A trajetória do professor por entre desafios e paradoxos : histórias de insensatez

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedro, Paulo Martins
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/16400
Resumo: O tempo, como o mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa. Padre António Vieira, História do Futuro, (1718) O presente trabalho resultou de um percurso de vida e profissional, que se foi construindo ao sabor dos acontecimentos e que culminou nas aprendizagens e reflexão, que foram despoletadas com a frequência do mestrado em Ciências da Educação, especialização em Administração e Organização Escolar. O título do relatório, A Trajetória do professor por entre desafios e paradoxos - histórias de insensatez enquadra-se nas vivências e experiências do autor enquanto profissional da educação, num tempo marcado por mudanças profundas nas escolas e nas competências dos professores. O trabalho desenvolve-se em três capítulos. No primeiro, procedo ao enquadramento teórico das problemáticas abordadas, realçando o valor da atitude reflexiva dos professores no exercício da sua profissão, facilitadora de um processo formativo individual que parte de si, das suas vivências e reflexões. Neste âmbito são de salientar, pela sua pertinência, as narrativas autobiográficas e de reflexão para a mudança de práticas, reconhecendo-se que é através das histórias de vida que se identificam novas propostas de formação para os professores e para a profissão docente (Nóvoa, 2007). No segundo capítulo faço a análise reflexiva da minha prática profissional através do relato das diversas escolas por onde passei, procurando salientar os momentos marcantes, positivos e negativos, da carreira e qual a sua importância para o meu desenvolvimento profissional. No âmbito do terceiro capítulo destaco alguns casos/dilemas mais marcantes do meu percurso e as soluções que pus em prática para os solucionar. É um trabalho narrativo das dinâmicas sofridas e usufruídas que contribuíram, indelevelmente, para o meu desenvolvimento profissional e para a (re)construção da minha identidade profissional. A elucidação e interpretação do meu percurso profissional concretiza-se à luz dos quadros teóricos das Ciências da Educação. Pretende-se assim, uma abordagem, teoricamente sustentada, sobre a minha vivência, enquanto professor de diversas escolas do ensino básico e secundário, no ensino público português. Essa vivência que decorre desde a entrada no ensino, em 1988 até ao momento actual, foi marcada por muitas “pedras no caminho”, momentos marcantes da minha profissão docente. Assim, a presente narrativa salienta a descrição de dilemas/casos que foram surgindo no meu quotidiano, onde procuro identificar os momentos marcantes, positivos e negativos da minha vida profissional e o modo como me senti na escola, no pressuposto de que as histórias/narrativas dos professores são fundamentais para a compreensão do modo como os mesmos vivenciam, sentem e gerem o seu dia-a-dia na escola. De acordo com Hargreaves & Fullan (1992) a carreira de um professor é o resultado de um processo de desenvolvimento e formação permanentes, a que não são alheios, por um lado, os conhecimentos que vai adquirindo ao longo da sua vida profissional e, por outro, o seu caráter e o contexto económico-social em que exerce a sua atividade. Reconhece-se, ainda, que o desenvolvimento pessoal e profissional, a formação da identidade do indivíduo como pessoa, diferente dos demais, resulta do facto de pertencer a uma certa classe social, educado nos valores a ela inerentes, com um percurso académico distinto, trilhado em estabelecimentos de ensino determinados, com diferentes vivências que moldaram o seu carácter. É frequente, os professores compararem o seu percurso profissional a uma viagem, metáfora que ilustra bem os prazeres e contratempos típicos a ela inerentes mas que contribuem para que se torne inesquecível e inigualável. O meu percurso profissional encontra-se povoado de obstáculos mas, tal como nas histórias de viagens, conseguir ultrapassá-los proporcionou-me momentos de grande satisfação. A partilha de dilemas e casos de ensino, de frustrações, de alegrias, de estratégias, de metodologias, de conhecimentos académicos e pedagógicos poderão contribuir para mais conhecimento e desenvolvimento profissional, mas também uma maior abertura à própria comunidade educativa, onde se desenrola a acção dos professores e um maior envolvimento pessoal no projecto educativo da escola. Se na escola existir, ou for criado, um clima e espaços favoráveis à partilha do sentir singular, introduzindo-o e comparando-o com o plural, todos terão a ganhar: professores, alunos e o sistema educativo em geral. Da análise que realizei, dois aspectos me parecem dignos de registo: por um lado, o sentimento de angústia dos professores em geral, causado pela perda da legitimação tradicional da tarefa docente, fruto das inúmeras e, por vezes, contraditórias mudanças; por outro, apesar de se valorizar a partilha e o trabalho colaborativo, este continua a ser uma miragem nas nossas escolas. Pierre Furter – afirma que “o horizonte não existe para nos trazer de volta à origem, mas para nos permitir medir toda a distância que temos a percorrer. O homo viator constrói uma casa apenas para o tempo necessário, pois é caminhando que ele se encontra e descobre o sentido da sua acção”. (Furter, 1966: 26). Torna-se necessário um pensamento que não se feche nem nas fronteiras do imediato, nem na ilusão de um futuro mais-que-perfeito. À maneira de Reinhart Koselleck (1990), interessa-me compreender de que modo o passado está inscrito na nossa experiência atual e de que modo o futuro se insinua já na história presente.” (Nóvoa, 2009: 1)
