Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Daniela Sofia Bandeira Gomes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/11614
Resumo: Como estratégia alternativa à transfusão de sangue homólogo em cirurgias ortopédicas, o Cell TransTM (Summit Medical) tem sido utilizado no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. – Aveiro desde 2009. Neste sistema, o sangue drenado no período pós-operatório, é reinfundido novamente no paciente. Contudo, existe enorme controvérsia quanto à utilização destes sistemas e à qualidade do sangue que é reinfundido. O presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações a nível sistémico potencialmente induzidas pelo Cell TransTM e as complicações associadas, e verificar as diferenças entre o sangue drenado e o sangue do paciente. Os pacientes foram divididos em dois grupos: CELL TRANS (n=50) e CONTROLO (n=34), tendo-se utilizado no primeiro grupo o Cell TransTM e no segundo um dreno simples Redivac®, tendo-se recorrido a uma transfusão homóloga caso fosse necessário (n=16). Vários parâmetros hematológicos bem como marcadores da atividade de coagulação foram avaliados no momento pré-operatório, antes de se iniciar a reinfusão/ transfusão, 8 horas e 48 horas após o término da reinfusão/transfusão. As complicações associadas, o tempo de internamento e as unidades de CE consumidas também foram consideradas. Pela análise dos diferentes parâmetros, verificou-se que não houve diferenças significativas entre os grupos ao longo dos tempos de estudo. A reinfusão de sangue manteve os níveis de hemoglobina superiores aos limiares de transfusão mesmo 48 horas após o término do procedimento; verificou-se também um decréscimo da contagem de eritrócitos e hematócrito, contagem de leucócitos e plaquetas e do tempo de protrombina e aumento do tempo de protrombina parcialmente ativada. No período de estudo observou-se maior percentagem de reações febris no grupo CELL TRANS. No entanto, todos os casos foram resolvidos terapeuticamente. No sangue drenado observaram-se diferenças significativas na concentração de hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas relativamente ao sangue venoso. Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que o sistema Cell TransTM é eficaz na medida em que reduz as unidades de CE consumidas e tendo em conta que não induz complicações severas, pode ser considerado um sistema seguro. Estudos futuros realizados com uma população maior tendo em consideração outros parâmetros bioquímicos serão importantes para melhor prever a resposta do paciente ao Cell TransTM.
id RCAP_bb7d32042ada517fec6c88f6c645d1ee
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/11614
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicasBioquímica clínicaArtroplastia - Anca - JoelhoOrtopedia - CirurgiaHematologiaComo estratégia alternativa à transfusão de sangue homólogo em cirurgias ortopédicas, o Cell TransTM (Summit Medical) tem sido utilizado no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. – Aveiro desde 2009. Neste sistema, o sangue drenado no período pós-operatório, é reinfundido novamente no paciente. Contudo, existe enorme controvérsia quanto à utilização destes sistemas e à qualidade do sangue que é reinfundido. O presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações a nível sistémico potencialmente induzidas pelo Cell TransTM e as complicações associadas, e verificar as diferenças entre o sangue drenado e o sangue do paciente. Os pacientes foram divididos em dois grupos: CELL TRANS (n=50) e CONTROLO (n=34), tendo-se utilizado no primeiro grupo o Cell TransTM e no segundo um dreno simples Redivac®, tendo-se recorrido a uma transfusão homóloga caso fosse necessário (n=16). Vários parâmetros hematológicos bem como marcadores da atividade de coagulação foram avaliados no momento pré-operatório, antes de se iniciar a reinfusão/ transfusão, 8 horas e 48 horas após o término da reinfusão/transfusão. As complicações associadas, o tempo de internamento e as unidades de CE consumidas também foram consideradas. Pela análise dos diferentes parâmetros, verificou-se que não houve diferenças significativas entre os grupos ao longo dos tempos de estudo. A reinfusão de sangue manteve os níveis de hemoglobina superiores aos limiares de transfusão mesmo 48 horas após o término do procedimento; verificou-se também um decréscimo da contagem de eritrócitos e hematócrito, contagem de leucócitos e plaquetas e do tempo de protrombina e aumento do tempo de protrombina parcialmente ativada. No período de estudo observou-se maior percentagem de reações febris no grupo CELL TRANS. No entanto, todos os casos foram resolvidos terapeuticamente. No sangue drenado observaram-se diferenças significativas na concentração de hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas relativamente ao sangue venoso. Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que o sistema Cell TransTM é eficaz na medida em que reduz as unidades de CE consumidas e tendo em conta que não induz complicações severas, pode ser considerado um sistema seguro. Estudos futuros realizados com uma população maior tendo em consideração outros parâmetros bioquímicos serão importantes para melhor prever a resposta do paciente ao Cell TransTM.As an alternative strategy for homologous blood transfusion in orthopedic surgery, Cell TransTM (Summit Medical) has been used in the Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. - Aveiro since 2009. In this system, the blood drained post-operatively is reinfused back into the patient. However, there is great controversy regarding the use of this system and the quality of the blood that is reinfused. Thus, the present prospective study aimed to evaluate the systemic changes potentially induced by this system and the associated complications and verify the differences between the drained blood and the patient blood. The patients were divided into two groups: CELL TRANS (n = 50) and