A Mulher Contra a Masculinização Social, em Niketche, de Paulina Chiziane
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/9946 |
Resumo: | Este estudo dissertativo insere-se no âmbito do curso de mestrado em Estudos Lusófonos ministrado pela Universidade da Beira Interior e apresenta o tema “A mulher contra a Masculinização Social, em Niketche de Paulina Chiziane”. A introdução salienta de forma sucinta a relação assimétrica de poder entre os géneros feminino e masculino em África, em distintos períodos de tempo. Seguem-se três capítulos. O primeiro faz uma abordagem relacionada com a construção do romance. Procura, por um lado, compreender os componentes indispensáveis deste género e princípios axiológicos que dele emana, e por outro lado, distingue o romance de outro género narrativo, o conto, para um melhor enquadramento literário de Paulina Chiziane. No segundo capítulo encontram-se tratadas questões relativas ao estado da mulher africana e, em particular, a moçambicana, devido aos valores tradicionais e culturais que caraterizam o Grande Continente narrados em Niketche. São problematizados temas subjacentes à submissão das mulheres, como, por exemplo, o sistema patriarcal, desde os tipos de casamentos, a visão dos detentores políticos quanto às estruturas familiares e a vertente religiosa respeitante ao conflito de género. O terceiro capítulo dedica-se à análise textual de Niketche, procurando perceber as razões do conflito entre os géneros instalados, já que a narrativa reúne elementos típicos concernentes à relação de poder que envolve figuras femininas e masculinas, ambiente opressor do ponto de vista da autora. Por esta razão, as personagens e as ações são construídas em função dos valores axiológicos africanos e, em particular, moçambicanos que contribuem para que a disparidade de oportunidades de vida entre homens e mulheres ocorra. Para a construção da nova identidade feminina são apresentadas propostas que visam o alcance de eventuais consensos para pôr termo à poligamia e outras tradições opressivas. É nesta parte da dissertação onde a consciência feminina é despertada, para a conquista de espaço na sociedade moçambicana, que visa a sua liberdade do jugo patriarcal a que está sujeita. Todavia, a construção de um novo paradigma é dependente somente da própria figura masculina, a vítima dos excessos falocêntricos, e, por isso, o tempo está subdividido três partes: um passado, dominado completamente por homens; um presente, dividido entre os anciãos e os jovens, e um futuro, sem marginalização, uma sociedade onde as mulheres têm vez e voz, tal como os homens. Finalmente, na conclusão, apresentamos sob forma de síntese aspetos relacionados as perceções despertadas pela leitura de Niketche, quanto aos efeitos da poligamia e de outras tradições patriarcais no desenvolvimento da sociedade moçambicana. |
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A Mulher Contra a Masculinização Social, em Niketche, de Paulina ChizianeCultura MoçambicanaGéneroMulherNiketchePatriarcadoPaulina ChizianePoligamiaRomanceTradiçãoDomínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasEste estudo dissertativo insere-se no âmbito do curso de mestrado em Estudos Lusófonos ministrado pela Universidade da Beira Interior e apresenta o tema “A mulher contra a Masculinização Social, em Niketche de Paulina Chiziane”. A introdução salienta de forma sucinta a relação assimétrica de poder entre os géneros feminino e masculino em África, em distintos períodos de tempo. Seguem-se três capítulos. O primeiro faz uma abordagem relacionada com a construção do romance. Procura, por um lado, compreender os componentes indispensáveis deste género e princípios axiológicos que dele emana, e por outro lado, distingue o romance de outro género narrativo, o conto, para um melhor enquadramento literário de Paulina Chiziane. No segundo capítulo encontram-se tratadas questões relativas ao estado da mulher africana e, em particular, a moçambicana, devido aos valores tradicionais e culturais que caraterizam o Grande Continente narrados em Niketche. São problematizados temas subjacentes à submissão das mulheres, como, por exemplo, o sistema patriarcal, desde os tipos de casamentos, a visão dos detentores políticos quanto às estruturas familiares e a vertente religiosa respeitante ao conflito de género. O terceiro capítulo dedica-se à análise textual de Niketche, procurando perceber as razões do conflito entre os géneros instalados, já que a narrativa reúne elementos típicos concernentes à relação de poder que envolve figuras femininas e masculinas, ambiente opressor do ponto de vista da autora. Por esta razão, as personagens e as ações são construídas em função dos valores axiológicos africanos e, em particular, moçambicanos que contribuem para que a disparidade de oportunidades de vida entre homens e mulheres ocorra. Para a construção da nova identidade feminina são apresentadas propostas que visam o alcance de eventuais consensos para pôr termo à poligamia e outras tradições opressivas. É nesta parte da dissertação onde a consciência feminina é despertada, para a conquista de espaço na sociedade moçambicana, que visa a sua liberdade do jugo patriarcal a que está sujeita. Todavia, a construção de um novo paradigma é dependente somente da própria figura masculina, a vítima dos excessos falocêntricos, e, por isso, o tempo está subdividido três partes: um passado, dominado completamente por homens; um presente, dividido entre os anciãos e os jovens, e um futuro, sem marginalização, uma sociedade onde as mulheres têm vez e voz, tal como os homens. Finalmente, na conclusão, apresentamos sob forma de síntese aspetos relacionados as perceções despertadas pela leitura de Niketche, quanto aos efeitos da poligamia e de outras tradições patriarcais no desenvolvimento da sociedade moçambicana.This dissertation is part of the Master's course in Lusophone Studies by the University of Beira Interior and presents the theme "Women against Social Masculinization, in Niketche de Paulina Chiziane". The introduction briefly highlights the asymmetric relationship between the power of female and male genders in Africa at different times. Here are three chapters. The first takes an approach related to the construction of the novel. On the one hand, it seeks to understand the indispensable components of this gender and its axiological principles, and on the other hand, distinguishes the novel from another narrative genre, the tale, for a better literary setting by Paulina Chiziane. The second chapter there are some questions relating to the status of African women, and in particular Mozambican women, because of the traditional and cultural values that characterize the Great Continent narrated in Niketche. Issues that underline the submission of women, such as the patriarchal system, from the types of marriages, to the views of the political holders on family structures, and the problems of religious side in the gender conflict. The third chapter is about the textual analysis of Niketche, trying to understand the reasons of the conflict between the installed genres, since the narrative brings together typical elements concerning the relation of power that involves feminine and masculine figures, oppressive environment from the point of view of the author. For this reason, the characters and actions are built on the axiological values of Africa and, in particular, Mozambicans who contribute to the disparity of life opportunities between men and women. For the construction of the new feminine identity, there are some proposals that aim to achieve consensus to end polygamy and other oppressive traditions. I t is in this part of the dissertation that the feminine consciousness is awakened, to conquer a place in Mozambican society, which aims at its freedom from the patriarchal game to which it is subject. However, the construction of a new paradigm is dependent only on the male figure itself, the victim of the phallocentric excesses, and, therefore, time is subdivided into three parts: a past, completely dominated by men; a gift, divided between the elders and the young, and a future, without marginalization, a society where women have time and voice, just like men. Finally, in the conclusion, we present synthetically aspects related to the perceptions aroused by the reading of Niketche, as to the conferences of polygamy and other patriarchal traditions in the development of Mozambican society.Vieira, Cristina Maria da CostauBibliorumMafuassa, Xavier Jorge2020-03-10T17:27:49Z2018-07-202018-06-202018-07-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/9946TID:202356507porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:51:18Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/9946Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:01.706562Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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