O uso de implantes de ouro como controlo da dor associada a displasia da anca em cães: descrição de casos clínicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/9392 |
Resumo: | A displasia da anca é uma doença artrítica geralmente hereditária com elevada prevalência no cão, caracterizada pela incongruência da articulação coxofemoral que leva a alterações degenerativas da mesma, provocando dor que se manifesta principalmente sob a forma de claudicação dos membros pélvicos. O principal objetivo desta dissertação foi o de demonstrar o efeito que o tratamento com implantes de ouro tem no controlo da dor em cães com displasia da anca. As partículas de ouro têm a capacidade de inibir a ação dos macrófagos e dos leucócitos polimorfonucleares, bem como de diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias, advindo daí o efeito anti-inflamatório que apresentam O tratamento pela aplicação de implantes de ouro é minimamente invasivo e consiste na implantação de fragmentos de ouro de 24 quilates, com 3-4 mm de comprimento e 1-3 mm de diâmetro, em pontos específicos de regiões anatómicas dolorosas, como em tecidos periarticulares de articulações artríticas, com o objetivo de reduzir processos inflamatórios e/ou degenerativos e assim aliviar a dor associada a doenças articulares crónicas. Para atingir o objetivo principal foram descritos 4 casos clínicos de animais com diagnóstico de displasia da anca tratados com implantes de ouro. De modo a melhor avaliar a evolução da claudicação, dor e qualidade de vida destes animais, procedemos à realização de dois questionários destinados a serem preenchidos pelos tutores dos animais que realizaram o procedimento, antes e após o referido tratamento. Posteriormente, uma avaliação clínica foi realizada pelo médico veterinário através da observação de cada animal em marcha e em corrida e da palpação e manipulação dos membros pélvicos, na qual cada um foi avaliado e foram registados resultados em relação a 3 parâmetros: claudicação, distribuição do peso corporal e sinais de dor e resistência à manipulação/palpação. Tanto o preenchimento dos questionários como as avaliações da dor foram realizadas antes da aplicação dos implantes de ouro e repetidas novamente entre os 4 e os 5 meses após o tratamento. As respostas aos questionários e as avaliações da dor realizadas antes e após a aplicação dos implantes de ouro foram comparadas para cada animal, de modo a concluir sobre a progressão de cada um dos parâmetros avaliados. No que respeita aos parâmetros avaliados pelos tutores, a média de pontos de melhoria em cada parâmetro avaliados nos quatro cães tratados a aplicação de implantes de ouro foi de 5 pontos em relação à pior dor que apresentaram nos últimos 30 dias anteriores ao tratamento, 1 ponto em relação à atitude geral dos animais, 3 pontos em relação à disposição para participarem em brincadeiras e interagir, 4 pontos na facilidade em se levantarem, 3 pontos na iniciativa de caminhar, 4 pontos na capacidade/disposição para correr, 4 pontos na capacidade/facilidade de subir escadas, 2 pontos na capacidade de saltar (para a cama, sofá carro, etc), 2 pontos em relação à frequência com que vocalizam/demonstram comportamentos de desconforto, 3 pontos em relação à facilidade em se movimentarem após um longo período de descanso, 2 pontos em relação à facilidade com que se movimentam durante e após o exercício e de 5 pontos na qualidade de vida. No que diz respeito aos parâmetros avaliados pelos médicos veterinários, a média de pontos de melhoria em cada parâmetro dos 4 cães tratados com implantes de ouro foi de 3 pontos na claudicação, 1 ponto na distribuição do peso corporal e 2 pontos nos sinais de dor e resistência à manipulação/palpação dos membros pélvicos. Os resultados do presente trabalho estão de acordo que a aplicação dos implantes de ouro melhorou a condição clínica de cães com displasia da anca, independentemente da idade e do grau da doença. O balanço geral dos casos apresentados foi favorável à utilização de implantes de ouro como controlo da dor crónica associada a displasia da anca em cães. |
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As partículas de ouro têm a capacidade de inibir a ação dos macrófagos e dos leucócitos polimorfonucleares, bem como de diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias, advindo daí o efeito anti-inflamatório que apresentam O tratamento pela aplicação de implantes de ouro é minimamente invasivo e consiste na implantação de fragmentos de ouro de 24 quilates, com 3-4 mm de comprimento e 1-3 mm de diâmetro, em pontos específicos de regiões anatómicas dolorosas, como em tecidos periarticulares de articulações artríticas, com o objetivo de reduzir processos inflamatórios e/ou degenerativos e assim aliviar a dor associada a doenças articulares crónicas. Para atingir o objetivo principal foram descritos 4 casos clínicos de animais com diagnóstico de