CONTROLO (n = 34). In the first group were utilized Cell TransTM as postoperative blood recovery system and in the second was used a simple drain Redivac, with recourse to a homologous transfusion if necessary (n = 16). Several hematological parameters and markers of coagulation activity were evaluated preoperatively, before commencing reinfusion / transfusion, 8 hours and 48 hours after re-infusion / transfusion. Associated complications, length of hospitalization and EC (erythrocytes concentrates) units consumed were also considered. For the analysis of the different parameters, it was found that there were no significant differences between the groups over the study time, and it was found that blood reinfusion maintains hemoglobin levels above the thresholds for transfusion even 48 hours after the procedure. With blood reinfusion there was a decrease in the erythrocyte count and hematocrit, decrease in platelet and leukocyte counts, a decrease of prothrombin time and an increase of activated partial thromboplastin time. During the study period, a significantly greater percentage of febrile reactions was observed in the group CELL TRANS. However, all cases were resolved therapeutically. In blood drained were observed significant differences in hemoglobin concentration, hematocrit, erythrocytes, leucocytes and platelets counts with regard to venous blood. In conclusion, the results of the present study suggests that Cell TransTM is efficient once it reduces the unites of EC (erythrocytes concentrates) consumed and taking into account that it doesn’t induce severe complications, it can be considered a secure system. Future studies with a larger population taking into account other biochemical parameters are required to better predict patient response to Cell TransTM.Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:43Z2013-07-19T00:00:00Z2013-07-192015-07-13T16:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/11614TID:201571854porDuarte, Daniela Sofia Bandeira Gomesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:20:58Zoai:ria.ua.pt:10773/11614Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:59.740637Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
title Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
spellingShingle Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
Duarte, Daniela Sofia Bandeira Gomes
Bioquímica clínica
Artroplastia - Anca - Joelho
Ortopedia - Cirurgia
Hematologia
title_short Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
title_full Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
title_fullStr Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
title_full_unstemmed Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
title_sort Complicações das estratégias de reinfusão em cirurgias ortopédicas
author Duarte, Daniela Sofia Bandeira Gomes
author_facet Duarte, Daniela Sofia Bandeira Gomes
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Duarte, Daniela Sofia Bandeira Gomes
dc.subject.por.fl_str_mv Bioquímica clínica
Artroplastia - Anca - Joelho
Ortopedia - Cirurgia
Hematologia
topic Bioquímica clínica
Artroplastia - Anca - Joelho
Ortopedia - Cirurgia
Hematologia
description Como estratégia alternativa à transfusão de sangue homólogo em cirurgias ortopédicas, o Cell TransTM (Summit Medical) tem sido utilizado no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. – Aveiro desde 2009. Neste sistema, o sangue drenado no período pós-operatório, é reinfundido novamente no paciente. Contudo, existe enorme controvérsia quanto à utilização destes sistemas e à qualidade do sangue que é reinfundido. O presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações a nível sistémico potencialmente induzidas pelo Cell TransTM e as complicações associadas, e verificar as diferenças entre o sangue drenado e o sangue do paciente. Os pacientes foram divididos em dois grupos: CELL TRANS (n=50) e CONTROLO (n=34), tendo-se utilizado no primeiro grupo o Cell TransTM e no segundo um dreno simples Redivac®, tendo-se recorrido a uma transfusão homóloga caso fosse necessário (n=16). Vários parâmetros hematológicos bem como marcadores da atividade de coagulação foram avaliados no momento pré-operatório, antes de se iniciar a reinfusão/ transfusão, 8 horas e 48 horas após o término da reinfusão/transfusão. As complicações associadas, o tempo de internamento e as unidades de CE consumidas também foram consideradas. Pela análise dos diferentes parâmetros, verificou-se que não houve diferenças significativas entre os grupos ao longo dos tempos de estudo. A reinfusão de sangue manteve os níveis de hemoglobina superiores aos limiares de transfusão mesmo 48 horas após o término do procedimento; verificou-se também um decréscimo da contagem de eritrócitos e hematócrito, contagem de leucócitos e plaquetas e do tempo de protrombina e aumento do tempo de protrombina parcialmente ativada. No período de estudo observou-se maior percentagem de reações febris no grupo CELL TRANS. No entanto, todos os casos foram resolvidos terapeuticamente. No sangue drenado observaram-se diferenças significativas na concentração de hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas relativamente ao sangue venoso. Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que o sistema Cell TransTM é eficaz na medida em que reduz as unidades de CE consumidas e tendo em conta que não induz complicações severas, pode ser considerado um sistema seguro. Estudos futuros realizados com uma população maior tendo em consideração outros parâmetros bioquímicos serão importantes para melhor prever a resposta do paciente ao Cell TransTM.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-07-19T00:00:00Z
2013-07-19
2015-07-13T16:00:00Z
2018-07-20T14:00:43Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/11614
TID:201571854
url http://hdl.handle.net/10773/11614
identifier_str_mv TID:201571854
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137531169603584