Oportunidades de aprendizagem cooperativa "fora das quatro paredes", num grupo de crianças em educação pré-escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Cátia da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/29611
Resumo: Estamos num mundo global. A comunicação entre pessoas faz-se de uma forma muito mais rápida que há alguns anos atrás. Em segundos, conseguimos interagir com pessoas do outro lado do mundo. Mas, e as crianças? Como vivenciam esta realidade? São capazes de interagir e de se integrar no quotidiano de um grupo, respeitando e compreendendo o Outro? Segundo a literatura de referência, as crianças do mundo contemporâneo estão menos em interação e menos propícias a desenvolver competências sociais que são fundamentais para a aprendizagem colaborativa e o viver com o Outro. Ao refletirmos sobre esta situação e ao observarmos atentamente a realidade do contexto educativo, decidimos desenvolver um projeto que visasse promover, seguindo uma Abordagem Experiencial, aprendizagens cooperativas, num grupo de Educação Pré-Escolar, em contexto “fora das quatro paredes” da sala de atividades. Este foi efetivado no exterior, dado que a literatura ressalta que o espaço exterior, se for devidamente organizado e planeado, constitui-se como um contexto social primordial para desenvolver relações positivas entre as crianças, bem como termos constatado que o espaço exterior do contexto educativo, numa análise funcional, era pobre em affordances potenciais coincidentes com os interesses e necessidades das crianças, verificando-se um baixo interesse das mesmas em aí se envolverem em experiências. Destarte, através de metodologias qualitativas, do tipo investigação/intervenção, desenvolvemos um projeto que foi para além do simples promover o trabalho colaborativo em sala, com atividades estruturadas e dirigidas. Para tal, concebemos um projeto, orientado através de três pilares com metodologias diferentes, onde as crianças e as suas vivências, analisadas através dos indicadores-chave da Abordagem Experiencial em Educação (bem-estar emocional e implicação), foram primordiais para o desenrolar do mesmo. Com uma aprendizagem ativa em interação social, experiências significativas, partilhadas e individuais, e com oportunidades de ação e de expressão pessoal, de assunção de responsabilidades e de tomadas de decisão, as crianças tiveram oportunidade de partilhar aventuras, medos, conquistas e descobertas com o Outro. Após as diversas vivências, e a análise e a reflexão sobre as mesmas, concluímos que, graças à transformação do espaço, à introdução de mais recursos, às idas mais frequentes e longas ao espaço exterior, à existência de mais desafios cooperativos e ao desenvolvimento de atividades cooperativas, o grupo tornou-se mais inclusivo, cooperativo e coeso, mesmo cúmplice, valorizando e apreciando as vivências efetivadas a pares, assim como o brincar no exterior tornou-se mais complexo, rico, diversificado e promotor de diversas aprendizagens, aumentando, significativamente, os níveis de bem-estar emocional e de implicação.
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Ao refletirmos sobre esta situação e ao observarmos atentamente a realidade do contexto educativo, decidimos desenvolver um projeto que visasse promover, seguindo uma Abordagem Experiencial, aprendizagens cooperativas, num grupo de Educação Pré-Escolar, em contexto “fora das quatro paredes” da sala de atividades. Este foi efetivado no exterior, dado que a literatura ressalta que o espaço exterior, se for devidamente organizado e planeado, constitui-se como um contexto social primordial para desenvolver relações positivas entre as crianças, bem como termos constatado que o espaço exterior do contexto educativo, numa análise funcional, era pobre em affordances potenciais coincidentes com os interesses e necessidades das crianças, verificando-se um baixo interesse das mesmas em aí se envolverem em experiências. Destarte, através de metodologias qualitativas, do tipo investigação/intervenção, desenvolvemos um projeto que foi para além do simples promover o trabalho colaborativo em sala, com atividades estruturadas e dirigidas. Para tal, concebemos um projeto, orientado através de três pilares com metodologias diferentes, onde as crianças e as suas vivências, analisadas através dos indicadores-chave da Abordagem Experiencial em Educação (bem-estar emocional e implicação), foram primordiais para o desenrolar do mesmo. Com uma aprendizagem ativa em interação social, experiências significativas, partilhadas e individuais, e com oportunidades de ação e de expressão pessoal, de assunção de responsabilidades e de tomadas de decisão, as crianças tiveram oportunidade de partilhar aventuras, medos, conquistas e descobertas com o Outro. Após as diversas vivências, e a análise e a reflexão sobre as mesmas, concluímos que, graças à transformação do espaço, à introdução de mais recursos, às idas mais frequentes e longas ao espaço exterior, à existência de mais desafios cooperativos e ao desenvolvimento de atividades cooperativas, o grupo tornou-se mais inclusivo, cooperativo e coeso, mesmo cúmplice, valorizando e apreciando as vivências efetivadas a pares, assim como o brincar no exterior tornou-se mais complexo, rico, diversificado e promotor de diversas aprendizagens, aumentando, significativamente, os níveis de bem-estar emocional e de implicação.We are in a global world. Communication between people is much faster than a few years ago. Within seconds, we are able to interact with people on the other side of the world. But what about children? How do they experience this reality? Are they able to interact and integrate into the daily life of a group, respecting and understanding the Other? According to the literature, children in the contemporary world are less interacting and less likely to develop social skills that are fundamental to collaborative learning and living with the Other. Reflecting on this situation and carefully observing the reality of the educational context, we decided to develop a project aimed at promoting, following an Experiential Approach, cooperative learning in a preschool education group, in a context “outside the four walls” of the classroom. activities. This was done outdoors, given that the literature points out that the outer space, if properly organized and planned, constitutes a primordial social context to develop positive relationships between children, as well as having found that the outer space of the educational context in a functional analysis, it was poor in potential affordances that coincided with the interests and needs of children, and their interest in their involvement in experiences was low. Thus, through qualitative methodologies such as research/intervention, we developed a project that went beyond simply promoting collaborative classroom work, with structured and directed activities. To this end, we designed a project, guided by three pillars with different methodologies, where children and their experiences, analyzed through the key indicators of the Experiential Approach in Education (emotional well-being and involvement), were essential for the development of the project. With active learning in social interaction, meaningful, shared, individual experiences, and opportunities for action and self-expression, responsibilitytaking, and decision-making, children were given the opportunity to share adventures, fears, achievements, and discoveries with their peers. After the diverse experiences, and the analysis and reflection on them, we conclude that, thanks to the transformation of space, the introduction of more resources, the more frequent and longer trips to outer space, the existence of more cooperative challenges and the development of cooperative activities, the group became more inclusive, cooperative and cohesive, even complicit, valuing and enjoying the experiences lived in pairs, as well as playing outside, became more complex, rich, diverse and promoter of diverse learning, increasing, significantly, the levels of emotional well-being and involvement.2020-10-28T14:02:55Z2019-12-05T00:00:00Z2019-12-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/29611porPereira, Cátia da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:57:18Zoai:ria.ua.pt:10773/29611Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:01:54.184675Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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