O eletroencefalograma na patologia de hiperatividade-défice de atenção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Manso, Liliana Margarida Cardoso
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1200
Resumo: O interesse global na patologia de hiperatividade/défice de atenção (PHDA) é cada vez maior. Esta é uma patologia neuropsiquiátrica frequente na infância mas que pode persistir na adolescência e vida adulta. Clinicamente é caracterizada por graves défices no controlo da atenção, impulsividade e hiperatividade, que não estão em concordância com o desenvolvimento normal. A sua prevalência é de cerca 5% a 8% em crianças em idade escolar, com maior preponderância no sexo masculino. Embora a etiologia da PHDA seja desconhecida, estudos recentes sugerem que fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o seu desenvolvimento. A PHDA é, muitas vezes, agravada pela presença de comorbidades tais como perturbação de conduta e depressão. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, Quarta Edição (DSM-IV) enumera os critérios de diagnóstico e identifica três subtipos da PHDA: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e combinado. Desde a sua introdução, o eletroencefalograma (EEG) tem sido muito utilizado no diagnóstico e monitorização de pacientes com patologias neurológicas, uma vez que a sua análise fornece uma boa indicação sobre a integridade neurológica do sistema nervoso central (SNC). Muitas patologias psiquiátricas correlacionam-se com determinadas alterações no EEG, que podem servir como marcadores biológicos para fim de diagnóstico ou podem servir para uma compreensão das funções cognitivas que estão modificadas nessa patologia. As bandas de frequência do EEG (delta, teta, alfa, beta, e gama) transmitem informação fisiológica característica do estado funcional cerebral durante períodos de sono e vigília. Estas oscilações neuronais estão relacionadas e acredita-se que desempenham um papel importante nos processos cognitivos normais incluindo memória, atenção e consciência. O EEG é uma técnica não-invasiva e possui elevada resolução temporal, porém possui uma limitada resolução espacial. Alguns estudos têm mostrado que a presença de alterações eletroencefalográficas é mais frequente em pacientes com PHDA quando comparados com a população em geral, no entanto o seu significado patogénico ainda não foi determinado. O aumento da energia teta é a descoberta mais consistente na literatura, enquanto os resultados para outras bandas de frequência têm sido mais variáveis entre os pacientes com PHDA. Em relação à utilização do EEG para o diagnóstico da PHDA, ainda existe uma taxa inaceitavelmente elevada de erros de diagnóstico para fins clínicos. A utilidade do EEG na PHDA também aborda o tratamento, uma vez que o neurofeedback permite um feedback em tempo real da atividade neuronal, no entanto, este deve continuar a ser visto como um tratamento experimental devido às limitações metodológicas dos vários estudos neste âmbito.
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