Do photobooth à selfie: A cabine fotográfica e as gerações tecnológicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.21814/vista.3014 |
Resumo: | A cabine fotográfica é uma máquina que perpassa gerações, suscitando um contínuo interesse por parte do público. Consistindo a fotografia na captura de um determinado momento, observa- se como, nesse dispositivo, a prova fotográfica é, simultaneamente, o acontecimento e o seu registo, o objeto e a sua fotografia e o utilizador da máquina é o fotógrafo e o fotografado, ambivalências que conferem um particular interesse a esta técnica, o que se reflete na sua recorrente utilização por parte dos artistas. O photobooth é, pois, um importante instrumento de produção de autorretrato, de autorrepresentação e de introspeção subjetiva, permitindo explorar o conceito de identidade através de uma linguagem muito própria: o automatismo, a imagem refletida na tela e a sequencialidade. Por oposição, a tão popularizada selfie, capturada através dos dispositivos móveis digitais, banaliza a autorrepresentação e esvazia a sua singularidade. É a esse recente método que, hoje, recorrem as jovens gerações, cada vez mais absorvidas pelo universo digital, contexto no qual se constroem identidades múltiplas ou fabricadas. Assiste-se um desdobramento do eu que explora, de modo contínuo e disperso, o alter-ego, tendendo até a anular a representação individual. A dinâmica do virtual e da partilha em rede, nomeadamente nas redes sociais digitais, é pública, ao invés de ser privada, íntima, simbólica de reflexão e de introspeção, características, precisamente, das cabines. Este artigo propõe-se a questionar e a refletir sobre o lugar do autorretrato do photobooth perante as novas gerações, humanas e tecnológicas. |
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Do photobooth à selfie: A cabine fotográfica e as gerações tecnológicasArtigosA cabine fotográfica é uma máquina que perpassa gerações, suscitando um contínuo interesse por parte do público. Consistindo a fotografia na captura de um determinado momento, observa- se como, nesse dispositivo, a prova fotográfica é, simultaneamente, o acontecimento e o seu registo, o objeto e a sua fotografia e o utilizador da máquina é o fotógrafo e o fotografado, ambivalências que conferem um particular interesse a esta técnica, o que se reflete na sua recorrente utilização por parte dos artistas. O photobooth é, pois, um importante instrumento de produção de autorretrato, de autorrepresentação e de introspeção subjetiva, permitindo explorar o conceito de identidade através de uma linguagem muito própria: o automatismo, a imagem refletida na tela e a sequencialidade. Por oposição, a tão popularizada selfie, capturada através dos dispositivos móveis digitais, banaliza a autorrepresentação e esvazia a sua singularidade. É a esse recente método que, hoje, recorrem as jovens gerações, cada vez mais absorvidas pelo universo digital, contexto no qual se constroem identidades múltiplas ou fabricadas. Assiste-se um desdobramento do eu que explora, de modo contínuo e disperso, o alter-ego, tendendo até a anular a representação individual. A dinâmica do virtual e da partilha em rede, nomeadamente nas redes sociais digitais, é pública, ao invés de ser privada, íntima, simbólica de reflexão e de introspeção, características, precisamente, das cabines. Este artigo propõe-se a questionar e a refletir sobre o lugar do autorretrato do photobooth perante as novas gerações, humanas e tecnológicas.The photobooth goes through generations, provoking a continuous interest in a diversified public, preserved and, at times, raised by a strong revivalism, at the same time, being devalued by the new generations. Photography is, itself, the capture of a certain moment, and, in the booth, the photographic proof is simultaneously the event and its register, the object and the photograph. The user of the machine is the photographer and the photographed, the one that triggers the camera and the one that's captured by it, which consists in an interesting ambivalence hugely explored by the artistic community. The photobooth became a strong instrument of self-portrait, self representation and subjective introspection as it allows to explore the concept of identity through an unique language: the automatism, the image reflected in the screen and the sequentiality. In the other hand, the popularized selfie suggests a subjectivity that vulgarizes the self representation and collides with the search of identity. It's to that type of photography that the younger generations are dragged to, being completly absorbed by the digital universe, the era of the multiple identity of an almost infinite individual unfolding that explores the alter-ego in a continuous and dispersed way tending to anul the purpose of self-representation. The dynamic of the virtual and the online sharing, as in the social media networks, are no longer private, intimate or symbolic of reflection and introspection, characteristics of the booth. From that, this article questions and reflects the role of the photobooth and the self-portrait in today's generations, both social and technological.Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho2019-07-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.21814/vista.3014por2184-1284Babo, Constançainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-21T15:55:46Zoai:journals.uminho.pt:article/3014Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:56:39.374986Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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