Características valorizadas num educador no ensino da Medicina: perspetivas de alunos, docentes em meio clínico e docentes em meio não clínico

• Autor(a) principal: Lopes, João Pedro Gameiro
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/5061
• topic: Docente; Educação Médica; Ensino Medicina; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina

Introdução: Perceber quais as características mais tidas como ideais num professor no ensino médico poderá trazer grandes benefícios para todos os envolvidos no processo educativo, tendo impacto inclusive numa melhor transmissão de conhecimentos. Existe já alguma bibliografia sobre este tema, mas é principalmente originária do continente da América do Norte ou da Ásia, sendo então urgente um estudo realizado no contexto cultural e de ensino de um país europeu. O objectivo principal desta tese é então perceber quais são as características tidas como ideais num professor no ensino da Medicina por alunos e docentes na Universidade Beira Interior, assim como tentar perceber se existem grandes diferenças nas suas opiniões. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional e transversal, utilizando um questionário, com uma componente qualitativa e uma componente quantitativa. A amostra em estudo é composta pelos alunos do curso de Medicina da FCS – UBI e os docentes que leccionam estes alunos ou que são tutores nos hospitais e centros de saúde. Nos métodos estatísticos, a componente qualitativa foi analisada através do método de “clustering” e para a componente quantitativa foi realizada uma análise estatística utilizando o software IBM SPSS. Resultados: Na componente qualitativa foi possível observar alguma uniformidade nas escolhas de alunos e docentes. Os dois grupos concordam que o professor ideal deve ter boas capacidades comunicativas e dominar os conhecimentos que lecciona, sendo que os alunos dão mais relevância ao carisma e os docentes à exigência. Na componente quantitativa, existe uma uniformidade nas respostas nos 3 grupos em estudo quanto à opinião de que um docente de meio clínico deve ter características semelhantes a um docente de meio não clínico. Na parte de escolha das características médicas, humanas e docentes, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os 3 grupos em análise. Naqueles que disseram que deveria haver diferença entre os dois tipos de docente, segundo os resultados, esta diferença é apenas na categoria das características médicas. Comparando opiniões de alunos de anos clínicos e alunos de anos não clínicos, pode-se verificar que não houve nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os dois subgrupos. Conclusão: Podemos concluir, que para a grande maioria das características, o perfil ideal de um professor em Medicina é de facto similar quer para alunos quer para docentes. Podemos também afirmar que parece não haver diferenças relevantes na percepção das características ideais num docente de meio clínico e de um docente de meio não clínico por parte dos grupos em estudo.