A pessoa com baixa autoestima :

• Autor(a) principal: Pereira, Sónia Filipa Roque
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/44574
• topic: Enfermagem psiquiátrica; Autoestima; Adulto; Mediadores expressivos

A autoestima corresponde à perceção e avaliação que cada um faz de si, interferindo com todas as dimensões da experiência pessoal. É um processo dinâmico, contínuo e estruturado desde a infância, consequente de experiências que decorrem do relacionamento com a família, pares e sociedade, sujeito a alterações ao longo da vida. Com repercussões na vida afetiva, social, no bem-estar e qualidade de vida, corresponde a um indicador de saúde mental. Constitui um fator de risco que torna a pessoa vulnerável ao desenvolvimento de doença mental. Por sua vez, pessoas com experiência de doença mental, apresentam maior suscetibilidade para uma autoavaliação negativa. A abordagem holística do Modelo de Sistemas de Betty Neuman torna-o particularmente aplicável em pessoas que experimentam stressores complexos, que afetam múltiplas variáveis. Permite analisar como o cliente interage e dá resposta aos stressores, se adapta às mudanças, e aumenta a colaboração interdisciplinar. As intervenções de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica com pessoas com baixa autoestima apresentam enfoque no autoconhecimento, na reestruturação cognitiva e na definição de objetivos de vida realistas, adequando o modo como a pessoa se valoriza e direcionando-a para ações construtivas. O desenho e a pintura foram utilizados, como mediadores expressivos, para representação de caraterísticas pessoais; do autoconceito e autoimagem; identificação de recursos pessoais e estratégias de coping utilizadas; reformulação de pensamentos; expressão de emoções e sentimentos; estimulação da criatividade; estimulação da interação social através de partilha ou discussão de uma opinião, agradecimento ou solicitação de ajuda. Com a realização das intervenções ao longo do estágio foi possível avaliar que estas facilitaram a tomada de consciência de si, a autoexploração e autodescoberta, a identificação de qualidades, estratégias de coping mais eficazes, a catarse, o estabelecimento de objetivos realistas para o futuro, e desenvolvimento de competências sociais, tornando-se assim evidente os contributos positivos destes mediadores expressivos.