Biomarcadores farmacogenómicos/farmacogenéticos aplicados à efetividade e segurança da terapêutica farmacológica no cancro colorretal: revisão sistemática da literatura
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/19227 |
Resumo: | Introdução: O cancro colorretal era subdiagnosticado há muitas décadas. No entanto, nos dias de hoje, é um dos tipos de cancro com maior incidência a nível global, sendo responsável por uma elevada taxa de morbilidade e mortalidade. Desde 1957 que o 5-fluorouracil tem sido o principal suporte no tratamento do cancro colorretal. Ao longo do tempo foram surgindo vários fármacos como a capecitabina, o irinotecano, a oxaliplatina e, mais recentemente, alguns anticorpos monoclonais. Com base nestes fármacos existem diferentes regimes terapêuticos que são selecionados considerando fatores específicos do tumor e do indivíduo, o que tem contribuído para o aumento da sobrevida destes doentes. No entanto, alguns problemas como a margem terapêutica estreita, a variabilidade de resposta e a toxicidade associada podem estar inerentes a estes regimes e causar um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes. Neste sentido, importa otimizar a abordagem terapêutica, podendo para tal explorar-se a possibilidade de utilização de biomarcadores farmacogenómicos que permitam prever a relação de benefício-risco de cada fármaco, em cada indivíduo, quer em termos de efetividade, quer de segurança. Método: Foi efetuada uma revisão sistemática da literatura (RSL) tendo em conta os fármacos utilizados nos protocolos terapêuticos para esta doença com autorização de introdução no mercado (AIM) em Portugal, bem como os biomarcadores farmacogenómicos já identificados nos resumos das características dos medicamentos (RCM) correspondentes. O objetivo foi identificar estudos disponíveis na literatura internacional, que descrevessem e caracterizassem, tanto os biomarcadores encontrados nos RCM, tal como possíveis candidatos. Resultados: Dos 13 fármacos selecionados, apenas 10 continham informação farmacogenómica no seu RCM. Relativamente à RSL, o biomarcador mais vezes identificado foi o UGT1A1 seguido da DPYD. A RSL revelou que também existem outros biomarcadores relevantes a serem explorados, especialmente no caso da oxaliplatina e do irinotecano. Conclusão: A maior parte das variantes farmacogenómicas estudadas não estão validadas nem são reconhecidas pelos testes genéticos, carecendo de investigação científica que comprove efetivamente a sua utilidade na prática clínica. Atualmente, um pequeno número de biomarcadores está validado e a sua utilização aquando da prescrição de fármacos para o cancro colorretal é escassa. Com isto, é necessário criar condições para implementar a farmacogenómica na prática diária, investindo não só na investigação, mas também na formação dos profissionais de saúde para esta temática. |
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Biomarcadores farmacogenómicos/farmacogenéticos aplicados à efetividade e segurança da terapêutica farmacológica no cancro colorretal: revisão sistemática da literaturaBiomarcadoresCancro colorretalFarmacogenómicaFármacos anticancerígenosFarmacoterapiaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Outras Ciências MédicasIntrodução: O cancro colorretal era subdiagnosticado há muitas décadas. No entanto, nos dias de hoje, é um dos tipos de cancro com maior incidência a nível global, sendo responsável por uma elevada taxa de morbilidade e mortalidade. Desde 1957 que o 5-fluorouracil tem sido o principal suporte no tratamento do cancro colorretal. Ao longo do tempo foram surgindo vários fármacos como a capecitabina, o irinotecano, a oxaliplatina e, mais recentemente, alguns anticorpos monoclonais. Com base nestes fármacos existem diferentes regimes terapêuticos que são selecionados considerando fatores específicos do tumor e do indivíduo, o que tem contribuído para o aumento da sobrevida destes doentes. No entanto, alguns problemas como a margem terapêutica estreita, a variabilidade de resposta e a toxicidade associada podem estar inerentes a estes regimes e causar um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes. Neste sentido, importa otimizar a abordagem terapêutica, podendo para tal explorar-se a possibilidade de utilização de biomarcadores farmacogenómicos que permitam prever a relação de benefício-risco de cada fármaco, em cada indivíduo, quer em termos de efetividade, quer de segurança. Método: Foi efetuada uma revisão sistemática da literatura (RSL) tendo em conta os fármacos utilizados nos protocolos terapêuticos para esta doença com autorização de introdução no mercado (AIM) em Portugal, bem como os biomarcadores farmacogenómicos já identificados nos resumos das características dos medicamentos (RCM) correspondentes. O objetivo foi identificar estudos disponíveis na literatura internacional, que descrevessem e caracterizassem, tanto os biomarcadores encontrados nos RCM, tal como possíveis candidatos. Resultados: Dos 13 fármacos selecionados, apenas 10 continham informação farmacogenómica no seu RCM. Relativamente à RSL, o biomarcador mais vezes identificado foi o UGT1A1 seguido da DPYD. A RSL revelou que também existem outros biomarcadores relevantes a serem explorados, especialmente no caso da oxaliplatina e do irinotecano. Conclusão: A maior parte das variantes farmacogenómicas estudadas não estão validadas nem são reconhecidas pelos testes genéticos, carecendo de investigação científica que comprove efetivamente a sua utilidade na prática clínica. Atualmente, um pequeno número de biomarcadores está validado e a sua utilização aquando da prescrição de fármacos para o cancro colorretal