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Padre António Vieira, História do Futuro, (1718) O presente trabalho resultou de um percurso de vida e profissional, que se foi construindo ao sabor dos acontecimentos e que culminou nas aprendizagens e reflexão, que foram despoletadas com a frequência do mestrado em Ciências da Educação, especialização em Administração e Organização Escolar. O título do relatório, A Trajetória do professor por entre desafios e paradoxos - histórias de insensatez enquadra-se nas vivências e experiências do autor enquanto profissional da educação, num tempo marcado por mudanças profundas nas escolas e nas competências dos professores. O trabalho desenvolve-se em três capítulos. No primeiro, procedo ao enquadramento teórico das problemáticas abordadas, realçando o valor da atitude reflexiva dos professores no exercício da sua profissão, facilitadora de um processo formativo individual que parte de si, das suas vivências e reflexões. Neste âmbito são de salientar, pela sua pertinência, as narrativas autobiográficas e de reflexão para a mudança de práticas, reconhecendo-se que é através das histórias de vida que se identificam novas propostas de formação para os professores e para a profissão docente (Nóvoa, 2007). No segundo capítulo faço a análise reflexiva da minha prática profissional através do relato das diversas escolas por onde passei, procurando salientar os momentos marcantes, positivos e negativos, da carreira e qual a sua importância para o meu desenvolvimento profissional. No âmbito do terceiro capítulo destaco alguns casos/dilemas mais marcantes do meu percurso e as soluções que pus em prática para os solucionar. É um trabalho narrativo das dinâmicas sofridas e usufruídas que contribuíram, indelevelmente, para o meu desenvolvimento profissional e para a (re)construção da minha identidade profissional. A elucidação e interpretação do meu percurso profissional concretiza-se à luz dos quadros teóricos das Ciências da Educação. Pretende-se assim, uma abordagem, teoricamente sustentada, sobre a minha vivência, enquanto professor de diversas escolas do ensino básico e secundário, no ensino público português. Essa vivência que decorre desde a entrada no ensino, em 1988 até ao momento actual, foi marcada por muitas “pedras no caminho”, momentos marcantes da minha profissão docente. Assim, a presente narrativa salienta a descrição de dilemas/casos que foram surgindo no meu quotidiano, onde procuro identificar os momentos marcantes, positivos e negativos da minha vida profissional e o modo como me senti na escola, no pressuposto de que as histórias/narrativas dos professores são fundamentais para a compreensão do modo como os mesmos vivenciam, sentem e gerem o seu dia-a-dia na escola. De acordo com Hargreaves & Fullan (1992) a carreira de um professor é o resultado de um processo de desenvolvimento e formação permanentes, a que não são alheios, por um lado, os conhecimentos que vai adquirindo ao longo da sua vida profissional e, por outro, o seu caráter e o contexto económico-social em que exerce a sua atividade. Reconhece-se, ainda, que o desenvolvimento pessoal e profissional, a formação da identidade do indivíduo como pessoa, diferente dos demais, resulta do facto de pertencer a uma certa classe social, educado nos valores a ela inerentes, com um percurso académico distinto, trilhado em estabelecimentos de ensino determinados, com diferentes vivências que moldaram o seu carácter. É frequente, os professores compararem o seu percurso profissional a uma viagem, metáfora que ilustra bem os prazeres e contratempos típicos a ela inerentes mas que contribuem para que se torne inesquecível e inigualável. O meu percurso profissional encontra-se povoado de obstáculos mas, tal como nas histórias de viagens, conseguir ultrapassá-los proporcionou-me momentos de grande satisfação. A partilha de dilemas e casos de ensino, de frustrações, de alegrias, de estratégias, de metodologias, de conhecimentos académicos e pedagógicos poderão contribuir para mais conhecimento e desenvolvimento profissional, mas também uma maior abertura à própria comunidade educativa, onde se desenrola a acção dos professores e um maior envolvimento pessoal no projecto educativo da escola. Se na escola existir, ou for criado, um clima e espaços favoráveis à partilha do sentir singular, introduzindo-o e comparando-o com o plural, todos terão a ganhar: professores, alunos e o sistema educativo em geral. Da análise que realizei, dois aspectos me parecem dignos de registo: por um lado, o sentimento de angústia dos professores em geral, causado pela perda da legitimação tradicional da tarefa docente, fruto das inúmeras e, por vezes, contraditórias mudanças; por outro, apesar de se valorizar a partilha e o trabalho colaborativo, este continua a ser uma miragem nas nossas escolas. Pierre Furter – afirma que “o horizonte não existe para nos trazer de volta à origem, mas para nos permitir medir toda a distância que temos a percorrer. O homo viator constrói uma casa apenas para o