP. Neste estudo foi proposto fazer a caracterização demográfica da raça Maronesa, fazer a avaliação genética de duas características de carcaça, e investigar a existência ou não de depressão consanguínea sobre estas características. A caracterização demográfica foi realizada com recurso ao programa Endog 4.8, usando os registos da base de dados da raça Maronesa. O grau de preenchimento da genealogia Maronesa é razoável, com 73,7% dos animais com progenitores conhecidos. A raça Maronesa tem um número efetivo de fundadores (fe) e de ancestrais (fa) de 272 e 256, respetivamente, com 186 ancestrais responsáveis por 50% da variabilidade genética. Isto é evidência de desequilíbrios na utilização de reprodutores. A relação fe/fa de 1,06 é indicativo de que a raça Maronesa não sofreu estrangulamentos populacionais. O tamanho efetivo (Ne) da população para o número de gerações equivalentes é de aproximadamente 57, valor que se encontra muito próximo do mínimo aconselhado para que se possa manter a diversidade genética de uma população. A consanguinidade (F) da raça é de 1,02% e o coeficiente de relação média (AR) é de 0,27%. Apesar do número crescente de animais consanguíneos registados nos últimos anos, o F destes tem vindo a diminuir. Pelo contrário, o F global tem vindo a aumentar todos os anos. O intervalo médio entre gerações é de 5,7 anos. Recorrendo ao programa ASREML, a avaliação genética foi feita para o peso de carcaça (PC) e o peso de carcaça por dia de idade (PC/Did) de vitelos e novilhos elegíveis para a designação DOP, tendo sido usados dois modelos para a avaliação. As estimativas de heritabilidade variaram de 0,18 a 0,48 entre vitelos e novilhos, e entre modelos para PC/Did. No caso do PC, as estimativas variaram de 0,18 e 0,44 entre vitelos e novilhos, e entre modelos. Estes resultados indicam que pode ser aplicado um programa com vista ao melhoramento destas características. Os valores genéticos destas características são muito variáveis ao longo dos anos. Isto é expectável uma vez que não estão implementados programas que se foquem nas mesmas. Relativamente à depressão consanguínea, registaram-se PC e PC/Did menores nos animais com F> 0. Excetuando o PC de novilhos, as diferenças entre animais consanguíneos e não consanguíneos foram altamente significativas. Existem também evidências de que os pesos avaliados estão a ser afetados para coeficientes de consanguinidades maiores, especialmente nos vitelos. Esta situação poderá resultar em quedas produtivas se não tomadas medidas que contrariem estes resultados.The Maronesa cattle breed is an autochthonous breed mostly found in the regions of Alvão – Marão and Padrela – Falperra, in the North of Portugal. Only recently have its evolution and origin been discovered. This breed is produced for its quality meat, which currently holds the status of Protected Designation of Origin – PDO. This study proposes the demographic characterization, as well as the genetic evaluation of two carcass characteristics. Moreover, it investigates the existence of inbreeding depression influencing these characteristics. The demographics were assessed using the Endog 4.8 computer program with a database on the Maronesa breed. Pedigree completeness of this breed is reasonably good, with 73.7% of animals with both parents known. The Maronesa breed has an effective number of founders (fe) and ancestors (fa) – 272 and 256, respectively –, with 186 ancestors being responsible for 50% of the total genetic variability. The fa/fe ratio indicates that there was not affected by population bottlenecks. The effective population size for equivalent generations is around 57, a value very close to the minimum required to maintain the genetic variability in a population. Inbreeding (F) in this breed is 1.02% and average relatedness (AR) is 0.27%. Despite of the growing number of inbred animals born each year, the F among them as been decreasing. However, mean F has been increasing. The mean generation interval is around 5.7 years. A genetic evaluation was made for carcass weight and carcass daily weight gain, using ASREML, in calves and heifers eligible for PDO. Two different models were used. Estimated heritability for carcass daily weight gain varied between 0.18 and 0.48 among calves and heifers, and among models. Estimated heritability for carcass weight varied between 0.18 and 0.44 among calves and heifers, and among models. These results show that a breeding program can be established to enhance these traits. Breeding values vary widely throughout the years. This is expected as there are no breeding programs focusing on these traits. Currently, there is an increasing effort to preserve the breed. Inbreeding depression, carcass weights and carcass daily weight gain were lower in inbred animals (F> 0). Except for the heifers’ carcass weight, the differences between inbred and non-inbred animals were highly significant. There is also evidence that the two traits are being more affected by higher F, especially in calves. This may result in production declines if no action is taken to change these results.2016-08-01T11:32:50Z2016-08-01T00:00:00Z2016-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6333porPacheco, António Fernando Fernandesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:41:29Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6333Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:53.771043Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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