Doença cerebrovascular isquémica aguda: avaliação de protocolo de trombólise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Sara Isabel Mendes
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/850
Resumo: Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser a principal causa de morte em Portugal e a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas. Sendo este um problema tratável, é conveniente oferecer tratamento aos doentes para diminuir a morbi-mortalidade por AVC. Existe actualmente um único fármaco disponível para a fase aguda do AVC de tipo isquémico: o factor Activador do Plasminogénio tecidular recombinante (rt-PA), de nome comercial Alteplase. As indicações para a administração deste fármaco são restritas e baseiam-se em múltiplos estudos internacionais. Em Portugal, também este tratamento tem vindo a ser aplicado em Unidades especializadas. No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), E.P.E., existe uma Unidade de AVC (UAVC), que recebe os doentes da Beira Interior e que iniciou a trombólise com Alteplase em Junho de 2006, segundo um Protocolo de Serviço. Objectivo: Avaliar a aplicação do Protocolo de Trombólise na UAVC do CHCB, comparando-o com as directrizes nacionais e internacionais, e apurar a eficácia do tratamento em 2007. Métodos: Neste estudo observacional descritivo, de direcção retrospectiva, foram analisados os processos clínicos dos doentes internados na referida unidade com o diagnóstico de AVC isquémico durante o ano de 2007. Esses doentes foram divididos em dois grupos: o que realizou e o que não realizou tratamento trombolítico. No primeiro grupo, analisaram-se as etapas do Protocolo de Trombólise e os resultados obtidos com o tratamento. No segundo, investigaram-se os motivos que o impediram. Resultados e Discussão: Em 2007, estiveram internados na UAVC 311 doentes com AVC, dos quais 252 de natureza isquémica. A trombólise foi efectuada em 16 doentes (6,3%). Nesses doentes verifica-se que apenas 4 contactaram os serviços de emergência médica (25%) e que o tempo médio entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital foi de 78 minutos (13 minutos depois do recomendado internacionalmente e 17 minutos depois da média nacional). No contexto intra-hospitalar, averiguaram-se taxas de activação da VV de 100%, registo da hora de início dos défices em 87,5%, realização de TC-CE e análises de 100% e de ECG de 50%. Os tempos decorridos entre a entrada no SU e a realização de E.C.D. e entre a entrada no SU e a obtenção de resultados foi de, respectivamente, 28 e 96 minutos para as análises, 25 e 69 para a TC-CE e 30 minutos para o ECG. O início da trombólise aconteceu 70 minutos depois da entrada no SU (4 minutos mais tarde do preconizados nas guidelines internacionais, mas 10 minutos mais cedo que a média nacional) e 148 minutos após a instalação dos sintomas. Todos os doentes receberam o tratamento segundo as orientações do Protocolo e todos se encontraram monitorizados (100%). Com o tratamento obteve-se melhoria franca em 5 doentes (31%), melhoria significativa em 7 doentes (44%), melhoria pouco significativa em 3 doentes (19%) e ausência de melhoria em 1 doente (6%). Complicações imediatas (reacção alérgica/anafiláctica) detectaram-se em 2 doentes (12,5%), que interromperam o tratamento (notificação ao Infarmed) e 1 doente (6,3%) apresentou, posteriormente, uma gengivorragia leve. Todos os doentes realizaram um exame de imagem cerebral de controlo (100%). As taxas de hemorragia cerebral e mortalidade associadas ao tratamento foram nulas (0%). A não realização de trombólise nos restantes 236 doentes foi justificada por 7 motivos: idade superior a 80 anos (29%), hora de instalação dos défices desconhecida (12%), mais de 3 horas desde o início dos sintomas (33%), défices minor ou em recuperação (15%), outra contra-indicação (5%), mau funcionamento da VV (2%) e motivo desconhecido (4%). Conclusões: A apreciação global da aplicação do Protocolo de Trombólise é francamente positiva, com boa execução dos procedimentos, rentabilização do tempo e boa eficácia terapêutica.
