Guerra colonial e romance: perscrutando o repúdio do mito estado novista da África portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/2028 |
Resumo: | O Estado Novo expunha a colonização portuguesa como um processo dotado de indiscutível especificidade, considerando-o mesmo uma espécie de “herança sagrada” proveniente do tempo áureo dos Descobrimentos e, consequentemente, uma peça fundamental da identidade lusíada que importava manter. Depois de 1945, a Ditadura orientou boa parte da sua energia vital para a resistência ao avanço, cada vez mais acelerado, do fenómeno anticolonialista, dotando-se de armas jurídicas e ideológicas que extinguiam, formalmente, o Império Português. Com efeito, as Colónias eram estrategicamente transformadas em Províncias Ultramarinas e, simultaneamente, publicitava-se, como nunca, a mensagem de que espaços como Angola constituíam uma genial criação dos portugueses. Portanto, na óptica do Regime, Portugal formava uma grande e harmoniosa nação espalhada por vários pontos do orbe, figurando inclusivamente como uma “nação africana”. Contudo, como comprovam os vários romances portugueses pós-coloniais estudados nesta dissertação, centrados largamente na dura experiência da Guerra Colonial, o mito estado-novista da “África Portuguesa” tornou-se objecto de profunda rejeição. |
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