displasia da anca tratados com implantes de ouro. De modo a melhor avaliar a evolução da claudicação, dor e qualidade de vida destes animais, procedemos à realização de dois questionários destinados a serem preenchidos pelos tutores dos animais que realizaram o procedimento, antes e após o referido tratamento. Posteriormente, uma avaliação clínica foi realizada pelo médico veterinário através da observação de cada animal em marcha e em corrida e da palpação e manipulação dos membros pélvicos, na qual cada um foi avaliado e foram registados resultados em relação a 3 parâmetros: claudicação, distribuição do peso corporal e sinais de dor e resistência à manipulação/palpação. Tanto o preenchimento dos questionários como as avaliações da dor foram realizadas antes da aplicação dos implantes de ouro e repetidas novamente entre os 4 e os 5 meses após o tratamento. 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No que respeita aos parâmetros avaliados pelos tutores, a média de pontos de melhoria em cada parâmetro avaliados nos quatro cães tratados a aplicação de implantes de ouro foi de 5 pontos em relação à pior dor que apresentaram nos últimos 30 dias anteriores ao tratamento, 1 ponto em relação à atitude geral dos animais, 3 pontos em relação à disposição para participarem em brincadeiras e interagir, 4 pontos na facilidade em se levantarem, 3 pontos na iniciativa de caminhar, 4 pontos na capacidade/disposição para correr, 4 pontos na capacidade/facilidade de subir escadas, 2 pontos na capacidade de saltar (para a cama, sofá carro, etc), 2 pontos em relação à frequência com que vocalizam/demonstram comportamentos de desconforto, 3 pontos em relação à facilidade em se movimentarem após um longo período de descanso, 2 pontos em relação à facilidade com que se movimentam durante e após o exercício e de 5 pontos na qualidade de vida. 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The main purpose of this dissertation was to demonstrate the effect of gold bead in the management of pain in dogs diagnosed with hip dysplasia. Gold particles are capable of inhibit the action of macrophages and polymorphonuclear leukocytes, as well as decrease the production of pro-inflammatory cytokines, hence their anti-inflammatory effect. The treatment with gold bead implants is minimally invasive medical procedure which consists in inserting small fragments of 24 carat gold, with 3-4 mm long and 1-3 mm of diameter, in specific points in painful body regions such as in periarticular tissues of arthritic joints with the purpose of reducing inflammatory and/or degenerative processes and thus alleviating the pain associated with chronic joint diseases. To reach the main purpose, 5 clinical cases of animals diagnosed with hip dysplasia and treated with gold bead implants were described. In order to better evaluate the evolution of lameness, pain and quality of life of these animals, we carried out two questionnaires intended to be filled by the tutors of the animals that underwent the procedure, before and after the procedure. Subsequently, a clinical evaluation was performed by the veterinarian by observing each animal walking and running and by the palpation and manipulation of the pelvic limbs, in which each one was evaluated and the results were registered about 3 parameters: claudication, body weight distribution and signs of pain and resistance to manipulation/palpation. Both the questionnaire and the pain assessments were performed before the gold bead implants were inserted and repeated again between 4 and 5 months after the treatment. The responses to the questionnaires and pain assessments performed before and after the application of the gold bead implants were compared for each animal, in order to conclude about the progression of each evaluated parameter. In what concerns to the parameters evaluated by the tutors, the average improvement points in each parameter evaluated in the four dogs treated with gold bead implants were 5 points regarding the pain at its worst in the last 30 days before the treatment, 1 point regarding dog’s attitude/mood, 3 points regarding dog’s willingness to participate in play and interact, 4 points regarding dog’s rising from a down position, 3 points regarding dog’s eagerness to walk, 4 points regarding dog’s ability/willingness to run, 4 points regarding dog’s ability/willingness to walk up/down stairs, 2 points regarding dog’s ability and/or willingness to jump (onto bed, couch, vehicle, etc), 2 points regarding dog’s frequency of vocalization or discomfort behavior, 3 points regarding dog’s ease of movement after a long rest, 2 points regarding dog’s ease of movement during and/or after exercise/walks (tired, dragging feet, scuffing nails, lying down) and 5 points regarding dog’s quality of life. Regarding the parameters evaluated by veterinarians, the average improvement points in each parameter of the 4 dogs treated with