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No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), E.P.E., existe uma Unidade de AVC (UAVC), que recebe os doentes da Beira Interior e que iniciou a trombólise com Alteplase em Junho de 2006, segundo um Protocolo de Serviço. Objectivo: Avaliar a aplicação do Protocolo de Trombólise na UAVC do CHCB, comparando-o com as directrizes nacionais e internacionais, e apurar a eficácia do tratamento em 2007. Métodos: Neste estudo observacional descritivo, de direcção retrospectiva, foram analisados os processos clínicos dos doentes internados na referida unidade com o diagnóstico de AVC isquémico durante o ano de 2007. Esses doentes foram divididos em dois grupos: o que realizou e o que não realizou tratamento trombolítico. No primeiro grupo, analisaram-se as etapas do Protocolo de Trombólise e os resultados obtidos com o tratamento. No segundo, investigaram-se os motivos que o impediram. Resultados e Discussão: Em 2007, estiveram internados na UAVC 311 doentes com AVC, dos quais 252 de natureza isquémica. A trombólise foi efectuada em 16 doentes (6,3%). Nesses doentes verifica-se que apenas 4 contactaram os serviços de emergência médica (25%) e que o tempo médio entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital foi de 78 minutos (13 minutos depois do recomendado internacionalmente e 17 minutos depois da média nacional). No contexto intra-hospitalar, averiguaram-se taxas de activação da VV de 100%, registo da hora de início dos défices em 87,5%, realização de TC-CE e análises de 100% e de ECG de 50%. Os tempos decorridos entre a entrada no SU e a realização de E.C.D. e entre a entrada no SU e a obtenção de resultados foi de, respectivamente, 28 e 96 minutos para as análises, 25 e 69 para a TC-CE e 30 minutos para o ECG. O início da trombólise aconteceu 70 minutos depois da entrada no SU (4 minutos mais tarde do preconizados nas guidelines internacionais, mas 10 minutos mais cedo que a média nacional) e 148 minutos após a instalação dos sintomas. Todos os doentes receberam o tratamento segundo as orientações do Protocolo e todos se encontraram monitorizados (100%). Com o tratamento obteve-se melhoria franca em 5 doentes (31%), melhoria significativa em 7 doentes (44%), melhoria pouco significativa em 3 doentes (19%) e ausência de melhoria em 1 doente (6%). Complicações imediatas (reacção alérgica/anafiláctica) detectaram-se em 2 doentes (12,5%), que interromperam o tratamento (notificação ao Infarmed) e 1 doente (6,3%) apresentou, posteriormente, uma gengivorragia leve. Todos os doentes realizaram um exame de imagem cerebral de controlo (100%). As taxas de hemorragia cerebral e mortalidade associadas ao tratamento foram nulas (0%). A não realização de trombólise nos restantes 236 doentes foi justificada por 7 motivos: idade superior a 80 anos (29%), hora de instalação dos défices desconhecida (12%), mais de 3 horas desde o início dos sintomas (33%), défices minor ou em recuperação (15%), outra contra-indicação (5%), mau funcionamento da VV (2%) e motivo desconhecido (4%). Conclusões: A apreciação global da aplicação do Protocolo de Trombólise é francamente positiva, com boa execução dos procedimentos, rentabilização do tempo e boa eficácia terapêutica.Introduction: Stroke remains the leading cause of death in Portugal and the leading cause of disability in the elderly. Because this is a treatable problem, the best treatments should be performance. Recombinant tissue plasminogen activator, also known as Alteplase, is the only FDA-approved medical treatment for acute ischemic stroke. It is recommended for selected patients and the criteria were modelled on those used in many international studies, in particular the NINDS trial. In Portugal, this treatment is done in specialized Stroke Units. One of these Units is located in Covilhã, in the Cova da Beira Hospital Center, which receipted all patients from the Beira Interior region. This Unit started thrombolysis in 2006 June, after a Service Protocol designed. Goal: Evaluate the Thrombolysis Protocol performance in the Stroke Unit of the Cova da Beira Hospital Center, comparing it with the national and international guidelines, and investigate the therapy results in 2007. Methods: In this descriptive observational and retrospective study, all the medical process of the interned patients with stroke diagnosis, in the Stroke Unit during 2007, were consulted. Those patients were separated in two groups: with or without treatment. In the first group, all the Protocol procedures and the thrombolysis results were analysed. In the second group, the investigation was concern with the thrombolysis exclusion’s criteria. Results and Discussion: During 2007, 311 patients were admitted in the Cova da Beira Hospital Center Stroke Unit, which 252 were ischemic strokes. Thrombolysis were done in 16 patients (6,3%). In these patients, only 4 had contacted the medical emergency service before the hospital admission (25%). Between symptoms and hospital admission were missed 78 minutes (13 minutes more than the international recommendations and 17 minutes more than the Portuguese times). Into the hospital, the Stroke Line was activated for all patients (100%), the beginning of symptoms was register in 87,5%, brain-CT and blood analysis were done in 100% and electrocardiogram in 50% patients. Between hospital admission and exams, 28 minutes were missed for blood analysis, 25 minutes for the brain-CT and 30 minutes for the electrocardiogram. Between hospital admission and exams result, 96 minutes were missed for blood analysis and 69 minutes for the brain-CT. Thrombolysis had started 70 minutes later than the hospital admission (4 minutes later than the international guidelines, but 10 minutes earlier than the portuguese times) and 148 minutes later than the symptoms onset. During the treatment, all patients were monitorized (100%) and all Protocol procedures were done. Thrombolysis was responsible for a very good recovery in 5 patients (31%), a good recovery in 7 patients (44%), a not so good recovery in 3 patients (19%) and no recovery in 1 patient (6%). During the drug administration, adverse reactions (alergic reaction) were seen in 2 patients (12,5%), which had stopped the treatment. Another one (6,3%) had a late and smooth adverse reaction (gum bleeding). After thrombolysis, all patients had done a brain image exam and there were no signs of cerebral bleeding (0%). None of the treated patients had died because Alteplase (0%). The other 236 patients didn’t receipted the treatment because they presented one or two of the following reasons: more than 80 years old (29%), indefinite symptoms’ onset (12%), symptoms with more than 3 hours of evolution (33%), neurological signs minor or clearing spontaneously (15%), other medical criteria (5%), Stroke Line faults (2%) e unknown reason (4%).Universidade da Beira InteriorCalheiros, José Manuel Lage CampelouBibliorumRocha, Sara Isabel Mendes2012-12-13T18:52:55Z2008-052008-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/850porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:14Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/850Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:50.338092Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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