tempo necessário, pois é caminhando que ele se encontra e descobre o sentido da sua acção”. (Furter, 1966: 26). Torna-se necessário um pensamento que não se feche nem nas fronteiras do imediato, nem na ilusão de um futuro mais-que-perfeito. À maneira de Reinhart Koselleck (1990), interessa-me compreender de que modo o passado está inscrito na nossa experiência atual e de que modo o futuro se insinua já na história presente.” (Nóvoa, 2009: 1)“Time, as the world itself, has two hemispheres: an upper and visible, which is the past, and a lower and invisible that is the future. At the center of one and other hemisphere lie time horizons; these present moments that we live, where the past ends and the future begins.” Padre António Vieira, História do Futuro, (1718) This work resulted from my life and professional path, which was built on the whim of life happenings and culminated in the learning and reflections, triggered by attending a Master’s Degree in Science of Education, Specialization in School Administration and Organization. The title of the report, The teacher's path among challenges and paradoxes – a tale of unwisdom, conforms to the author’s experiences as a certified professional in education, in times of profound change, both in schools and teachers' skills. The work is divided into three chapters. The first chapter is concerned with the theoretical framework regarding the issues addressed, highlighting the importance of a reflexive teachers’ attitude in their professional exercise, facilitator of an individual training process that emerges from themselves, their experiences and reflections. In this context are to be noted, for their relevance, autobiographical and reflective narratives for a change in practice, acknowledging that it is through life stories that new training proposals for teachers and the teaching profession are identified. (Nóvoa, 2007). In the second chapter, I present a reflective analysis on my teaching practice through a thorough account on the many schools I have taught, trying to highlight the defining moments, both positive and negative, of my career and their relevance to my professional development. In the scope of the third chapter, I highlight the most landmark cases/dilemmas of my journey through teaching and the solutions approached to solve them. It is a narrative piece of writing that shows the experiences that I have lived and enjoyed and which have contributed in an indelible way to my professional development and (re) construction of my professional identity. The explanation and interpretation of my professional path are materialized on the basis of the theoretical frameworks of Educational Sciences. The intention is to present a grounded theoretical approach of my experience as a teacher in several Portuguese public schools of basic and secondary education. This experience began in 1988, when I first started teaching, and has continued up to the present and has been marked by many "stumbling blocks", defining moments of my teaching profession. Thus, this narrative emphasizes the description of dilemmas / cases that have arisen in my daily life, identifies the defining moments, both positive and negative, of my career and the way I felt at school, assuming that teachers’ stories / narratives are key to the understanding of the way they live, feel and manage their day-to-day at school. According to Hargreaves & Fullan (1992), a teacher´s career is the result of a process of ongoing development and training, to which the knowledge acquired throughout professional life, one’s character and the socio-economic context in which one works have also contributed. It is also acknowledged, in this work, that both personal and professional development and the identity formation of the individual as a person, different from the others’, result from the fact of one belonging to a certain social class, being educated according to the values inherent to it, with a distinguished academic record, achieved in certain schools and with different experiences that have shaped one’s character. Often do teachers compare their professional path to a journey, a metaphor that best illustrates the joys and pitfalls inherent to it, but which have made this journey most unforgettable and unrivaled. My professional path has been marked by many obstacles but, as in travel stories, being able to overcome them has given me great moments of joy. The sharing of dilemmas and teaching situations, frustrations, joys, strategies, teaching methodology, academic and pedagogical knowledge may not only contribute to further knowledge and professional development, but also to a more open-minded attitude towards the educational community, where teachers do their work, and greater personal involvement in the school educational project. If a favorable atmosphere and time exist or are created in schools, so as to facilitate the sharing of a common feeling, introducing and comparing it with the plural, everyone will profit: teachers, students and the education system in general. From the conducted analysis, two aspects are worth mentioning: on the one hand, the feeling of anxiety most teachers experience, caused by the loss of legitimacy in traditional teaching, the result of numerous and, often, contradictory changes; on the other hand, though one appreciates sharing and collaborative work, this is still a mirage