gold bead implants were about 3 points regarding lameness, 1 point regarding body weight distribution and 2 points regarding signs of pain and resistance to manipulation/palpation of the pelvic limbs. The results of the present study suggest that the application of gold bead implants improved the clinical condition of dogs with hip dysplasia, regardless of age and degree of disease. The overall balance of the presented cases was favorable to the use of gold bead implants as a control of chronic pain associated with hip dysplasia in dogs.2019-06-27T11:00:13Z2019-05-17T00:00:00Z2019-05-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/9392pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessTorres, Maria Miguel Mirandareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:43:57Zoai:repositorio.utad.pt:10348/9392Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:03:36.121556Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A displasia da anca é uma doença artrítica geralmente hereditária com elevada prevalência no cão, caracterizada pela incongruência da articulação coxofemoral que leva a alterações degenerativas da mesma, provocando dor que se manifesta principalmente sob a forma de claudicação dos membros pélvicos. O principal objetivo desta dissertação foi o de demonstrar o efeito que o tratamento com implantes de ouro tem no controlo da dor em cães com displasia da anca. As partículas de ouro têm a capacidade de inibir a ação dos macrófagos e dos leucócitos polimorfonucleares, bem como de diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias, advindo daí o efeito anti-inflamatório que apresentam O tratamento pela aplicação de implantes de ouro é minimamente invasivo e consiste na implantação de fragmentos de ouro de 24 quilates, com 3-4 mm de comprimento e 1-3 mm de diâmetro, em pontos específicos de regiões anatómicas dolorosas, como em tecidos periarticulares de articulações artríticas, com o objetivo de reduzir processos inflamatórios e/ou degenerativos e assim aliviar a dor associada a doenças articulares crónicas. Para atingir o objetivo principal foram descritos 4 casos clínicos de animais com diagnóstico de displasia da anca tratados com implantes de ouro. De modo a melhor avaliar a evolução da claudicação, dor e qualidade de vida destes animais, procedemos à realização de dois questionários destinados a serem preenchidos pelos tutores dos animais que realizaram o procedimento, antes e após o referido tratamento. Posteriormente, uma avaliação clínica foi realizada pelo médico veterinário através da observação de cada animal em marcha e em corrida e da palpação e manipulação dos membros pélvicos, na qual cada um foi avaliado e foram registados resultados em relação a 3 parâmetros: claudicação, distribuição do peso corporal e sinais de dor e resistência à manipulação/palpação. Tanto o preenchimento dos questionários como as avaliações da dor foram realizadas antes da aplicação dos implantes de ouro e repetidas novamente entre os 4 e os 5 meses após o tratamento. As respostas aos questionários e as avaliações da dor realizadas antes e após a aplicação dos implantes de ouro foram comparadas para cada animal, de modo a concluir sobre a progressão de cada um dos parâmetros avaliados. No que respeita aos parâmetros avaliados pelos tutores, a média de pontos de melhoria em cada parâmetro avaliados nos quatro cães tratados a aplicação de implantes de ouro foi de 5 pontos em relação à pior dor que apresentaram nos últimos 30 dias anteriores ao tratamento, 1 ponto em relação à atitude geral dos animais, 3 pontos em relação à disposição para participarem em brincadeiras e interagir, 4 pontos na facilidade em se levantarem, 3 pontos na iniciativa de caminhar, 4 pontos na capacidade/disposição para correr, 4 pontos na capacidade/facilidade de subir escadas, 2 pontos na capacidade de saltar (para a cama, sofá carro, etc), 2 pontos em relação à frequência com que vocalizam/demonstram comportamentos de desconforto, 3 pontos em relação à facilidade em se movimentarem após um longo período de descanso, 2 pontos em relação à facilidade com que se movimentam durante e após o exercício e de 5 pontos na qualidade de vida. No que diz respeito aos parâmetros avaliados pelos médicos veterinários, a média de pontos de melhoria em cada parâmetro dos 4 cães tratados com implantes de ouro foi de 3 pontos na claudicação, 1 ponto na distribuição do peso corporal e 2 pontos nos sinais de dor e resistência à manipulação/palpação dos membros pélvicos. Os resultados do presente trabalho estão de acordo que a aplicação dos implantes de ouro melhorou a condição clínica de cães com displasia da anca, independentemente da idade e do grau da doença. O balanço geral dos casos apresentados foi favorável à utilização de implantes de ouro como controlo da dor crónica associada a displasia da anca em cães. |
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