é escassa. Com isto, é necessário criar condições para implementar a farmacogenómica na prática diária, investindo não só na investigação, mas também na formação dos profissionais de saúde para esta temática.Introduction: Colorectal cancer was underdiagnosed for many decades. However, nowadays, it is one of the types of cancer with the highest incidence globally, being responsible for a high rate of morbidity and mortality. Since 1957, 5-fluorouracil has been the backbone in the treatment of colorectal cancer. Over time, several drugs emerged, such as capecitabine, irinotecan, oxaliplatin and, more recently, some monoclonal antibodies. Based on these drugs, there are different therapeutic regimens that are selected considering the specificity of the tumor and the individual, which has contributed to increased patient survival. However, some problems such as the narrow therapeutic margin, response variability and associated toxicity may be inherent to these regimens and have a negative impact on patients' quality of life. It is important to optimize the therapeutic approach, exploring the possibility of using pharmacogenomic biomarkers that allow the prediction of the benefit-risk balance of each drug in everyone both in terms of effectiveness and safety. Method: A systematic literature review was carried out, considering the drugs used in the therapeutic protocols for this disease with marketing authorization in Portugal, as well as the pharmacogenomic biomarkers already identified in the corresponding summaries. The objective was to identify studies available in the international literature that describe and characterize both the biomarkers found in the summary of product characteristics and the possible candidates. Results: Of the 13 selected drugs, only 10 contained pharmacogenomic information in their summary of product characteristics (SmPCs). Regarding SLR, the biomarker most often identified was UGT1A1 followed by DPYD. SLR revealed that there are also other relevant biomarkers to be explored, especially in the case of oxaliplatin and irinotecan. Conclusion: Most of the pharmacogenomic variants studied are not validated or recognized by genetic tests, lacking scientific research that effectively proves their usefulness in clinical practice. Currently, a small number of biomarkers are validated and their use when prescribing drugs for colorectal cancer is scarce. It is necessary to create conditions to implement pharmacogenomics in daily practice, investing not only in research, but also in the training of health professionals for this topic.Advinha, Ana Margarida MolhinhoSapientiaSousa, Cláudia Sofia Silva2023-03-13T11:03:52Z2022-11-092022-11-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/19227TID:203142993porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:31:40Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/19227Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:08:52.456497Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O cancro colorretal era subdiagnosticado há muitas décadas. No entanto, nos dias de hoje, é um dos tipos de cancro com maior incidência a nível global, sendo responsável por uma elevada taxa de morbilidade e mortalidade. Desde 1957 que o 5-fluorouracil tem sido o principal suporte no tratamento do cancro colorretal. Ao longo do tempo foram surgindo vários fármacos como a capecitabina, o irinotecano, a oxaliplatina e, mais recentemente, alguns anticorpos monoclonais. Com base nestes fármacos existem diferentes regimes terapêuticos que são selecionados considerando fatores específicos do tumor e do indivíduo, o que tem contribuído para o aumento da sobrevida destes doentes. No entanto, alguns problemas como a margem terapêutica estreita, a variabilidade de resposta e a toxicidade associada podem estar inerentes a estes regimes e causar um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes. Neste sentido, importa otimizar a abordagem terapêutica, podendo para tal explorar-se a possibilidade de utilização de biomarcadores farmacogenómicos que permitam prever a relação de benefício-risco de cada fármaco, em cada indivíduo, quer em termos de efetividade, quer de segurança. Método: Foi efetuada uma revisão sistemática da literatura (RSL) tendo em conta os fármacos utilizados nos protocolos terapêuticos para esta doença com autorização de introdução no mercado (AIM) em Portugal, bem como os biomarcadores farmacogenómicos já identificados nos resumos das características dos medicamentos (RCM) correspondentes. O objetivo foi identificar estudos disponíveis na literatura internacional, que descrevessem e caracterizassem, tanto os biomarcadores encontrados nos RCM, tal como possíveis candidatos. Resultados: Dos 13 fármacos selecionados, apenas 10 continham informação farmacogenómica no seu RCM. Relativamente à RSL, o biomarcador mais vezes identificado foi o UGT1A1 seguido da DPYD. A RSL revelou que também existem outros biomarcadores relevantes a serem explorados, especialmente no caso da oxaliplatina e do irinotecano. Conclusão: A maior parte das variantes farmacogenómicas estudadas não estão validadas nem são reconhecidas pelos testes genéticos, carecendo de investigação científica que comprove efetivamente a sua utilidade na prática clínica. Atualmente, um pequeno número de biomarcadores está validado e a sua utilização aquando da prescrição de fármacos para o cancro colorretal é escassa. Com isto, é necessário criar condições para implementar a farmacogenómica na prática diária, investindo não só na investigação, mas também na formação dos profissionais de saúde para esta temática. |
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