Estudo retrospetivo de laringoplastia prostética e ventriculocordectomia como tratamento cirúrgico da hemiplegia laríngea em cavalos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/5501 |
Resumo: | A hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruídos respiratórios anormais e da diminuição do desempenho desportivo em cavalos. Esta condição surge pela axonopatia degenerativa distal progressiva dos nervos laríngeos recorrentes. O nervo laríngeo recorrente esquerdo é o mais frequente e gravemente afetado. Clinicamente ocorre o colapso da cartilagem aritenoide e respetiva corda vocal, como resultado da atrofia neurogénica e consequente disfunção dos músculos intrínsecos da laringe, inervados por este nervo. A disfunção do músculo cricoaritenóideo dorsal incapacita a abdução da cartilagem aritenoide, advindo dessa condição um ruído inspiratório similar a um assobio e uma menor capacidade cardiorrespiratória. A endoscopia em repouso é o método comumente usado para o diagnóstico desta doença. Contudo, nos casos inconclusivos, a endoscopia dinâmica é fundamental para chegar a um diagnóstico definitivo. Existem vários sistemas de graduação disponíveis para a classificação do grau de abdução das cartilagens aritenoides em repouso. O mais recente e completo foi descrito em 2003, apresentado no workshop de Havemeyer. A laringoplastia prostética destaca-se como a técnica de eleição para o tratamento da hemiplegia laríngea em cavalos de alta competição. A ventriculocordectomia é habitualmente realizada em conjunto com a laringoplastia, uma vez que reduz o ruído respiratório de forma mais eficaz que esta última, melhora a função das vias aéreas e tem poucas complicações pós-cirúrgicas. Não são raras as vezes em que o tratamento cirúrgico, principalmente a laringoplastia, é acompanhado de complicações durante e após a cirurgia, as quais devem ser imediatamente assistidas. Todavia, os benefícios e resultados pós-cirúrgicos superam significativamente os riscos e complicações associados. Este estudo visa a avaliação da eficácia da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia como tratamento cirúrgico dos cavalos com hemiplegia laríngea observados no estágio no Hospital de Referência La Equina (Espanha). Foi feita a análise e comparação dos dados recolhidos com os estudos anteriormente publicados. Dos 95 cavalos diagnosticados com hemiplegia laríngea, através da endoscopia em repouso, 89 foram tratados através da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia. Destes, 5 apresentaram um grau de abdução cirúrgico de 1, 23 com grau 2, 45 com grau 3 e 14 com grau 4. Apenas 2,2% apresentou complicações durante a cirurgia. As complicações pós-cirúrgicas mais frequentes foram: redução do grau de abdução pós-cirúrgico, com 3,4% a resultar no colapso total da aritenoide; 16% com tosse aguda; 2,2% com tosse crónica; 2,2% com disfagia grave; 6,7% com seroma profundo; 1,1% com infeção no local da laringoplastia; 16% com inflamação exacerbada da região laríngea e 2,2% com condropatia das aritenoides. 4 cavalos foram novamente sujeitos a uma intervenção cirúrgica para correção do excessivo grau de abdução, em 2 deles, e do colapso da aritenoide nos outros 2. No retorno à vida desportiva, 14,6% manifestou ruídos respiratórios e 8% mostrou uma diminuição no rendimento desportivo. A análise e comparação destes casos mostra-nos que este tratamento é eficaz na melhoria dos sinais clínicos e com uma reduzida incidência de complicações, tendo em conta o grau de complexidade desta técnica. |
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Estudo retrospetivo de laringoplastia prostética e ventriculocordectomia como tratamento cirúrgico da hemiplegia laríngea em cavalosCavalosLaringeHemiplegiaSons respiratóriosDesempenho atléticoLaringoplastia (prostética)VentriculocordectomiaA hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruídos respiratórios anormais e da diminuição do desempenho desportivo em cavalos. Esta condição surge pela axonopatia degenerativa distal progressiva dos nervos laríngeos recorrentes. O nervo laríngeo recorrente esquerdo é o mais frequente e gravemente afetado. Clinicamente ocorre o colapso da cartilagem aritenoide e respetiva corda vocal, como resultado da atrofia neurogénica e consequente disfunção dos músculos intrínsecos da laringe, inervados por este nervo. A disfunção do músculo cricoaritenóideo dorsal incapacita a abdução da cartilagem aritenoide, advindo dessa condição um ruído inspiratório similar a um assobio e uma menor capacidade cardiorrespiratória. A endoscopia em repouso é o método comumente usado para o diagnóstico desta doença. Contudo, nos casos inconclusivos, a endoscopia dinâmica é fundamental para chegar