Autoeficácia Ocupacional, Burnout e Indicadores de Saúde Mental

• Autor(a) principal: Rebelo, Ana Rita Guimarães
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12021
• topic: Ansiedade; Autoeficácia Ocupacional; Burnout; Depressão; Indicadores de Saúde Mental; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

O burnout é uma síndrome cada vez mais presente na população ativa, afetando um número crescente de pessoas em todo o mundo, havendo, na contemporaneidade, uma consciência crescente da sua incidência e dos seus potenciais impactos (negativos) na população em fase adulta e ocupacionalmente ativa. A presente investigação, em Psicologia, tenciona contribuir para uma análise, teórica e empírica, desta problemática, bem como dos fatores e recursos pessoais que lhe podem estar associados e as suas possíveis consequências, mais especificamente, na saúde mental. Para isso, assume-se como objetivo geral analisar de que forma as crenças de autoeficácia dos indivíduos, relativamente às suas capacidades ocupacionais podem, ou não, estar relacionadas com o surgimento de burnout e indicadores de saúde mental, como a ansiedade e depressão. No que concerne aos objetivos específicos pretende-se: analisar a relação entre autoeficácia ocupacional e burnout; perscrutar a relação entre indicadores de saúde mental e burnout; analisar o burnout em função do género; caracterizar os indicadores de saúde mental em função do género; estudar os indicadores de saúde mental face à situação ocupacional; caracterizar os indicadores de saúde mental em função das habilitações académicas. A presente investigação assente, empiricamente, numa análise quantitativa de dados, obtidos com recurso a questionários autoadministrados, via online, permitiu a constituição de uma amostra, que contou com a participação de um total de 1590 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos, apresentando uma média de idades de 33.4 anos e desvio padrão de 12.686 e uma população maioritariamente feminina, uma vez que 908 dos respondentes eram mulheres e 518 eram homens. A recolha dos dados foi efetuada através de um protocolo de recolha de dados que incluiu, entre outros recursos de avaliação, um questionário sociodemográfico, o Burnout Assessment Tool (BAT), o Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18) e a Occupational Self-Efficacy Scale (OSES). De forma sintética, os resultados demonstram que a autoeficácia, o burnout e os indicadores de saúde mental estão interligados, uma vez que se puderam observar associações estatisticamente significativas e teoricamente inteligíveis entre as distintas variáveis. Através dos testes de diferença, verificou-se o importante papel que o género tem nas variáveis burnout e indicadores de saúde mental e a influência que o contexto laboral (e variáveis psicossociais associadas) podem ter na sintomatologia de foro mental e indicadores de saúde. Por meio dos testes de associação verificou-se a existência de uma correlação forte entre as variáveis: autoeficácia ocupacional e burnout e entre as variáveis: burnout e indicadores de saúde mental e de uma correlação moderada entre as variáveis: autoeficácia ocupacional e indicadores de saúde mental. A partir da análise da regressão linear múltipla foi possível percecionar um impacto negativo e significativo da síndrome de burnout nos indicadores de saúde mental, como a depressão e a ansiedade.