Prevalência de Anemia numa População Infantil da Cidade de Maputo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mavale, Sandra
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Albuquerque, Orlanda, Mondlane, Romão, Guerra, António
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5323
Resumo: A etiologia mais comum da anemia é a deficiência em ferro e constitui a patologia nutricional e o problema de saúde pública mais frequente em todo o mundo, particularmente nos países em vias de desenvolvimento. O presente trabalho tem por objectivo avaliar a prevalência de anemia no primeiro ano de vida e estudar os principais factores de risco a ela associados. Foram incluídos no estudo todas as crianças que acorreram a dois centros de saúde da cidade de Maputo durante um período de quinze dias e que preenchiam os critérios de inclusão previamente estabelecidos: recém-nascidos a termo, peso adequado à idade gestacional, ausência sintomas de doença e de patologia infecciosa nas quatro semanas antecedentes. Os dados foram obtidos por entrevista à mãe, com base num questionário que incluiu uma avaliação de índole social, económica, cultural e sanitária, a história obstétrica materna (n.° de gestações, partos e suplementação com ferro durante a gravidez) e a avaliação de hábitos alimentares (tipo de aleitamento e diversificação alimentar). A hemoglobina foi determinada pelo método de Hemocue. Definiu-se anemia para valores de hemoglobina inferiores a 110 g/I no lactente e inferiores a 120 g/1 na mãe. Os resultados revelaram uma prevalência de anemia de 68.7% nos lactentes, e de 54.8% nas mães. Registou-se uma associação positiva significativa entre a escolaridade das mães e os valores de hemoglobina nos lactentes (p<0,01) e uma associação negativa entre o número de crianças do agregado familiar e os valores de hemoglobina no lactente (p<0,05). Os autores concluem que são preocupantes os resultados obtidos, dada a elevadíssima prevalência da anemia logo desde o primeiro semestre de vida. Para além da correcção terapêutica imediata da anemia, só a melhoria gradual das condições socio-económicas e culturais da população, permitirá reduzir progressivamente a prevalência desta doença carencial.
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