Influência da sensibilidade gustativa e de fatores psicossociais nas preferências alimentares e no desenvolvimento de obesidade infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lamy, E
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Espanca, Rosa, Rodrigues, L., Costa, A, Antunes, C, Pomar, C, Pinheiro, C, Tavares, S
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/17158
Resumo: A obesidade é um dos principais problemas de saúde dos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Apesar do grande número de estudos, os fatores que conduzem ao desenvolvimento desta condição, e a forma como os mesmos interagem, não estão totalmente compreendidos. Um ponto comum aos indivíduos obesos é um consumo de energia superior ao dispêndio desta. Uma vez que a alimentação tem influência no desenvolvimento da obesidade, o conhecimento dos fatores que determinam as preferências alimentares, é valioso, permitindo intervenções no sentido da adoção de hábitos saudáveis. A literatura não apresenta consenso relativamente ao peso com que a perceção dos alimentos na cavidade oral afeta as preferências pelos mesmos, nem à relação que há (e se há) entre essa perceção oral e o desenvolvimento de obesidade. Por outro lado, nem todos os alimentos que são preferidos são, necessariamente, consumidos. Fatores sociais, educacionais e psicológicos poderão condicionar o consumo. Através de um projeto de cooperação entre a Administração Regional de Saúde do Alentejo (Programa Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Agrupamento de Centros Saúde do Alentejo Central – UCC de Évora) e a Universidade de Évora, as crianças do 3º ano do 1º ciclo das escolas do ensino básico, do concelho de Évora, foram avaliadas para: 1) recolhas de dados antropométricos; 2) sensibilidade para os gostos doce e amargo; 3) preferências para alguns alimentos caracteristicamente doces ou amargos, frequentemente encontrados nas dietas infantis; 4) motivações (fatores psicológicos) para as escolhas alimentares. As avaliações antropométricas, bem como as recolhas de saliva e testes de sensibilidade gustativa, foram feitas a 386 crianças, de ambos os sexos, durante o período da manhã, entre as 9 e as 10h30m. As avaliações dos fatores psicológicos envolvidos nas preferências e escolhas alimentares foram feitas a uma sub-amostra, constituída por 67 crianças, através da constituição de focus groups. O objetivo foi aferir acerca da existência de diferenças entre crianças normoponderais e com excesso de peso (pré obesas e obesas), na sensibilidade gustativa e nas preferências alimentares e de que forma estes dois últimos parâmetros estão relacionados. Tendo em conta que fatores sociais e psicológicos, nomeadamente experiências, educação, ambiente familiar, entre outros, podem ajudar a explicar a existência de diferenças entre as preferências e o consumo final, foi ainda objetivo deste projeto conhecer as principais motivações das crianças para as escolhas alimentares, e se essas variam em função da condição corporal. Neste poster, apresentaremos os primeiros resultados deste estudo, de onde se destacam algumas diferenças nas preferências alimentares entre crianças normoponderais e crianças com excesso de peso. A sensibilidade gustativa parece ter menor influencia no desenvolvimento de obesidade infantil, do que inicialmente pensado. É possível que isso se deva a um efeito de diferentes níveis de atividade física, ou mesmo ao facto de, nesta faixa etária, as escolhas alimentares ainda dependerem muito das decisões de adultos. Os resultados obtidos, mostram a importância de aprofundar os estudos dos fatores que motivam as escolhas alimentares, em crianças, os quais deverão ter cariz multidisciplinar, reunindo conhecimentos de diferentes áreas.
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