"Sacralização” do mercado de trabalho. Jovens diplomados sob o signo da precariedade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Ana Paula
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/85781
Resumo: Desde o seu início que a Sociologia se tem preocupado com a análise do “trabalho” e dos seus efeitos na configuração da sociedade moderna, em parti­cular na moldagem de valores, atitudes e comportamentos dos actores sociais. A passagem de um “emprego para a vida” para uma “empregabilidade para a vida” suscita várias interrogações, tais como: Qual o lugar do trabalho no mundo instável em que hoje vivemos? Que impactos sociais se poderão esperar das actuais tendências de fl exibilidade, mobilidade e precariedade no emprego? O trabalho está a humanizar-se ou a desumanizar-se cada vez mais? Este contri­bui para gerar maiores desigualdades ou para as reduzir? Neste artigo pretende­-se: i) identificar os traços normativos, sociocognitivos e simbólicos específi cos da crescente individualização das relações de trabalho que caracterizam o início de carreira profissional de jovens diplomados; ii) reflectir sobre os processos de ressimbolização do trabalho que definem os principais contornos das rela­ções de e no trabalho no actual regime de acumulação fl exível. Neste contexto, argumentar-se -á que a profusão de estatutos sociais diferenciados, decorrente de imperativos económico -políticos, de recomposições técnico -organizacionais e de dispositivos públicos de apoio ao emprego e formação, contribui para a delimitação de grupos sociais que se concentram, cada vez mais, em blocos de “integrados”, “precários” e “excluídos” do mercado de trabalho.
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spelling "Sacralização” do mercado de trabalho. Jovens diplomados sob o signo da precariedade“Sacralisation” of the labour market: Young graduates under the sign of precariousness"Sacralisation" du marché du travail. Les diplômés sous le signe de la précaritétrabalho e empregoprecariedadesegmentação laboralwork and employmentprecariousnesslabour segmentationtravail et emploiprécaritésegmentation du travailCiências Sociais::SociologiaTrabalho digno e crescimento económicoDesde o seu início que a Sociologia se tem preocupado com a análise do “trabalho” e dos seus efeitos na configuração da sociedade moderna, em parti­cular na moldagem de valores, atitudes e comportamentos dos actores sociais. A passagem de um “emprego para a vida” para uma “empregabilidade para a vida” suscita várias interrogações, tais como: Qual o lugar do trabalho no mundo instável em que hoje vivemos? Que impactos sociais se poderão esperar das actuais tendências de fl exibilidade, mobilidade e precariedade no emprego? O trabalho está a humanizar-se ou a desumanizar-se cada vez mais? Este contri­bui para gerar maiores desigualdades ou para as reduzir? Neste artigo pretende­-se: i) identificar os traços normativos, sociocognitivos e simbólicos específi cos da crescente individualização das relações de trabalho que caracterizam o início de carreira profissional de jovens diplomados; ii) reflectir sobre os processos de ressimbolização do trabalho que definem os principais contornos das rela­ções de e no trabalho no actual regime de acumulação fl exível. Neste contexto, argumentar-se -á que a profusão de estatutos sociais diferenciados, decorrente de imperativos económico -políticos, de recomposições técnico -organizacionais e de dispositivos públicos de apoio ao emprego e formação, contribui para a delimitação de grupos sociais que se concentram, cada vez mais, em blocos de “integrados”, “precários” e “excluídos” do mercado de trabalho.Since its onset, Sociology has been concerned with the analysis of “work” and its effects on the configuration of modern society, particularly regarding the shaping of the social actors’ values, attitudes, and conducts. The passage from “life-long employment” to “life-long employability” raises queries such as: What is the place of work in the unstable world we currently live in? Which social impacts can one expect from the current trends towards the flexibility, mobility,and precariousness of employment? Is work becoming ever more humane or inhumane? Does it contribute to engender additional inequality or to decrease it? In this article, one intends: i) to identify the specific normative, social-cognitive, and symbolic features of the growing individualization of work relations, which characterize the beginning of the professional career of young graduates; ii) to reflect on the processes of re-symbolisation of work, which define the main contours of work and within work relations under the current regime of flexible accumulation. In this context, it will be argued that the plethora of differentiated social statuses – a result of economical-political imperatives, of technical organisational re-compositions and of public mechanisms aimed at supporting employment and training – contributes to the delimitation of social groups that gather more and more round clusters of people who are “integrated in”, “precarious” in face of, or “excluded” from the labour market.Depuis sa création, la Sociologie a été consacrée à l’analyse du «travail» et ses effets dans la formation de la société moderne, en particulier dans la définition des valeurs, les attitudes et les comportements des acteurs sociaux. Le passage d’un «emploi pour la vie » à une «employabilité pour la vie» soulève plusieurs questions telles que: Quelle est la place du travail dans le monde instable dans lequel nous vivons aujourd’hui? Quelles sont les impacts sociaux des tendances actuelles de la flexibilité, la mobilité et l’emploi précaire qui ont peut attendre? Le travail tende humaniser ou à déshumaniser de plus en plus? Cela permet de générer de plus grandes inégalités ou les réduire? Cet article vise à: i) identifier les traits normatifs, sociocognitives et symboliques spécifiques individualisation croissante des relations de travail qui a caractérisé le début de carrière des diplômés ; ii) une réfl exion sur les processus de re-symbolisation du travail qui définir les grandes lignes des relations et de travaille dans le régime actuel d’accumulation flexible. Dans ce contexte, on peut argumenter que la profusion de statuts sociaux différents, en raison d’impératifs économiques, politiques, techniques et organisationnelles des réarrangements et dispositifs publics pour soutenir l’emploi et de formation, contribue à la délimitation des groupes sociaux qui se concentrent, de plus en plus, dans des blocs de «intégrée», «précaire» et «exclus» du marché du travail.Universidade do Minho. Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS)Universidade do MinhoMarques, Ana Paula20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/85781porMarques, A. P. (2010, June 30). « Sacralisation » du marché du travail. Les diplômés sous le signe de la précarité. Configurações. OpenEdition. http://doi.org/10.4000/configuracoes.1832182-741910.4000/configuracoes.183https://journals.openedition.org/configuracoes/183info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-29T01:20:48Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/85781Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:10:06.793640Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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