in our schools. Pierre Furter states that "the horizon doesn’t exist to bring us back to our origin, but to allow us to measure all the distance we still have to go. The Homo Viator builds a house just for the necessary time, for it is walking that he finds himself and discovers the meaning of his action." (Furter, 1966: 26). It becomes necessary for a thought not to be limited by the boundaries of the immediate, or the illusion of a more than perfect future. In the light of what Reinhart Koselleck believes (1990), I am interested in understanding in what way the past is written in our current experience and how the future already insinuates itself into present history”. (Nóvoa, 2009: 1)Alves, José Joaquim Ferreira MatiasVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaPedro, Paulo Martins2015-01-27T14:53:30Z2014-06-2620142014-06-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/16400TID:201498782porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:21:52Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/16400Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:13:38.944525Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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No primeiro, procedo ao enquadramento teórico das problemáticas abordadas, realçando o valor da atitude reflexiva dos professores no exercício da sua profissão, facilitadora de um processo formativo individual que parte de si, das suas vivências e reflexões. Neste âmbito são de salientar, pela sua pertinência, as narrativas autobiográficas e de reflexão para a mudança de práticas, reconhecendo-se que é através das histórias de vida que se identificam novas propostas de formação para os professores e para a profissão docente (Nóvoa, 2007). No segundo capítulo faço a análise reflexiva da minha prática profissional através do relato das diversas escolas por onde passei, procurando salientar os momentos marcantes, positivos e negativos, da carreira e qual a sua importância para o meu desenvolvimento profissional. No âmbito do terceiro capítulo destaco alguns casos/dilemas mais marcantes do meu percurso e as soluções que pus em prática para os solucionar. É um trabalho narrativo das dinâmicas sofridas e usufruídas que contribuíram, indelevelmente, para o meu desenvolvimento profissional e para a (re)construção da minha identidade profissional. A elucidação e interpretação do meu percurso profissional concretiza-se à luz dos quadros teóricos das Ciências da Educação. Pretende-se assim, uma abordagem, teoricamente sustentada, sobre a minha vivência, enquanto professor de diversas escolas do ensino básico e secundário, no ensino público português. Essa vivência que decorre desde a entrada no ensino, em 1988 até ao momento actual, foi marcada por muitas “pedras no caminho”, momentos marcantes da minha profissão docente. Assim, a presente narrativa salienta a descrição de dilemas/casos que foram surgindo no meu quotidiano, onde procuro identificar os momentos marcantes, positivos e negativos da minha vida profissional e o modo como me senti na escola, no pressuposto de que as histórias/narrativas dos professores são fundamentais para a compreensão do modo como os mesmos vivenciam, sentem e gerem o seu dia-a-dia na escola. De acordo com Hargreaves & Fullan (1992) a carreira de um professor é o resultado de um processo de desenvolvimento e formação permanentes, a que não são alheios, por um lado, os conhecimentos que vai adquirindo ao longo da sua vida profissional e, por outro, o seu caráter e o contexto económico-social em que exerce a sua atividade. Reconhece-se, ainda, que o desenvolvimento pessoal e profissional, a formação da identidade do indivíduo como pessoa, diferente dos demais, resulta do facto de pertencer a uma certa classe social, educado nos valores a ela inerentes, com um percurso académico distinto, trilhado em estabelecimentos de ensino determinados, com diferentes vivências que moldaram o seu carácter. É frequente, os professores compararem o seu percurso profissional a uma viagem, metáfora que ilustra bem os prazeres e contratempos típicos a ela inerentes mas que contribuem para que se torne inesquecível e inigualável. O meu percurso profissional encontra-se povoado de obstáculos mas, tal como nas histórias de viagens, conseguir ultrapassá-los proporcionou-me momentos de grande satisfação. A partilha de dilemas e casos de ensino, de frustrações, de alegrias, de estratégias, de metodologias, de conhecimentos académicos e pedagógicos poderão contribuir para mais conhecimento e desenvolvimento profissional, mas também uma maior abertura à própria comunidade educativa, onde se desenrola a acção dos professores e um maior envolvimento pessoal no projecto educativo da escola. Se na escola existir, ou for criado, um clima e espaços favoráveis à partilha do sentir singular, introduzindo-o e comparando-o com o plural, todos terão a ganhar: professores, alunos e o sistema educativo em geral. Da análise que realizei, dois aspectos me parecem dignos de registo: por um lado, o sentimento de angústia dos professores em geral, causado pela perda da legitimação tradicional da tarefa docente, fruto das inúmeras e, por vezes, contraditórias mudanças; por outro, apesar de se valorizar a partilha e o trabalho colaborativo, este continua a ser uma miragem nas nossas escolas. 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