O R-forte em Português Europeu : análise fonológica de dados dialetais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/44396 |
Resumo: | Este estudo pretende contribuir para o conhecimento da variação fonética associada ao R-forte do Português Europeu (PE) (ex. rua, carro). Este segmento terá começado a sofrer uma mudança linguística no PE padrão, a partir do século XIX (Teyssier, 1980), segundo a qual o trill alveolar [r] deu lugar a um trill uvular [ʀ] e, posteriormente, a outras variantes – fricativas uvulares, sonora e surda, e velar surda (Barbosa, 1983; Mateus & Andrade, 2000; Rennicke & Martins, 2013). A variação do R-forte no PE, até ao momento, é pouco conhecida. Este trabalho analisa dados de todas as variedades dialetais do PE e tem três objetivos principais: (i) fazer uma exploração prévia da variação dialetal associada ao R-forte através do corpus MADISON; (ii) mapear a distribuição de variantes uvulares e alveolares em Portugal, utilizando as transcrições da base de dados do Atlas Linguístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza (ALEPG); (iii) identificar e analisar as variantes fonéticas existentes por informante no distrito de Lisboa e parte da península de Setúbal, através da transcrição de base percetiva do som-alvo nos materiais do ALEPG, para fundamentar a reflexão final acerca do estatuto fonológico do R-forte em português. Os resultados apurados mostram que [r] é a variante mais disseminada em Portugal continental e [ʀ] predomina no distrito de Lisboa, nos Açores e na Madeira e surge, ainda, em pontos isolados no resto do país. Na sub-região considerada no objetivo (iii) foram registadas as variantes [ʁ, ʀ, r, χ, x, ɹ̝, ʁ̞, ʀ̝, ɦ], por ordem decrescente de frequência. Finalmente é feita uma análise dialetal e fonológica dos dados à luz da literatura relevante, concluindo-se que, apesar da sua ampla variação fonética, o segmento /ʀ/ ainda pertence à classe das soantes e das róticas em português, embora só contraste com /ɾ/ entre vogais. |
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O R-forte em Português Europeu : análise fonológica de dados dialetaisLíngua portuguesa - Variação linguísticaLíngua portuguesa - Dialectos - FonéticaLíngua portuguesa - FonologiaR (consonante)SociolinguísticaGeografia linguísticaTese de mestrado - 2020Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasEste estudo pretende contribuir para o conhecimento da variação fonética associada ao R-forte do Português Europeu (PE) (ex. rua, carro). Este segmento terá começado a sofrer uma mudança linguística no PE padrão, a partir do século XIX (Teyssier, 1980), segundo a qual o trill alveolar [r] deu lugar a um trill uvular [ʀ] e, posteriormente, a outras variantes – fricativas uvulares, sonora e surda, e velar surda (Barbosa, 1983; Mateus & Andrade, 2000; Rennicke & Martins, 2013). A variação do R-forte no PE, até ao momento, é pouco conhecida. Este trabalho analisa dados de todas as variedades dialetais do PE e tem três objetivos principais: (i) fazer uma exploração prévia da variação dialetal associada ao R-forte através do corpus MADISON; (ii) mapear a distribuição de variantes uvulares e alveolares em Portugal, utilizando as transcrições da base de dados do Atlas Linguístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza (ALEPG); (iii) identificar e analisar as variantes fonéticas existentes por informante no distrito de Lisboa e parte da península de Setúbal, através da transcrição de base percetiva do som-alvo nos materiais do ALEPG, para fundamentar a reflexão final acerca do estatuto fonológico do R-forte em português. Os resultados apurados mostram que [r] é a variante mais disseminada em Portugal continental e [ʀ] predomina no distrito de Lisboa, nos Açores e na Madeira e surge, ainda, em pontos isolados no resto do país. Na sub-região considerada no objetivo (iii) foram registadas as variantes [ʁ, ʀ, r, χ, x, ɹ̝, ʁ̞, ʀ̝, ɦ], por ordem decrescente de frequência. Finalmente é feita uma análise dialetal e fonológica dos dados à luz da literatura relevante, concluindo-se que, apesar da sua ampla variação fonética, o segmento /ʀ/ ainda pertence à classe das soantes e das róticas em português, embora só contraste com /ɾ/ entre vogais.This study aims to contribute to the knowledge of the phonetic variation associated with European Portuguese (EP) strong-R (ex. rua, carro). This segment is thought to have started undergoing a linguistic change in standard EP, from the XIX century on (Teyssier, 1980), in which the alveolar trill [r] gave rise to a uvular trill [ʀ], and later to other variants - uvular fricatives, voiced and voiceless, and the voiceless uvular fricative (Barbosa, 1983; Mateus & Andrade, 2000; Rennicke & Martins, 2013). The variation of EP's strong-R is still scarce. This study analyses data from all EP dialectal varieties and has three main goals: (i) to previously explore the dialectal variation associated to the strong-R through the MADISON corpus; (ii) to chart the distribution of the uvular and alveolar variants in Portugal, using the transcriptions from the Atlas Linguístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza (ALEPG) database; (iii) to identify and analyze the phonetic variants by speaker in the Lisbon district and part of the Setúbal peninsula, through the phonetic transcription on a perceptive basis of the target-sound in the ALEPG data, to substantiate the final reflection about the phonological status of EP strong-R. The results show that [r] is the most widespread variant in continental Portugal and [ʀ] is the majority in the Lisbon district, in Azores and in Madeira, and also appears in isolated areas across the country. In the sub-region considered for the study of the audios, the observed variants were [ʁ, ʀ, r, χ, x, ɹ̝, ʁ̞, ʀ̝, ɦ], by decreasing frequency. Finally, a dialectal and phonological analysis is made by reviewing the relevant literature, concluding that, although very phonetically diverse, the segment /ʀ/ still belongs to the sonorant and rhotic classes in EP, in spite of only contrasting with /ɾ/ intervocalically.Rodrigues, CelesteBrissos, FernandoRepositório da Universidade de LisboaPereira, Rodrigo Miguel dos Santos2020-09-17T15:55:51Z2020-07-292020-04-212020-07-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/44396TID:202509990porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:45:25Zoai:repositorio.ul.pt:10451/44396Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:56:59.058685Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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