a um diagnóstico definitivo. Existem vários sistemas de graduação disponíveis para a classificação do grau de abdução das cartilagens aritenoides em repouso. O mais recente e completo foi descrito em 2003, apresentado no workshop de Havemeyer. A laringoplastia prostética destaca-se como a técnica de eleição para o tratamento da hemiplegia laríngea em cavalos de alta competição. A ventriculocordectomia é habitualmente realizada em conjunto com a laringoplastia, uma vez que reduz o ruído respiratório de forma mais eficaz que esta última, melhora a função das vias aéreas e tem poucas complicações pós-cirúrgicas. Não são raras as vezes em que o tratamento cirúrgico, principalmente a laringoplastia, é acompanhado de complicações durante e após a cirurgia, as quais devem ser imediatamente assistidas. Todavia, os benefícios e resultados pós-cirúrgicos superam significativamente os riscos e complicações associados. Este estudo visa a avaliação da eficácia da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia como tratamento cirúrgico dos cavalos com hemiplegia laríngea observados no estágio no Hospital de Referência La Equina (Espanha). Foi feita a análise e comparação dos dados recolhidos com os estudos anteriormente publicados. Dos 95 cavalos diagnosticados com hemiplegia laríngea, através da endoscopia em repouso, 89 foram tratados através da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia. Destes, 5 apresentaram um grau de abdução cirúrgico de 1, 23 com grau 2, 45 com grau 3 e 14 com grau 4. Apenas 2,2% apresentou complicações durante a cirurgia. As complicações pós-cirúrgicas mais frequentes foram: redução do grau de abdução pós-cirúrgico, com 3,4% a resultar no colapso total da aritenoide; 16% com tosse aguda; 2,2% com tosse crónica; 2,2% com disfagia grave; 6,7% com seroma profundo; 1,1% com infeção no local da laringoplastia; 16% com inflamação exacerbada da região laríngea e 2,2% com condropatia das aritenoides. 4 cavalos foram novamente sujeitos a uma intervenção cirúrgica para correção do excessivo grau de abdução, em 2 deles, e do colapso da aritenoide nos outros 2. No retorno à vida desportiva, 14,6% manifestou ruídos respiratórios e 8% mostrou uma diminuição no rendimento desportivo. A análise e comparação destes casos mostra-nos que este tratamento é eficaz na melhoria dos sinais clínicos e com uma reduzida incidência de complicações, tendo em conta o grau de complexidade desta técnica.The laryngeal hemiplegia is the most common cause of abnormal breathing noises and decreased sport performance in horses. This condition is caused by the progressive distal degenerative axonopathy of both laryngeal nerves, but the left side is commonly the most affected one. Clinically, it occurs with the collapse of the arytenoid cartilage and respective vocal cord as the result of the neurogenic atrophy and consequent dysfunction of the intrinsic laryngeal muscles innervated by this nerve, especially the dorsal cricoarytenoid muscle. This disease is characterized by an abnormal inspiratory noise, similar to a whistle. The laryngoscopy at rest is the chosen method for the diagnosis of this disease. However, if the results are doubtful, the dynamic endoscopy is fundamental to reach a definitive diagnosis. There are several grading systems available to classify the degree of arytenoid cartilage abduction at rest. The most recent and complete one was proposed in 2003, presented at the Havemeyer Workshop. Prosthetic laryngoplasty stands out as the preferred technique for the treatment of laryngeal hemiplegia in racehorses and non-racehorses. A ventriculocordectomy is usually performed in conjunction with the laryngoplasty, since it reduces the respiratory noise more effectively than the laryngoplasty alone, improves the airway function and has few postoperative complications. The surgical treatment, mainly the laryngoplasty, has numerous intra-operative and post-operative complications, which should be evaluated and treated immediately. However, the benefits and post-operative results significantly outweigh the associated risks and complications of the surgical treatment because most horses regain/recover their sports performance and eliminate the abnormal breathing noises. This study aims to evaluate the effectiveness of prosthetic laryngoplasty and ventriculocordectomy as the surgical treatment of horses with laryngeal hemiplegia, based on the analysis and comparison of data collected during the 3 month externship at Hospital de Referencia La Equina (Spain), and studies previously published. Of the 95 horses diagnosed with laryngeal hemiplegia by endoscopy at rest, 89 were treated by prosthetic laryngoplasty and ventriculocordectomy. Of these, 5 resulted in the degree of surgical abduction 1, 23 with grade 2, 45 with grade 3 and 14 with grade 4. Only 2.2% had complications during surgery, being the postoperative complications the most common ones: reduction of the post-surgical abduction degree, with 3.4% resulting in the total arytenoid collapse; 16% with acute cough; 2.2% with chronic cough; 2.2% had severe dysphagia; 6.7% with deep seroma; 1.1% with infection of the laryngoplasty site; 16% with exaggerated inflammation of the laryngeal region and 2.2% with arytenoid chondropathy. 4 horses were subjected to a new surgical intervention for correction of the excessive abduction degree in two of them, and of the arytenoid collapse in the other 2. At the return to sports life, 14.6% showed respiratory sounds and 8% showed a decrease in sports performance. The analysis and comparison of these cases showed that this treatment is effective in the improvement of the clinical signs and it has a reduced incidence of complications, taking into account the complexity of this technique.2016-01-28T11:51:46Z2016-01-28T00:00:00Z2016-01-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/5501porPoças, Flávia Alexandra de Castroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:36:45Zoai:repositorio.utad.pt:10348/5501Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:33.191086Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruídos respiratórios anormais e da diminuição do desempenho desportivo em cavalos. Esta condição surge pela axonopatia degenerativa distal progressiva dos nervos laríngeos recorrentes. O nervo laríngeo recorrente esquerdo é o mais frequente e gravemente afetado. Clinicamente ocorre o colapso da cartilagem aritenoide e respetiva corda vocal, como resultado da atrofia neurogénica e consequente disfunção dos músculos intrínsecos da laringe, inervados por este nervo. A disfunção do músculo cricoaritenóideo dorsal incapacita a abdução da cartilagem aritenoide, advindo dessa condição um ruído inspiratório similar a um assobio e uma menor capacidade cardiorrespiratória. A endoscopia em repouso é o método comumente usado para o diagnóstico desta doença. Contudo, nos casos inconclusivos, a endoscopia dinâmica é fundamental para chegar a um diagnóstico definitivo. Existem vários sistemas de graduação disponíveis para a classificação do grau de abdução das cartilagens aritenoides em repouso. O mais recente e completo foi descrito em 2003, apresentado no workshop de Havemeyer. A laringoplastia prostética destaca-se como a técnica de eleição para o tratamento da hemiplegia laríngea em cavalos de alta competição. A ventriculocordectomia é habitualmente realizada em conjunto com a laringoplastia, uma vez que reduz o ruído respiratório de forma mais eficaz que esta última, melhora a função das vias aéreas e tem poucas complicações pós-cirúrgicas. Não são raras as vezes em que o tratamento cirúrgico, principalmente a laringoplastia, é acompanhado de complicações durante e após a cirurgia, as quais devem ser imediatamente assistidas. Todavia, os benefícios e resultados pós-cirúrgicos superam significativamente os riscos e complicações associados. Este estudo visa a avaliação da eficácia da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia como tratamento cirúrgico dos cavalos com hemiplegia laríngea observados no estágio no Hospital de Referência La Equina (Espanha). Foi feita a análise e comparação dos dados recolhidos com os estudos anteriormente publicados. Dos 95 cavalos diagnosticados com hemiplegia laríngea, através da endoscopia em repouso, 89 foram tratados através da laringoplastia prostética e ventriculocordectomia. Destes, 5 apresentaram um grau de abdução cirúrgico de 1, 23 com grau 2, 45 com grau 3 e 14 com grau 4. Apenas 2,2% apresentou complicações durante a cirurgia. As complicações pós-cirúrgicas mais frequentes foram: redução do grau de abdução pós-cirúrgico, com 3,4% a resultar no colapso total da aritenoide; 16% com tosse aguda; 2,2% com tosse crónica; 2,2% com disfagia grave; 6,7% com seroma profundo; 1,1% com infeção no local da laringoplastia; 16% com inflamação exacerbada da região laríngea e 2,2% com condropatia das aritenoides. 4 cavalos foram novamente sujeitos a uma intervenção cirúrgica para correção do excessivo grau de abdução, em 2 deles, e do colapso da aritenoide nos outros 2. No retorno à vida desportiva, 14,6% manifestou ruídos respiratórios e 8% mostrou uma diminuição no rendimento desportivo. A análise e comparação destes casos mostra-nos que este tratamento é eficaz na melhoria dos sinais clínicos e com uma reduzida incidência de complicações, tendo em conta o grau de complexidade desta técnica. |
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